A boneca mais famosa do mundo tem passado tempos difíceis e parece que a situação está um pouco longe de melhorar.
Criticada ao longo dos anos por promover uma imagem pouco real das mulheres e de ajudar a promover a perfeição a todo o custo, a Mattel decidiu, em 2016, lançar uma linha de Barbies chamada Fashionista, que apresentava bonecas com diferentes tipos de corpo.
Mais baixas, com cabelo azul ou de duas cores, mais altas e com curvas, foram alguns dos tamanhos feitos pela marca que quis ser mais inclusiva e dar mais opção de compra aos pais que ofereciam este brinquedo às filhas.
Ainda que a ideia pareça ter sido boa, parece que não está a ser bem aceite entre os mais novos. Num estudo conduzido pela Universidade de Pepperdine, na Califórnia, Estados Unidos, foram analisadas várias meninas com idades entre os 3 e os 10 anos, na qual 76% delas tinha, pelo menos, uma Barbie.
Foram-lhes dadas quatro Barbies, em ordem aleatória, cada uma com um tipo de corpo diferente: o da Barbie tradicional, um alto, um baixo, um pequeno e um com curvas. Enquanto a Barbie alta e baixa são ambas magras, a com curvas tem o estômago ligeiramente mais saliente. Todas elas tinham o mesmo rosto e cabelo e estavam vestidas com biquínis iguais.
Os investigadores pediram a cada menina que dissesse quais destes adjetivos era o mais adequado a cada uma das quatro: ‘feliz’, ‘inteligente’, ‘que tinha amigos’, ‘bonita’, ‘que ajudava os outros’, ‘triste’, ‘nada inteligente’, ‘que não tinha amigos’, ‘menos bonita’ e ‘má’. Além disso, tinham de dizer com qual é que gostavam mais de brincar.
Mais de metade escolheu a Barbie com curvas como a ‘menos bonita’, além de que estava no topo das escolhas como a Barbie ‘que não tinha amigos’. Apenas 6% das meninas escolheu-a para brincar, e quando se perguntava a razão às que não queriam brincar, 25% disse que era por ser “gorda”, “rechunchuda” e “grande”.
A aposta da Mattel para tornar esta boneca mais versátil, correspondendo a diferentes padrões de beleza, merece um aplauso. Porém, a tática parece não ter grande efeito. O recente estudo mostra que a forma como as crianças veem os diferentes tipo de corpos ainda é unilateral, considerando o corpo com curvas o menos ‘bonito’. É este um problema que vai além da estética dos brinquedos das crianças?
Como é que acha que as crianças podem ter uma visão mais abrangente em relação aos padrões de beleza? Queremos saber. Conheça ainda o estudo que diz que as mulheres solteiras e sem filhos são mais felizes.