Hiperpigmentação: saiba como prevenir o aparecimento de manchas escuras no rosto

Mancha a mancha se enche o nosso rosto à medida que a idade avança! Porém, esta não precisa de ser a realidade, principalmente se aprender a prevenir a hiperpigmentação.

Se já se questionou sobre as manchas mais escuras que tem no rosto – aquelas que não são sardas nem cicatrizes –, saiba que não está sozinha. Se tem alguma dificuldade em identificá-las, provavelmente pode sofrer de hiperpigmentação, uma condição comum que resulta da produção excessiva de pigmento num local específico do rosto.

Porém, isto não significa que não é possível previna-las ou até reduzir o seu tamanho e tonalidade, mas para isso precisa de disciplina e de uma boa rotina de cuidados de rosto.

No ponto

Compreender o que é a hiperpigmentação e como pode preveni-la é o primeiro passo para uma pele mais bonita.

Segundo Madalena Gusmão, farmacêutica e Diretora Geral da Caudalie em Portugal, estas manchas surgem, em grande parte, no fim do verão, devido à radiação solar.

“Esta é a responsável pela produção de melanina – através dos melanócitos, células especializadas da pele –, que geralmente origina o escurecimento e o tom bronzeado da pele. Porém, em alguns casos, podem surgir problemas de hiperpigmentação com a exposição solar. É, por exemplo, o caso das pessoas de tez clara em que alguns melanócitos produzem mais melanina do que outros, dando origem às sardas”.

No entanto, existem outros tipos de manchas, como o lentigo solar, “típico a partir de uma determinada fase do envelhecimento. Este surge nas zonas mais expostas à radiação, como o rosto, decote e mãos. A tendência é que aumente de tamanho e escureça à medida que envelhecemos”, garante a especialista.

Já o melasma é comum durante a gravidez ou pode surgir devido à toma de contracetivos orais.

A hiperpigmentação é um distúrbio da pele, mais comum entre pessoas de tez escura e a sua durabilidade é também mais longa e persistente.

Segundo Madalena Gusmão, “cerca de 10% dos casos ocorrem em mulheres que não estão grávidas e homens de tez escura, contudo, surgem muito frequentemente durante a gravidez. Isto porque há um grande aumento dos níveis de diferentes hormonas, como o estrogénio e a progesterona, responsáveis pelo aparecimento de manchas. Surgem, tipicamente, ao longo do segundo trimestre e afetam cerca de 70% das grávidas”.

Causas para a hiperpigmentação

As manchas de hiperpigmentação podem ser causadas por inúmeros fatores. Dentro dos mais comuns, encontram-se:

• Exposição solar.
• Alterações hormonais provocadas pela toma de contracetivos orais, gravidez ou de alguns tipos de medicamentos.
• Doenças endocrinológicas.
• Utilização de cosméticos fotossensibilizantes.
• Alterações genéticas e tumores.

Prevenir antes de remediar

As manchas de hiperpigmentação afetam a autoestima da maioria de nós e, para a farmacêutica, “são a segunda maior preocupação das mulheres, a seguir à falta de firmeza, segundo um estudo internacional realizado em 2500 mulheres”.

Existem pequenos gestos que se podem realizar como prevenção para atrasar ou até evitar o aparecimento de manchas.

A proteção de índice elevado (FPS 50) é fundamental e não apenas no verão, mas ao longo de todo o ano. Além do rosto, deve proteger as áreas mais expostas, como o pescoço, peito e braços.

No que respeita às mulheres grávidas, devem reforçar a proteção diária no rosto e decote, mas também evitar a exposição solar.

Ao usar um hidratante facial diariamente, está a evitar o envelhecimento precoce, responsável por acentuar as manchas. Além disso, as consultas de dermatologia regulares são uma das melhores formas de verificar o estado da pele.

Plano de ataque

Quando as manchas já estão instaladas, é essencial elaborar um plano para as remover e, apesar de existirem inúmeros cosméticos no mercado, é preciso ter em conta que a maioria não deve ser usada no verão.

Segundo a especialista, “existem cuidados tópicos que, ao serem aplicados regularmente, podem aportar resultados nas manchas que afetam as camadas superiores da pele. Normalmente, são precisos, pelo menos, três meses de aplicação bi-diária para que os resultados possam ser visíveis e sempre reforçados com proteção solar a seguir. Além destes produtos, podemos atuar nas manchas via médica com tratamentos de crioterapia ou a laser”.

Para as pessoas cuja pele não responde aos cremes despigmentantes, “os médicos podem tentar um peeling químico com ácido glicólico ou tricloroacético”, garante Madalena Gusmão. Quando escolher produtos despigmentantes, existem alguns ingredientes a memorizar pois são mais eficazes do que outros.

Para a farmacêutica, “são reconhecidos os efeitos da hidroquinona, mas está proibida a sua utilização em cosmética pelos efeitos secundários. Contudo, existem outros ingredientes que garantem bons resultados, como a vitamina C, o ácido kójico ou a arbutina, mas cuja utilização deve ser evitada no verão. Já a viniferina é um ingrediente extraído da seiva da videira e possui propriedades extraordinárias na regulação da produção da melanina, não é fotossensibilizante e pode até ser utilizada antes de um dia de praia”.

Aliados contra a hiperpigmentação

São pequenos, poderosos e prometem uniformizar o tom de pele.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 243, setembro de 2020.