*De geração em geração, passam-se conselhos que deviam ficar perdidos algures no tempo. No entanto, muitas ideias preconcebidas sobre beleza e bem-estar teimam em regressar. Para as desconstruirmos, criamos esta rubrica, que é uma espécie de fact-check, em que poderá encontrar respostas às questões que sempre teve.*
Por mais que, por vezes, nos esqueçamos, sabemos que nem tudo o que aparece nas redes sociais é real. Mas nem sempre o conseguimos distinguir.
A linha entre a realidade e a manipulação de imagens ou utilização de filtros consegue ser tão estreita que a ajuda de especialistas para nos tirar as dúvidas é necessária.
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Foi por isso que, depois de assistirmos a tantos vídeos em que a utilização de gua sha e massagens parecia colocar a necessidade de aplicar toxina botulínica ou passar por qualquer cirurgia estética de lado, decidimos verificar: pode este utensílio deixar o nosso rosto tão diferente do original? Podem as maçãs do rosto ser elevadas ao céu, os olhos deixar de parecer descaídos e o duplo queixo desaparecer?
Pode o gua sha fazer, por si só, um efeito de lifting do rosto?
Paula Sá, autora do livro Yoga Facial, começa por explicar que “o gua sha vai trabalhar muito à superfície”, pelo que é fácil compreender quando afirma que esta ferramenta “não consegue fazer, por si só, esse lifting”.
E continua: “Pode haver um lifting no momento, mas passados dois ou três dias aquele efeito desparece”. Aliás, “não há qualquer estudo a nível científico para esse lifting”, sublinha.
Deste modo, para que serve? “O gua sha tem exatamente os mesmos benefícios que uma massagem tradicional, só que está associado também aos efeitos do cristal. Acaba, por isso, por ser um bocadinho mais completo”, clarifica.
Resumindo: Tal como Paula Sá remata, “o gua sha, por si só, não faz esse milagre que nós vemos”.