Beleza

Cirurgia íntima: uma tendência crescente para uma autoestima maior

A cirurgia íntima é cada vez mais uma opção para as mulheres que não se sentem bem com a sua zona genital. A beleza é também íntima? Sim, e por que não?

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Cirurgia íntima: uma tendência crescente para uma autoestima maior Cirurgia íntima: uma tendência crescente para uma autoestima maior
© Getty Images
Marta Chaves
Escrito por
Jan. 14, 2020

Numa daquelas conversas de redação em que as cadeiras formam um círculo e de repente se cria uma tertúlia, houve seis elementos da nossa equipa que estiveram cerca de 40 minutos a discutir o que nos dias de hoje se faz pela zona genital.

Depilações totais, cirurgias para tornar a vagina mais bonita ou até quem queira aclarar a pele desta área. Temas como estes suscitam sempre dúvidas.

Há mesmo quem faça cirurgias à vagina? E por que é que se depila sempre tanto esta zona? Qual é o formato normal da vagina? Podemos dizer-lhe que não há um formato ‘normal’, e ainda bem.

A cirurgia íntima é mais do que só estética

De uma coisa temos a certeza, se a maquilhagem serve para nos sentirmos mais bonitas, também outras zonas do corpo, que não o rosto, merecem atenção. No final do dia, é tudo uma questão de confiança.

“Tem muito a ver com a autoestima das mulheres, com a intimidade e com sua confiança. Estas são palavras muito associadas a estes procedimentos que são tão pessoais. Até com muita coragem as mulheres acabam por partilhar numa consulta e num ambiente que é sempre estranho uma frustração que felizmente tem solução”, diz-nos David Rasteiro, especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética na Up Clinic.

Os procedimentos estéticos íntimos são, na verdade, muito mais do que embelezar a zona genital e, por vezes, passa mesmo pelo bem-estar da mulher. “Regra geral, a cirurgia mais frequente é a labioplastia que é uma redução dos pequenos lábios, quer seja pelo pós-parto ou fatores congénitos”, explica-nos o especialista.

O que acontece nestes casos é que situações como andar de bicicleta, de mota ou usar calças justas podem ser incómodas para as mulheres que têm os pequenos lábios com um tamanho maior do que o normal.

Sinceramente, acho que as mulheres já têm interesse nestes procedimentos cirúrgicos, ou não cirúrgicos, há muito tempo. Estas são algumas alternativas às suas inquietações – David Rasteiro, cirurgião plástico

A idade é só mesmo um número

Existem vários fatores que levam à alteração estética da zona genital. Seja por causa do parto, pelo excesso de peso ou por fatores congénitos, David Rasteiro refere que notou nos últimos três anos um crescimento na procura destes procedimentos.

“Sinceramente, acho que as mulheres já têm interesse nestes procedimentos cirúrgicos, ou não cirúrgicos, há muito tempo. Estas são algumas alternativas às suas inquietações”. Porém, ao contrário do que se possa pensar, não são só as mulheres mais velhas que procuram estas cirurgias.

“Tanto há jovens como mulheres mais velhas. As jovens que já têm uma vida sexual ativa têm esta preocupação e hoje há também mais awareness e uma melhor autoavaliação”, explica.

A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) publicou, no ano passado, a lista de países que fazem mais cirurgias estéticas no mundo. Os E.U.A. ocupam o primeiro lugar do pódio, mas logo a seguir encontramos o Brasil e o Japão, respetivamente.

Quanto aos procedimentos estéticos com crescimento mais rápido, o rejuvenescimento vaginal (incluindo a labioplastia) teve um aumento de 23% de 2016 para 2017.

“As pessoas agora têm acesso a mais informação, estão mais despertas, seja pelo passa a palavra, porque a amiga já fez ou porque conhecem alguém que já tenha feito. É também por isso que tem havido uma procura crescente”, menciona o cirurgião.

O ABC da cirurgia íntima

É igual a uma cirurgia normal? Exceto em alguns casos, a cirurgia íntima pressupõe por norma apenas uma anestesia local. “A pessoa está acordada e consciente, mas em ambiente cirúrgico”, menciona David Rasteiro.

No caso da labioplastia, o pós-operatório é “relativamente simples”, sendo que os pontos de sutura acabam por cair naturalmente até mesmo com a higiene, passados 15 dias a três semanas.

Para as mais reticentes, o especialista garante, “não é muito doloroso, não é mesmo. Se pensarmos nas mulheres que tiveram traumas do parto, por exemplo, vemos que esta zona está habilitada a uma excelente cicatrização. Poderá haver algum edema, algum inchaço, mas nada de especial”.

A cosmética para a zona genital não é um mito

Para quem quer evitar cirurgias a todo o custo e quer apenas melhorar o aspeto da zona genital, também já existem variadíssimas opções de produtos com finalidades estéticas específicas.

O aumento da pigmentação genital, por exemplo, é bastante comum entre o sexo feminino pelas mais variadas razões: alterações hormonais, depilação, envelhecimento cutâneo ou pelo atrito das coxas e roupas justas.

Para resolver esta e outras questões foram lançados ao longo dos últimos anos inúmeros cosméticos para a zona íntima. Falamos de máscaras vaginais, óleos, cremes hidratantes e até bálsamos labiais (não os do rosto).

Ainda que possa ser curioso explorar este mundo, é preciso ter em conta algumas advertências. Sendo esta uma zona sensível, as reações alérgicas são comuns e, desta forma, é necessário ter cuidado com produtos com fragrâncias muito fortes e com ingredientes que possam irritar a pele. De preferência, deverá escolher produtos com ingredientes naturais e aplicá-los apenas exteriormente. Falar com um especialista é aconselhável para não ter surpresas desagradáveis!

Cuidados íntimos para embelezar a zona genital

  • Tratamento médico para aclarar a zona genital

    Tratamento médico para aclarar a zona genital

    Mesoestetic

    Preço sob consulta

    1 / 4

  • Hidratante Vulvar

    Hidratante Vulvar

    ISDIN

    12,69€

    2 / 4

  • Máscara de carvão ativado

    Máscara de carvão ativado

    Two Lips

    13,59€

    3 / 4

  • Creme para áreas sensíveis Pigmentbio

    Creme para áreas sensíveis Pigmentbio

    Bioderma

    24,981€

    4 / 4

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 235, janeiro de 2020.

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