Conheça as tendências capilares para este outono

A nova estação traz consigo novidades para o universo capilar e, quer seja nas tendências de cor, corte ou apanhados, existem opções para todos os gostos. Ora veja.

Se, em setembro, as preocupações assentam no regresso às rotinas diárias, em outubro, o caso muda de figura. Quando as tarefas já estão estabelecidas e praticamente automatizadas, a vontade de mudar de visual torna-se mais evidente e nada como trocar de corte ou mudar de cor de cabelo para nos sentirmos melhor.

Enquanto as semanas de moda internacionais podem ditar visuais pouco práticos para o dia a dia, existem tendências mais simples que podem ser replicadas em casa.

Para nos ajudar a descortinar cada uma delas, estivemos à conversa com Mafalda Perfeito, hairstylist e proprietária do salão com o mesmo nome, para que consiga adaptar cada uma delas ao seu gosto. Descubra-as.

Tendências capilares para este outono

Cortes de cabelo

Irreverente, jovem e fora da caixa, este outono quer-se mais edgy do que em anos anteriores, como se pode comprovar pelas principais tendências que o caracterizam.

Segundo Mafalda Perfeito, existem alguns cortes que foram revisitados, porém, apresentam traços modernos e atuais que se adaptam à estação fria.

“O fresh bob distingue-se pelas linhas mais retas ao longo do queixo e por uma franja marcada típica dos anos 1920, ainda assim consegue ser um visual descontraído. Além desta tendência, surgiu o short wolf cut, um corte que já vem da estação passada e muito utilizado principalmente pelas gerações mais jovens. Agora quer-se numa versão mais curta, com as pontas com mais movimento e escadeadas”, explica a hairstylist.

“O long bob continua a ser tendência e é ideal para as pessoas que não querem mudar de imagem radicalmente devido ao seu comprimento médio, a bater pelo ombro, que pode ser acompanhado de franja para algum movimento extra”, continua.

“Por último, o shaggy continua a ser uma das grandes tendências. É um corte semelhante ao short wolf cut, apresentando linhas escadeadas com várias camadas. A grande diferença está no seu comprimento, que pode ir desde o médio, abaixo dos ombros, até ao comprido”, afirma.

“Neste tipo de corte, o escadeado é uma técnica essencial, mas pessoalmente prefiro manter a base reta e cheia”,

conclui.

Apanhados

O filme da Barbie foi talvez um dos mais aguardados do ano e a sua influência refletiu-se em diversas áreas. Na beleza, é fácil pensar apenas nas colaborações de maquilhagem, mas na realidade o cabelo foi talvez um dos universos mais afetados por este filme.

Porquê? Nunca se viram tantos apanhados nas semanas de moda internacionais, com low ponytails trabalhados, tranças inovadoras e até novas formas de usar o coque.

O rabo de cavalo continua a ser uma das fortes apostas da estação; para um visual fácil e elegante, basta atá-lo no topo da cabeça com uma madeixa de cabelo à volta, como se fosse um elástico. Se pretende algo descontraído, faça um low ponytail atado na nuca.

As tranças foram revisitadas e, esta estação, surgem de inúmeras formas com propostas para todos os gostos e situações. Ideais para quando tem pouco tempo ou para um visual descontraído, as tranças caídas atrás são feitas rapidamente e têm um aspeto imperfeito ou pode ainda optar por uma de cada lado do rosto, como fazia em criança.

Já o desfile de alta-costura de Dior provou que as tranças não precisam de ser infantis. Aqui as modelos apresentaram um apanhado elaborado, inspirado na icónica imagem da serpente que engole a própria cauda.

Um pouco mais difícil de elaborar em casa, este penteado é ideal para quem tem cabelo longo ou com extensões. Ainda dentro desta categoria, as tranças holandesas dos desfiles de Akris ou de Antonio Marras tiveram direito a uma mudança de visual e provaram que tanto podem ser utilizadas para o dia como para a noite.

Dentro dos apanhados tradicionais, o coque continua a ser uma escolha segura, porém tanto pode ser usado numa versão clássica como descontraída. Para um aspeto messy, apanhe todo o cabelo na parte superior da cabeça e deixe apenas umas madeixas a emoldurar o rosto.

Já para um visual mais polido, os coques de bailarina estão de regresso e podem ser utilizados por qualquer pessoa. Fáceis de fazer, exigem apenas alguns minutos do seu tempo, uma escova e garantir que não deixa nenhum cabelo de fora.

Dentro das novidades é preciso ainda referir as finger waves e as poupas. As primeiras já tinham sido vistas na estação passada, porém, querem-se agora com pontas mais extremas e evidentes, quase como se fossem uma franja que acompanha a lateral do rosto.

Já as poupas, também conhecidas por topetes, são uma clara homenagem aos anos 1940. O melhor exemplo está no desfile de Ardazaei, onde o cabelo das modelos foi todo torcido e elevado para criar uma espécie de poupa com volume, que acompanha os limites do rosto.

Esta estação, a criatividade é o limite; aproveite para experimentar novas técnicas e sair da sua zona de conforto.

Cores

Se, em anos anteriores, reinavam as cores fantasia, como o rosa, o azul e o verde, este outono regressa à naturalidade, onde dominam as cores quentes.

“Na minha opinião, quando chega o outono-inverno, a tendência é apostar em cores quentes para compensar o frio. Como tal, o chocolate, o dourado, o acobreado são as escolhas principais. Podem ainda surgir alguns vermelhos, mas são cores que não ficam bem a muitas pessoas”, garante Mafalda Perfeito.

“Esta estação, a maioria das tonalidades para o cabelo existe dentro de um espectro mais normal, podem ser cores chamativas, porém são naturais. Desaparece também a tendência de usar as raízes escuras e pontas claras, para dar lugar a transições leves e suaves, onde existe luminosidade tanto nos fios como nas pontas e raízes”, refere.

“Sou da opinião que as bases devem manter-se o mais originais possíveis, mesmo com cabelo pintado, e daí partir
para tonalidades luminosas e quentes”, termina a especialista.

Com a chegada da nova estação, deixamos para trás as madeixas claras do verão, muitas delas provocadas pelo sol e sal, e recebemos os tons outonais típicos desta altura do ano.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 280, outubro de 2023.