Aos poucos, produtos como champôs, condicionadores e máscaras de cabelo em embalagens de plástico estão a ser substituídos por formatos sólidos. Porquê? Não, não é um capricho ou uma estratégia de marketing da indústria da beleza, é antes um passo gigante na causa ambiental e no cuidado do planeta.
Além disto, muitos destes produtos comprometem-se ainda a escolher ingredientes naturais (e os químicos ficam fora das fórmulas) para dar ao cabelo tudo o que ele precisa, sem danificar a sua estrutura. A [PH]ACT é um exemplo exímio disso. E é portuguesa.
Fundada por Maria Lourenço, a marca acredita que os cuidados capilares sólidos são um pormenor importantíssimo na conservação da natureza, além de que os seus champôs e condicionadores respeitam o pH natural do cabelo.
A Saber Viver conversou com a empreendedora que nos explica os benefícios em escolher estes produtos no dia a dia.
Entrevista a Maria Lourenço, fundadora da [PH]ACT
Como é que surgiu a ideia de criar uma marca de champôs sólidos?
Trabalhei e sempre tive interesse por cosmética e preocupação com o meio ambiente devido à minha ligação com o mar. No entanto, quando descobri a quantidade de plástico e desperdício que gerava com os produtos que utilizava no dia a dia, comecei a pensar neste projeto de personal care desenvolvido a pensar no planeta e sem sacrificar a performance. É tudo uma questão de cuidado: cuidarmos de nós, cuidarmos dos outros, cuidar do hoje e cuidar do amanhã.
Quais são os maiores benefícios para o cabelo ao utilizar estes produtos?
Temos exatamente os mesmos benefícios do que um champô tradicional (líquido). E mesmo os nossos champôs sendo sólidos, têm um pH que respeita o cabelo e couro cabeludo – pH 5 (±0.5).
Que ingredientes podemos encontrar?
Temos o compromisso de usar exclusivamente ingredientes ativos que beneficiam a saúde do cabelo e do couro cabeludo respeitando o seu pH, estabilizam as fórmulas e promovem a sustentabilidade.
Utilizamos ingredientes de origem natural e sintética, de forma a respeitar o cabelo e pele, o nosso planeta e a estabilidade do produto. Procuramos sempre, quando é possível, ingredientes de origem local. Por exemplo, o azeite que utilizamos nos nossos produtos é do Alentejo, a espirulina é dos Açores e as nossas caixas são feitas de cortiça portuguesa.
De que forma é que os produtos sólidos podem revolucionar o mundo da beleza?
Os produtos sólidos revolucionam o mundo da beleza não só pela questão das embalagens, mas pela eficiência do transporte – o peso e o volume desempenham um papel fundamental na eficiência. A grande revolução vai ser no modo de utilização dos produtos e nas alterações das rotinas dos consumidores.
Como é que a [PH]ACT contribui para uma pegada mais verde?
Todos os nossos produtos são produzidos localmente, em Portugal, para reduzir as nossas emissões de carbono – quanto mais curto for o percurso entre a produção, o armazém e o consumidor final, menor é a pegada carbónica. Assim, também conseguimos promover o crescimento económico da nossa região, ajudando a nossa comunidade a desenvolver-se.
Quando escolhemos um ingrediente ativo procuramos sempre estudar o impacto que este tem não só a nível ambiental mas, também, social, de forma a escolhermos a melhor opção. Atualmente, existem ingredientes ativos muito trendy que estão associados muitas vezes a trabalho infantil, desflorestação, sobre-exploração do solo, etc., por isso, antes de escolhermos um ingrediente ativo, estudamos o seu impacto e avaliamos alternativas.
Também o nosso packaging é feito de papel reciclado certificado pelo FSC (Forest Stewardship Council) – este nível de certificação indica que o material é feito de material reciclado e não de celulose virgem. Por último, todas as encomendas feitas através do nosso site são enviadas sem plástico e as entregas são 100% carbono neutro.
Acha que as pessoas estão mais conscientes em relação ao consumo deste tipo de produtos?
Sim, sem dúvida. Felizmente o acesso à informação é cada vez mais maior e mais fácil de “consumir” e, por isso, os consumidores são muito mais conscientes e críticos. A acessibilidade a produtos alternativos também melhorou muito nos últimos anos.
Hoje em dia é possível fazermos escolhas mais sustentáveis numa grande superfície, por exemplo. As grandes marcas também estão a fazer a sua parte e a lutar pela mudança. Mesmo que seja gradual, o impacto é brutal devido à escala. E tudo isto acontece porque o consumidor está a exigir a mudança e isso é incrível!
Ver esta publicação no Instagram
Quais são os fatores que fazem com que a [PH]ACT se diferencie no mercado?
Temos uma grande obsessão por trazer produtos mais sustentáveis que respeitem o pH da pele e cabelo e que tenham a mesma ou melhor performance e cosmeticidade que os tradicionais. Queremos que a experiência seja incrível, pois só assim conseguimos garantir que as pessoas aderem ao novo gesto.
Onde é que veem a [PH]ACT daqui a cinco anos?
Queremos construir este caminho com os nossos consumidores, queremos ser uma comunidade onde possamos juntos fazer a diferença para um mundo melhor. Daqui a cinco anos queremos ter um portfólio completo em personal care com uma posição consolidada em Portugal e em alguns países da Europa.