Como prevenir os sinais de envelhecimento capilar
Tal como a pele, o cabelo começa a perder vitalidade a partir de uma certa idade. Descubra como pode prevenir os sinais de envelhecimento capilar e rejuvenescer os fios, da raiz às pontas, caso o grisalho já esteja instalado.
É aos 30 anos que devemos passar a aplicar cuidados capilares com uma ação rejuvenescedora. Joana Nobre, farmacêutica e diretora técnica no Ales Groupe, explica que “é a partir desta idade que a maior parte dos nossos sistemas de defesa naturais e fisiologia capilar sofrem alterações, decorrentes do envelhecimento cronológico”.
Coincide também com uma maior tendência para o aparecimento de alopecia [queda de cabelo], pelo que a especialista confirma ser esta “a altura ideal para começar ativamente a tratar do cabelo”.
Aqui vamos dar-lhe a conhecer os nutrientes essenciais para o processo de revitalização da sua cabeleira e para prevenir a canície (cabelo branco).
O que pode ajudar?
Quem está a tentar ‘comprar’ anos aos seus fios, deve procurar produtos capilares que contenham fotoprotetores e antioxidantes – vitaminas do complexo A, B, C e E, extrato de vernónia ou polifenóis de uva.
De acordo com Joana Nobre, estes “são considerados os cuidados tópicos ideais”, na medida em que oferecem uma “ação antienvelhecimento capilar comprovada”.
Para um resultado mais eficaz e duradouro, a farmacêutica recomenda fazer uma “suplementação oral com ação antiqueda ou fotoprotetora”. Mas não basta anunciarem esse efeito. As fórmulas devem conter “aminoácidos sulfurados, zinco, vitaminas do complexo B, E, C e A”.
Porquê? Os componentes ativos com propriedades antioxidantes são os mais benéficos, uma vez que têm “uma ação poupadora das células estaminais do folículo”.
Nobre adianta que a melatonina tópica tem vindo a ser investigada e os seus efeitos são promissores: “Parece vir a apresentar resultados muito bons na repigmentação do cabelo”.
Cuidados cosméticos
Existem pessoas que gostam de se ver com o cabelo grisalho, e cada vez mais jovens pintam o cabelo de cinzento, uma tendência que surgiu há um par de anos e não parece que vá sair de moda tão cedo. Acontece que, seja natural ou pintado, este tom é complicado de manter bonito.
Por isso, a especialista aconselha a fazer uma “lavagem semanal com um champô corretor de cor, com corante violeta ou azul, pois são as cores que, de acordo com o círculo cromático, melhor contrariam o amarelar dos cabelos causado pela oxidação”.
À medida que vamos envelhecendo, o cabelo tende a crescer “mais fino e fraco”, pelo que Joana Nobre sugere aplicar “cuidados de haste com ácido hialurónico, cronosferas de manteigas relipidantes, queratina vegetal reestruturante e antioxidantes, para proteção da cor”.
O gene cinzento
A maioria das pessoas conhece alguém que começou a ficar com cabelos brancos muito cedo. Nalguns casos, mais raros, isso chega mesmo a acontecer durante a adolescência. Estarão fatores genéticos na origem?
Joana Nobre confirma que sim: “Algumas canícies precoces podem estar associadas a patologias de base, tais como a doença autoimune da tiroide, anemia perniciosa, vitíligo ou síndrome de envelhecimento prematuro (síndrome de Werner)”.
Para além dos genes, a farmacêutica acrescenta que as hormonas e o envelhecimento cronológico também podem contribuir para o aparecimento adiantado de cãs. Todavia, no fundo, desconhece-se a raiz do problema da perda gradual de pigmentação capilar.
“Há várias teorias, que incluem exaustão das enzimas envolvidas na melanogénese, problemas na reparação do ADN, decréscimo da atividade da enzima telomerase, mecanismos antioxidantes e sinais antiapoptóticos”, conclui.