A chegada das primeiras linhas finas pode causar estranheza e até ser ligeiramente assustador. A pele começa a descair, não consegue produzir colagénio como antes e alguns dos nossos hábitos diários podem não estar a ajudar a situação.
Já tínhamos referido antes que os produtos anti-idade devem ser usados ainda antes dos 30 anos. Mas será que sabe quais os ingredientes que deve procurar nos rótulos? A Saber Viver falou com Cristina Claro Amoedo, dermatologista no Hospital Egas Moniz e no Hospital da Luz, que nos deu não só uma lista imprescindível, como conselhos a ter no dia a dia.
Procure por estes ingredientes nos seus cremes antirrugas
Antes de nos dar os ingredientes essenciais destes tipos de produto, a especialista alerta que, em primeiro lugar, deve-se procurar por um produto com fator SPF, “pois a exposição solar acumulada do dia a dia tem um papel muito importante no envelhecimento da pele, o chamado fotoenvelhecimento.”
Entre muitos outros, estes são os que considera mais importantes:
• Retinóides (tretinoína; retinol, por exemplo). “São derivados da vitamina A e dos mais potentes agentes anti-envelhecimento. Aumentam o turnover cutâneo, isto é, a esfoliação natural da pele, melhorando rugas finas e outros sinais de fotoenvelhecimento como manchas. Podem secar e irritar a pele pelo que devem ser aplicados com prudência e de preferência à noite.”
• Alfahidroxiácidos (ácido glicólico e ácido láctico, por exemplo). “Também têm efeito esfoliativo e promovem a síntese de colagénio e de elastina da pele, melhorando a textura da pele, as rugas e uniformizando o tom. O ácido láctico é mais suave que o ácido glicólico, sendo mais adequado a peles sensíveis.”
• Ácido hialurónico. “É produzido pelo organismo e existe naturalmente na pele outros tecidos; com o envelhecimento diminui a capacidade de produzir ácido hialurónico. Tem a capacidade de reter água na pele o que não só hidrata, mas também confere um efeito de preenchimento, pois tem a capacidade de reter várias vezes o seu peso em água.”
• Vitamina C. “Tem um potente efeito antioxidante, protegendo as células de efeitos nefastos de agentes como a radiação UV ; tem também efeito aclarador, o que contribui para melhorar manchas.”
Como escolher e como usar um creme antirrugas
Além de ter de estar atenta ao rótulo do seu creme, deverá também perceber que não basta pegar no primeiro que vir na prateleira. Todos são diferentes e têm propósitos específicos, por isso, usar o creme de rosto errado pode trazer outros problemas à pele e agravar os problemas que quer tratar (como oleosidade, secura, manchas, entre outros).
“Devemos adequá-lo à nossa idade, objetivos e ao nosso tipo de pele”, refere Cristina Claro Amoedo. “Por exemplo, não devemos comprar cremes demasiado ricos se temos pele oleosa. Ou se temos manchas, devemos optar por um creme com efeito na uniformização do tom”, explica. Porém, a especialista adverte que “o dermatologista é o profissional de saúde mais adequado para fazer esse aconselhamento.”
Como deve ser a nossa rotina diária? Mais uma vez, o primeiro passo é sempre o da proteção solar, que deve ser colocado logo de manhã. À noite, a dermatologista aconselha “um creme com ingredientes ativos promovendo a esfoliação, ambos após uma adequada limpeza de pele”. Pode ainda juntar séruns com ingredientes ativos distintos para maximizar os efeitos.
Quanto aos hábitos a evitar, são eles:
• Exposição solar não protegida;
• Exposição a ambientes muito poluídos;
• Fumar.
Tratamentos estéticos antirrugas
Para quem procura resultados imediatos, existem ainda outros tratamentos estéticos com “eficácia naturalmente superior aos cremes”. É o caso:
• Peeling e laser fraccionado, que atua como esfoliação/renovação intensa da pele;
• Injeções de fillers, que atua por preenchimento das rugas, “sendo o mais utilizado atualmente o ácido hialurónico”, afirma a dermatologista;
• Toxina botulínica (botox), que “provoca a paralisia de músculos cuja ação condiciona rugas de expressão.”