Desde que o mundo descobriu os efeitos do óleo de coco no cabelo, este passou a ser o must-have de qualquer ‘despensa de beleza’.
Além de ser utilizado nos fios capilares, há quem o use como hidratante de corpo e rosto, como branqueador de dentes ou como desmaquilhante ou até quem lhe junte açúcar para criar um esfoliante natural.
No entanto, segundo um artigo polémico publicado recentemente na revista Glamour, o óleo de coco pode não ter assim tantos benefícios.
Ao longo do artigo, o hairstylist Ross Charles refere que o óleo sela a cutícula, impedindo que qualquer nutriente que se aplique a seguir entre na fibra.
Logo, se o cabelo se encontra fraco ou frágil e necessita de aminoácidos, o óleo de coco não irá ajudar, tornando-se apenas uma solução rápida para disfarçar o verdadeiro problema e não ajudando o cabelo a longo prazo.
Contra factos… Alguns argumentos
Para Joana Marto, professora auxiliar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, “o óleo de coco no cabelo é um ingrediente seguro, desde que utilizado e formulado corretamente”.
“De acordo com o Cosmetic Ingredient Review Expert Panel (comité independente que estuda ingredientes e compostos usados em produtos cosméticos), o óleo de coco e os seus derivados são considerados seguros em aplicações cosméticas quando utilizados numa concentração entre 0,0001% e 70%”, o que significa que “o óleo de coco não deve ser utilizado a 100% no cabelo, couro cabeludo ou pele”, esclarece a especialista.
Conclusão? Afinal este ingrediente não é benéfico para a pele quando utilizado no seu estado mais puro, isto é, quando o compra na secção de ingredientes de cozinha em vez de o comprar na de cosméticos.
“Quando combinado com outros ingredientes cosméticos, nomeadamente outros óleos vegetais, o óleo de coco tem propriedades hidratantes e condicionadoras do fio capilar e couro cabeludo”, afirma Joana Marto.
“Este ingrediente, por ser rico em triglicéridos do ácido láurico – principal ácido gordo do óleo de coco –, possui uma alta afinidade com as proteínas capilares e, devido ao seu baixo peso molecular e cadeia linear, é capaz de penetrar no interior da haste capilar, hidratando-a. Contudo, independentemente do tipo de cabelo, é essencial escolher o produto cosmético adequado para a finalidade que se pretende”, remata.
Máscaras de fora, brilho por dentro
Quando questionada sobre a textura, comportamento e possíveis reações do óleo de coco no cabelo, a especialista afirma que este ingrediente tem propriedades emolientes, logo, pode atuar como condicionador capilar, desde que utilizado na concentração correta.
A especialista acrescenta, porém, que “existem vários tipos de produtos que ajudam a hidratar, tais como máscaras, cremes ou óleos e em todos eles o óleo de coco pode estar presente.”
“Além dos óleos vegetais, podemos ainda encontrar outro tipo de ingredientes, como o colagénio, por exemplo, para aumentar a elasticidade do fio; queratina, para proteger a haste capilar; silicone e manteiga, para aumentar a maciez e brilho do fio, entre outros”, explica.
Como tal, deixe as embalagens de óleo de coco para a cozinha e utilize antes os cosméticos que incluem este ingrediente nas suas fórmulas.