É na transição do verão para o outono que se costumam revelar os danos provocados pelas agressões a que sujeitámos o nosso cabelo e couro cabeludo com os mergulhos na água salgada do mar e nas piscinas cheias de cloro e, sobretudo, graças à excessiva exposição solar.
“A radiação UVA tem a capacidade de penetrar até à derme, que é a camada da pele onde está alojado o nosso folículo piloso. Isso faz com que exista uma promoção da entrada na fase de queda (telogénese) por um maior número de folículos”, explica Joana Nobre, farmacêutica especializada em dermocosmética e diretora técnica e de formação do Ales Groupe.
Visto ser cada vez mais difícil perceber quando se iniciam e terminam as estações do ano, para algumas mulheres a queda de cabelo sazonal pode começar imediatamente após as férias na praia e outras até três meses depois. Além disso, a especialista nota que, “como atualmente viajamos muito mais, é possível que aconteça fora da época normal”.
O que contribui para a queda de cabelo sazonal
Fatores genéticos, hormonais e biológicos também podem ajudar a explicar o enfraquecimento sazonal dos fios e uma maior propensão para a queda de cabelo. De acordo com Joana Nobre, “a alopecia androgenética, vulgarmente designada por queda crónica, tem uma componente hereditária; a queda reacional surge como uma resposta a um estímulo (endógeno ou exógeno)”.
Neste último caso, pode ser algo como a pessoa ter uma dieta desequilibrada (restritiva ou rica em gorduras saturadas e açúcar) ou sofrer de uma patologia (por exemplo, doenças crónicas ou hemorragias) que possa provocar défices nutricionais. A farmacêutica, especializada em dermocosmética, diz que “a flora microbiana alterada, o stresse e a microinflamação do folículo piloso são os fatores que podemos controlar melhor”.
Defender todas as frentes
O tratamento só produz um efeito duradouro se tivermos em conta que vários fatores podem estar por detrás da queda de cabelo. Nesse sentido, antes de avançar para a compra de cuidados, avalie o grau de pressão a que está sujeita diariamente e veja se é possível fazer algo que ajude a reduzir o nível de tensão e relaxar mais – praticar um desporto mais ativo ou fazer ioga. Seguidamente, aumente e diversifique a ingestão de alimentos ricos em vitaminas, minerais, ácidos gordos ómega-3, 6 e 9 e proteínas.
Neste ponto, pode ser necessária a toma de um suplemento alimentar que ajude a garantir o aporte de nutrientes que permita fortalecer o cabelo. Joana Nobre aconselha a sua utilização, na medida em que estes complementos fazem uma “estimulação da microcirculação sanguínea local, aumentam o metabolismo celular, nutrem o folículo piloso e a haste capilar, hidratam e regeneram o folículo e estabilizam o equilíbrio hormonal”. O único inconveniente é o compromisso de tempo que requerem: “Devem ser tomados pelo menos durante três meses, que é o período de duração média da queda (telogénese)”.
Terreno livre
Uma vez reunidas as condições para atuar com cosméticos, convém inteirar-se acerca dos produtos mais indicados para o seu tipo de couro cabeludo e haste.
A farmacêutica informa que “os champôs antiqueda atuam nos folículos em fase de crescimento do cabelo (anagénese) – o objetivo é adiar a sua entrada no estádio de queda”. Quais os mecanismos de ação destes cuidados tópicos? Segundo a diretora técnica e de formação do Ales Groupe, “controlam o excesso de sebo, evitam o desenvolvimento de germes parasitas, têm componentes energizantes e antioxidantes (como o ginseng, o cacau, o guaraná ou o rooibos) e são normalmente formulados sem silicones e com tensioativos suaves”.
Caso sinta necessidade de lavar o cabelo todos os dias, na opinião de Joana Nobre, deve fazê-lo. “Existe o mito de que a lavagem frequente faz cair mais cabelo, mas limpar só uma vez ou duas vezes por semana, isso sim, pode afetar negativamente o problema da queda. Há muitos poluentes endógenos e exógenos no couro cabeludo. Desde que se escolha um champô adequado, podemos lavar o cabelo sempre que quisermos”, frisa a farmacêutica. Quem tiver um problema de queda crónica, provavelmente, terá de continuar a aplicar estes cuidados específicos para o resto da vida.
Como manter o cabelo saudável o ano todo
Sim, é possível prevenir a queda de cabelo sazonal e melhorar a qualidade do mesmo! A farmacêutica Joana Nobre diz-lhe como.
1. Faça uma boa higiene capilar
Selecione produtos adequados ao seu tipo de couro cabeludo e de fio. Pode lavar o cabelo todos os dias, se necessário.
2. Embeleze o cabelo
Pode continuar a pintá-lo desde que a fórmula dos produtos contenha agentes protetores do couro cabeludo.
3. Evite champôs secos
Estes cuidados não devem substituir a lavagem regular do cabelo, dado que apenas “melhoram o aspeto estético da oleosidade das raízes; não limpam o cabelo nem o couro cabeludo”.
4. Tenha um estilo de vida saudável
Adote uma alimentação equilibrada, rica em produtos frescos (para obter o máximo de nutrientes essenciais), pratique exercício físico regularmente e procure baixar os níveis de stresse.
5. Proteja-se do sol.
Mesmo nos meses frios, quando der os seus passeios ao ar livre ao fim de semana, use um chapéu escuro e com um tecido que não deixe penetrar radiação na pele.
O tratamento
Asseio assíduo
Aplique um champô antiqueda duas a três vezes por semana, pois este tipo de cuidado capilar costuma ser “formulado com ingredientes energizantes, seborreguladores e até antifúngicos”. Intercale com um produto neutro, que contenha tensioativos suaves e nenhum silicone, adaptado à natureza do couro cabeludo e ao número de vezes que lava o cabelo.
Champô fortificante e estimulante
Klorane, 6,89€
Cuidado complementar ao protocolo antiqueda que devolve vigor e resistência ao cabelo.
Champô Rosa Damascena Bio
Dr. Organic, 8,99€
Purifica o couro cabeludo e o cabelo.
Champô Kerium Antiqueda
La Roche-Posay, 14,70€
Estimula a produção de matéria capilar.
Auxiliares de ação regenerativa
“É tentador optar só pelo champô, mas ele é apenas um complemento. Não tem a capacidade de penetrar na pele e de resultar numa ação antiqueda sozinho. Devemos ir mais além e procurar uma atuação mais profunda”, recomenda Joana Nobre. Assim, deve aplicar ampolas e séruns que estimulem o crescimento capilar e condicionadores que não pesem demasiado na haste. Para recuperar a cabeleira que tinha, convém fazer uma suplementação durante três meses. Os suplementos devem conter “vitaminas do complexo B (B2, B5, B6, B8), C e E, ácidos gordos ómega-3, 6 e 9 e minerais como o zinco (10 mg por dia)”.
Sérum Serioxyl Denser Hair
L’Oréal Paris, 25,20€
Ajuda a recuperar a densidade capilar.
Loção antiqueda Creastim
Ducray, 33,90€
Ideal para combater a queda de cabelo sazonal provocada por stresse e fadiga.
Condicionador de gengibre
The Body Shop, 7€
Acalma o couro cabeludo e deixa o cabelo limpo e revitalizado.
Impacto profundo
Para recuperar a cabeleira que tinha, convém fazer uma suplementação durante três meses. Os suplementos devem conter “vitaminas do complexo B (B2, B5, B6, B8), C e E, ácidos gordos ómega-3, 6 e 9 e minerais como o zinco (10 mg por dia)”.
Phytophanère
Phyto, 43,96€
Suplemento alimentar que devolve a força e o volume ao cabelo.
Densilogy
Innéov, 29€ (60 unidades)
Suplemento alimentar que favorece a fixação e o crescimento do cabelo, com mais volume e densidade.
Conhecia todas estas soluções para a queda de cabelo sazonal? Veja ainda como cuidar do cabelo pintado.