Quantas vezes não sentiu que o dia estava arruinado só por estar num bad hair day? E quantas vezes não se sentiu no seu melhor só porque o seu cabelo também estava no seu melhor?
É verdade, o cabelo é, indiscutivelmente, o elemento que mais influencia o ego, a confiança e a autoestima da mulher. Por isso, mudar o corte ou penteado envolve, muitas vezes, alguma coragem. E quando existe uma franja à mistura? Sim, é ainda mais complicado.
Mesmo com tudo isso em mente, enquanto conversávamos, na redação da Saber Viver, sobre a possibilidade de um artigo sobre os cuidados a ter com uma franja, surgiu o desafio: fazer esse penteado.
Como percebeu, a jornalista aceitou-o e, escreve-lhe, agora, sobre a sua experiência e cuidados a ter.
Saiba como cuidar da sua franja
Nunca fui muito ousada. Durante uma década mantive o mesmo penteado: liso, corte a direito, sem muito mais para contar. Já não nutria muito amor por ele, mas já o conhecia e estava dentro da minha zona de conforto.
Primeiro passo: escolher um hairstylist de confiança
Ao contrário do que acontece quando vamos só cortar as pontas, nisto dos cortes mais radicais é importante recorrermos a profissionais de confiança – não só com destreza no manuseamento da tesoura, mas também com um sentido bom estético. Afinal, cortar o cabelo é também uma arte.
O artista que tratou do meu extreme makeover foi o Alexandre Silva, hairstylist do Hair Fusion. Juntamente com Joana Oliveira, a sua mulher e fundadora do primeiro Toni & Guy em Lisboa, é o proprietário deste espaço, que fica junto ao Largo do Carmo, na zona do Chiado, em Lisboa.
No momento em que ganhei consciência de que o meu aspeto ia ficar diferente, já os meus cabelos estavam no chão.
Foi o gosto pelo “trabalho manual e criativo” que levou Alexandre Silva a seguir este rumo. A vontade de “fazer arte no cabelo” surgiu há 20 anos, numa altura em que trabalhar nesta área, em Portugal, não era “tão cool como é agora”.
Em Londres – capital inglesa onde se formou, na escola Toni & Guy -, era diferente. As pessoas arriscavam e o conservadorismo era menor. Trabalhar com cabelos significava dar liberdade à criatividade e à componente artística.
Segundo passo: cortar!
Ainda que tenha voltado a ganhar terreno, a ideia de fazer uma franja continua a ser assustadora para a maioria das mulheres que, como eu, não estão habituadas a cortes diferentes, irreverentes, modernos. Enfim, tudo o que não seja básico e simples.
Mas deixei-me ir, sem pensar muito no assunto. No momento em que ganhei consciência de que o meu aspeto ia ficar diferente, já os meus cabelos estavam no chão.
Nos primeiros dias, após o corte, demorava alguns segundos a reconhecer-me sempre que enfrentava um espelho.
O sentimento era de estranheza, como acontece sempre que mudamos alguma coisa que já nos era intrínseca.
Passaram-se semanas. Tenho franja há um mês e já estou a pensar em ir cortar as pontas. Quero mantê-la. Mudar é, afinal, bom!
Terceiro passo: cuidar!
• Primeiro e mais importante: como o Alexandre me explicou, quando secar o cabelo, não invente muito. Na verdade, o secador e a mão são mais do que suficientes para ficarem com a franja esticada, direita e no sítio certo, caso tenha o cabelo liso.
• Ao secar, faça-o sempre de cima para baixo, ou seja, com o secador apontado para o chão. Se fizer ao contrário o resultado não vai ser bonito. É que a franja, em vez de ficar lisa e a cobrir a testa, fica volumosa e na direcção errada.
• Pode utilizar a mão para fazer pressão na franja enquanto seca o cabelo, mas se utilizar escova, faça-o só para pentear normalmente, de cima para baixo e na parte de fora. Se utilizar uma escova na parte interior da franja vai ficar com as pontas arredondadas. Not cool.
• No caso do meu cabelo, o secador e a mão servem perfeitamente para ficar bem, mas quem tem o cabelo mais forte deverá apostar numa placa. É super prática e garante que a franja fica sempre no seu melhor.
E no dia a dia? O que posso fazer?
• A franja, por estar em contacto com a testa, pode ficar oleosa muito mais rapidamente do que o resto do cabelo. Se não o quiser lavar todos os dias, aposte num champô seco para utilizar nestes dias em que a franja contrasta com o resto do cabelo.
• Se tiver cabelos menos “domáveis” – encaracolados, ondulados – aposte num alisamento na zona da franja. Se o seu cabelo fica frisado com facilidade nos dias húmidos, também pode pensar nesta solução.
• Não são necessários produtos específicos para a franja. Por norma, o cabelo desta zona está sempre em melhor estado do que o das pontas.
• Por último, se ficar com vontade de fazer uma franja, aconselhe-se com um hairstylist e perceba o tipo de corte que melhor se vai adequar à sua fisionomia. Afinal, o cabelo molda o nosso rosto.