Sabia que já é possível experimentar bases e outros produtos de maquilhagem sem sair de casa? Esta é apenas uma das novidades, mas há mais.
A cosmética e a tecnologia estão cada vez mais próximas e a prova são os exemplos que lhe iremos mostrar em baixo. Saiba tudo o que o futuro reserva no mundo da beleza.
Tendências de beleza no mundo tecnológico
Tendências do TikTok e não só
A pandemia também incentivou a indústria cosmética a virar-se para o digital para continuar a chegar aos consumidores. A inteligência artificial, a realidade aumentada, as impressões 3D e a análise de ADN são agora parte do vocabulário destas empresas que procuram produzir produtos com crescente potencial de personalização.
As redes sociais tornaram-se o meio preferencial de comunicação. É aí que cada vez mais gente procura inspiração para cuidar da pele, ideias para maquilhagens, informações ou apenas a sensação de pertença a uma comunidade com os mesmos interesses.
Os influenciadores são intermediários privilegiados, e redes sociais como o TikTok explodem com conteúdos de beleza sendo usadas até por profissionais de saúde para passar informações didáticas de forma divertida.
Se encontrar o seu dermatologista a fazer uma dança enquanto aponta os maiores mitos da acne, isso é o futuro sentado à sua mesa de jantar e o melhor é ir buscar mais um prato.
O formato de vídeo curto parece ser ideal para a atenção fragmentada das redes sociais – os 2,8 milhões de utilizadores portugueses do Tik Tok passam em média 52 minutos por dia na plataforma a ver vídeos diferentes, tempo que baste para clicar em links que direcionem para a compra.
O potencial de viralização de tendências no TikTok é exponenciado pela rapidez de partilha. Uma das mais recentes é a de misturar lubrificante íntimo com a base de maquilhagem ou aplicá-lo como primer antes da base.
“O grande impulsionador desta tendência foi o tiktoker Sean Anthony, que já atingiu alguns milhões de visualizações”, conta-nos Joana Nobre, farmacêutica e cofundadora do site Crème de la Crème sobre ciência cosmética.
É bom dizer que “os lubrificantes íntimos estão todos formulados para uma aplicação nas mucosas anal e vaginal, e logo não devem ser aplicados no rosto”, alerta. Conclusão: o futuro nem sempre tem grande discernimento, e o potencial para a viralização da palermice também é grande.
@seananthonyv LUBE AS PRIMER?! #seananthony #makeupfyp #beautytips #makeup #viralmakeup #makeuphacks #beauty #mua #lifehack #lubeprimer
♬ Monkeys Spinning Monkeys – Kevin MacLeod & Kevin The Monkey
Maquilhagem virtual, sim, já é possível
As marcas procuram melhorar as ferramentas da compra online, e a realidade aumentada permite aos utilizadores experimentarem sombras, bases ou batons sem sair de casa. A Sephora foi uma das primeiras, com a ferramenta Virtual Artist disponível na app e que teve grande sucesso junto dos consumidores asiáticos.
A pensar no teletrabalho, a L’Oréal também criou uma linha de maquilhagem virtual, a Signature Faces, para usar no Zoom, Snapchat, Instagram e Google Duo – na prática, funcionam como os filtros do Instagram ou das apps de edição fotográfica, mas o rebranding é tudo.
O universo dos jogos online também é um bom nicho para as marcas de cosmética. Tudo porque alguns destes jogos têm o tema da moda ou beleza e há bastantes jogadoras femininas nos países asiáticos.
Existem já marcas dedicadas ao nicho dos cosméticos virtuais, como a Evenprime, uma marca de cosmética coreana unissexo. Parece que para a identidade virtual dos avatares ser completa eles também têm de consumir e a experimentação dos produtos virtuais pode depois ser conduzida para a compra dos cosméticos reais correspondentes.
Neste ponto, pode ser que o futuro esteja a fumar substâncias alteradoras da consciência, mas há sempre a opção de pedir que vá embora e volte mais tarde. Pode deixar a impressora 3D, uma evolução tecnológica que aplicada ao mundo da maquilhagem permite a impressão de sombras da cor escolhida por nós.
A Mink, por exemplo, funciona fazendo o upload de uma imagem à nossa escolha e a posterior impressão dessas cores em papéis de maquilhagem de onde podemos retirar o pigmento com os dedos ou um pincel. Genial.
Linhas tecnológicas
Além do fenómeno do envelhecimento cutâneo causado pela constante exposição à luz azul dos aparelhos eletrónicos, o universo digital trouxe-nos outra consequência para a pele: o tech neck.
Tal como o nome indica, estas rugas e linhas finas aparecem no pescoço por estarmos permanentemente a baixar e levantar a cabeça quando olhamos para o telemóvel ou computador. O resultado? Um novo tipo de rugas horizontais que afetam, sobretudo, a zona do pescoço e do decote.