Pele irritada? Está na altura de fazer as pazes com a sua tez

Pele irritada? Está na altura de fazer as pazes com a sua tez

Sente a sua pele irritada, desequilibrada ou reativa? Talvez esteja na altura de fazer uma pausa da sua rotina habitual e compreender o que se passa. Não se preocupe, estamos aqui para ajudá-la.

Por Abr. 12. 2022

Se olharmos para a pele de uma nova perspetiva, podemos compará-la a uma relação: vivemos com ela todos os dias, somos as primeiras a apontar falhas, a ver todas as imperfeições ao pormenor e podemos ser bastante irresponsáveis no que toca ao modo como a tratamos. As borbulhas até podem ser comparadas a discussões que surgem do nada e no pior momento…

Durante os longos meses de pandemia, assumimos uma série de profissões para as quais não somos qualificadas (dermatologista, esteticista, facialist…), sempre na esperança de fazer o melhor por esta relação, mas acabámos por sobrecarregar a pele com cosméticos, texturas e fórmulas desadequadas.

É fundamental ouvir melhor a sua pele para compreender as suas necessidades

Assoberbar o rosto com novas rotinas pode estar na origem de muitas irritações cutâneas, porém, a genética, as hormonas, a poluição e uma má alimentação também têm o seu peso neste desequilíbrio.

Como tal, e enquanto não for possível fazer psicoterapia à pele, o melhor é ficar a par de novas formas de investir nesta relação, independentemente do problema.

Formas de acalmar a pele irritada

Se tem reações alérgicas, acalme com água termal

Água Vulcânica, Vichy (7,95€); Spray Cicaplast B5, La Roche-Posay (15€); Água termal apaziguante, Avène (11,24€)

A primavera é conhecida pelo aumento da temperatura, pelos dias mais longos e, claro, pelo desabrochar das flores. Mas, com elas, surgem também as alergias típicas da época.

Apesar de a maioria afetar a zona nasal, originado rinite ou sinusite, outras podem ocorrer na pele, gerando erupções cutâneas, vermelhidão, inchaço e, nos casos mais graves, bolhas e secreção.

Para os casos mais agudos, o melhor é consultar-se um dermatologista, mas nos casos ligeiros pode vaporizar água termal nas zonas afetadas, uma vez que tem propriedades anti-irritantes e apaziguantes.

Quando está irritada, relaxe-a com cica

Se sente o rosto a ‘picar’ ou visivelmente reativo depois de aplicar um cosmético, é possível que tenha danificado a barreira protetora da pele. Depois de uns anos difíceis, muito por causa da pandemia e de rotinas de pele cada vez mais elaboradas, o seu rosto está no limiar da exaustão.

A barreira cutânea é fundamental para proteger o organismo da poluição e, quando desaparece, a pele fica seca, inflamada e com vermelhidão.

A cica, também conhecida por centelha asiática, é um ingrediente anti-inflamatório capaz de nutrir e hidratar o rosto.

Se a pele está volátil, acalme o stresse

Hidratante Ressource Anti-Stress, Givenchy (56,95€); Hidratante Hydra Zen Neurocalm, Lancôme (69,70€); Tratamento Anti-Stress, Eisenberg (100,50€)

É estranho pensar que a pele e o seu envelhecimento podem ser afetados pelo stresse, mas a realidade é que o cortisol – hormona com propriedades imunoinibidoras e anti-inflamatórias produzida pela glândula suprarrenal –, pode provocar um aumento da produção de sebo, acne ou inflamação cutânea.

Os químicos libertados durante picos de stresse podem danificar as membranas celulares e desidratar a pele e, apesar de ainda não existirem ingredientes ativos que reduzam o stresse enquanto combatem linhas finas ou outros problemas de pele, existem cosméticos cujo perfume ajuda a acalmar a mente.

Claro que reduzir a intensidade da sua rotina diária ou até experimentar meditação pode ajudar a adiar o envelhecimento, mas existem cosméticos que são bons atalhos para acelerar o processo.

Se está sobrecarregada, experimente microdosear

Sérum Retinol Skin-Renewing Daily Micro-Dose, Kiehl’s (75€); Sérum Vitamin C, Mario Badescu (40,42€)

Para as verdadeiras beauty junkies, a promessa de um ingrediente ativo que cura as rugas milagrosamente ou acaba com as manchas, como o retinol e a vitamina C, é difícil de resistir.

A ideia de usar estes ingredientes todos os dias, mais do que uma vez, é extremamente tentadora, porém, a pele pode ficar reativa, irritada ou começar a escamar.

É nestes momentos que microdosear cosméticos se torna fundamental: ao utilizar uma percentagem mais pequena de determinado ingrediente ativo, está a permitir à pele habituar-se gradualmente à fórmula. Isto torna mais segura a utilização de alguns produtos, principalmente se tem pele sensível.

Se o rosto está seco, experimente a hidratação húmida

Hidratante Moisture Surge, Clinique (16,88€); Gel em creme ligeiro Hydrabio, Bioderma (16,73€); Sérum S.O.S Hidratante Vinosource-Hydra, Caudalie (29,90€)

A desidratação cutânea é bastante comum e, se sente que precisa de aplicar regularmente várias camadas de cosméticos nutritivos, talvez esteja na altura de considerar a hidratação húmida.

Conhecida por moisture sandwiching, assenta na aplicação de produtos mais leves e à base de água na pele húmida. Desta forma, as texturas são melhor absorvidas pela pele e ajudam a reter mais água no rosto, dando-lhe um aspeto suave, luminoso e nutrido.

Se a pele está baça, remova as células mortas

Já lhe aconteceu fazer um peeling para esfoliar a pele e esta ficar vermelha ou irritada? Não se assuste, é normal. Quando aplicado corretamente, este cosmético ajuda a remover as células mortas acumuladas na superfície cutânea, deixando-a mais uniforme e luminosa.

Apesar de parecer assustador, o peeling caseiro é superficial e a sua fórmula ajuda a estimular e acelerar o processo de renovação celular. Isto acontece devido aos ácidos que contém, geralmente o glicólico ou o salicílico, que ajudam no processo de desobstrução dos poros.

É comum, quando usa estes cosméticos, sentir um ligeiro formigueiro e a pele ficar rosada, mas essa inflamação é perfeitamente normal. Contudo, se o rosto começar a ‘arder’ ou ficar encarnado, deve remover o produto de imediato e entrar em contacto com o seu dermatologista.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 262, abril de 2022.
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