Primeiro, foram os cotonetes, que, de descartáveis passaram a sustentáveis, sendo agora fabricados com materiais que, ao contrário do plástico, não prejudicam o ambiente. Agora, é a vez de os discos de algodão que usamos para limpar a pele serem substituídos por versões reutilizáveis e que não causam danos no planeta em que vivemos.
Mas, afinal, o que são discos de limpeza reutilizáveis? De que materiais inócuos são feitos? A nossa pele beneficia da sua utilização? E, mais importante, podemos usá-los infinitamente? Para responder a estas e outras questões, falámos com Joana Nobre, farmacêutica especialista em cosmética e branding e fundadora da Crème de la Crème.
Para a especialista, não há dúvidas: “A nova geração de consumidores já decide as marcas que compra com base nos princípios de sustentabilidade, que não passam apenas pela origem dos ingredientes, componentes com certificado Ecocert ou fórmulas waterless. Vai desde isto até aos materiais da embalagem, multifuncionalidade do produto, responsabilidade social, preço considerado justo… Os discos recicláveis reúnem inúmeras vantagens, mas, como em quase tudo na vida, implicam adaptação e exigem boas práticas de higiene para poderem ser usados com segurança, tal como os pincéis ou esponjas de maquilhagem”.
Todas as respostas sobre discos de algodão reutilizáveis
Servem para todos os tipos de pele?
Segundo a farmacêutica, “alguns materiais são adaptados a todos os tipos de pele, seja pela suavidade das suas fibras, seja pela sua espessura, mas outros podem ser mais abrasivos e causar mais atrito na pele. Esses deverão ser evitados nas peles com maior sensibilidade, rosácea ou acne”.
Que materiais privilegiam?
Existem muitos materiais usados na execução destes discos, “mas o bambu, o algodão ou a mistura de ambos são os que combinam melhor a suavidade para a pele com a eficácia na remoção da maquilhagem e a sustentabilidade”, garante Joana Nobre.
Como preservar?
“Antes da primeira utilização, convém lavar bem os discos reutilizáveis. Diariamente, depois de usar, podemos lavar com um sabonete e água quente, retirar o excesso de água e deixar secar ao ar livre.”
E continua: “É importante lavar bem após cada utilização. Desta forma, eliminamos os resíduos que ficam agarrados às fibras, evitando o desenvolvimento de microrganismos que, não sendo removidos, serão depositados na pele num próximo contacto, prejudicando-a”, garante a especialista em cosmética.
Quando e como lavar?
O tipo de material condiciona a forma de lavagem, contudo, e tal como elucida Joana Nobre, “se quisermos generalizar, podemos lavar uma vez por semana, num programa de roupas de cores claras a 30-40 °C, com um pouco de detergente suave e sem amaciador ou lixívia, preferencialmente dentro de um saco protetor”.
Quanto duram?
Como explica a farmacêutica, “alguns fabricantes indicam essa durabilidade na embalagem, mas o importante é avaliar o estado do material ao longo da sua utilização e perceber quando deixa de exercer as suas funções. Em média, duram de 200 a 250 lavagens na máquina”.