Em termos técnicos, “uma virgem capilar é alguém que nunca fez nada que envolva um tratamento técnico ou químico ao cabelo. Nenhum tratamento de cor ou de forma, como alisamentos ou ondulações”, explica Fábio Oliveira, hairstylist e Redken artist.
Embora este conceito seja maioritariamente associado à cor, o mesmo se aplica a quem nunca fez os denominados tratamentos de forma, que mexem com a estrutura natural dos fios capilares. Contudo, já lá vai o tempo em que estas intervenções técnicas eram sinónimo de cabelo danificado, seco e estragado.
Atualmente, “este tipo de tratamentos não implicam danificar o cabelo, simplesmente deixará de ser um cabelo virgem”, afirma Fábio, que alerta também para a importância não só de um acompanhamento especializado como de cuidados continuados em casa, com linhas de champô, condicionador e máscara específicas para cada tipo de cabelo e adequadas a cada intervenção.
“Para mim, um dos melhores segredos é uma boa continuidade a nível de produtos. No caso da coloração, devemos usar uma gama mais virada para devolver a proteína que é retirada do cabelo quando o aclaramos, os chamados produtos de resistência”, afirma o Redken artist.
Mas quais os verdadeiros riscos para a estrutura do cabelo ao fazer duas intervenções ao mesmo tempo? Para Fábio Oliveira, “podem ser feitos dois tratamentos em simultâneo, mas depende da coloração e do tipo de alisamento. Por exemplo, se estivermos a falar de uma loira platinada, em que o cabelo é praticamente branco, o ideal é não fazer mais nada”.
In love with the shape of you
Do alisamento – que reduz o volume do cabelo, elimina o efeito frizz e trata as pontas danificadas –, às ondulações e desfrisagens, há uma variada lista de possibilidades dentro dos três grandes tipos de tratamentos de forma. Mas existem alguns pontos a ter em atenção antes de se aventurar numa destas alterações.
“É importante ter noção do quanto a textura do cabelo vai mudar, se recupera ou não, quanto tempo é que o produto permanece no cabelo e quais os cuidados a ter no caso de querer vir a fazer serviços de cor”, adverte o hairstylist, que afirma que nenhum destes tratamentos é recomendado num cabelo extremamente danificado.
No caso de cabelos estragados, é essencial reparar o cabelo primeiro, com tratamentos feitos no salão e em casa, cortar e, só depois, quando o cabelo estiver recuperado (que pode demorar meses), fazer o alisamento ou ondulação.
Quanto à duração do efeito, pode variar consoante o tratamento escolhido, mas sente-se, em média, ao longo de três meses.
Tratamentos de forma vs coloração
Para perceber como os tratamentos de forma afetam o cabelo de maneira diferente da coloração, o especialista recorre a um exemplo simples: “no caso da desfrisagem, não é algo que vá deixar o cabelo mais sedoso, embora se estivermos a falar de um cabelo demasiado crespo, irá parecer mais hidratado, quando na realidade não está“, começa por explicar.
“Por sua vez, quando fazemos uma coloração e não uma descoloração, a sensação com que ficamos é de um cabelo tratado e hidratado. A cor penetra no fio de cabelo, depois é selada e o cabelo fica preenchido. Quando a cor sai, a cabeleira perde a vivacidade e fica com um aspeto menos tratado.”
Para uma ‘primeira vez’ inesquecível, quer pretenda fazer um tratamento de cor ou de forma, Fábio aconselha “escolher um profissional que transmita confiança, porque é possível fazer tudo ao cabelo, desde que seja bem feito”.