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As verdades e mentiras sobre a época balnear

As verdades e mentiras sobre a época balnear

Conheça os mitos de beleza mais comuns sobre a época balnear e descubra tudo neste jogo de verdadeiro ou falso, para que nunca mais fique na dúvida.

Por Ago. 31. 2020

Alguns chegaram até nós pelas nossas mães, outros foram-nos contados por amigas e existe sempre um que aconteceu a alguém que não conhecemos.

O grande problema dos mitos urbanos (neste caso sobre a época balnear) é que eventualmente acabam por conseguir entrar no nosso quotidiano e de uma forma ou outra fazerem parte das nossas rotinas.

Quantas de nós, em adolescentes, não utilizamos pasta de dentes numa borbulha na esperança de a fazer desaparecer? Ou quantas arrancaram um cabelo branco e tiveram medo que surgissem outros sete?

Como tal, chegou a altura de quebrar um ciclo e não perpetuar as histórias populares que ouvimos desde pequenas.

Os mitos mais comuns sobre a época balnear

1. Se usar protetor solar, não absorvo a dose diária de vitamina D

É verdade que a vitamina D pode ser produzida através da exposição aos raios UV, mas também é verdade que a exposição a estes raios pode desenvolver cancro da pele.

A proteção solar não é linear e um FPS elevado não significa que estejamos protegidos a 100%, já que existe uma pequena percentagem de radiação UV que atinge a pele. Essa percentagem é suficiente para o metabolismo, logo ao utilizar protetor solar também absorve vitamina D em segurança e sem riscos para a saúde.

2. Um bronzeado uniforme é sinal de uma pele saudável

A pele bronzeada é algo esteticamente agradável e um dos padrões de beleza da sociedade moderna. No entanto, o próprio bronzeado é um mecanismo de defesa da pele perante uma agressão, a exposição solar.

Apesar de parecer bonita e uniforme, a verdade é que o sol está a criar danos irreversíveis na pele.

3. A acne melhora se apanhar sol

É realmente verdade que o sol seca a pele, porém, esta reage produzindo mais óleo o que acaba por bloquear os poros. Alem disso, os pacientes que estejam a fazer tratamentos para a acne através de via oral ou tópica ficam ainda mais suscetíveis ao sol.

A exposição prolongada pode originar uma reação alérgica que aumenta a espessura da pele e a quantidade de acne.

4. Os protetores solares podem ser usados de um ano para o outro

Como qualquer cosmético, os solares têm um prazo de validade e com o passar do tempo perdem a sua eficácia.

Procure pelo símbolo da embalagem aberta e veja o número que se encontra lá dentro, esse equivale ao número de meses que pode usá-lo depois de aberto.

O protetor solar deve ser aplicado diariamente, independentemente do fototipo da pele

5. Utilizar um solar com fator de proteção elevado protege o dobro de um de um fator mais baixo

O que está em causa no índice de proteção não é apenas o valor da proteção, mas sobretudo a sua duração.

O fator de proteção representa o tempo a mais que a pele fica protegida. Isto significa que, se a pele demora cinco minutos a sofrer uma queimadura UV sem proteção, ao aplicamos um FPS15 a pele estará protegida 15 vezes mais tempo.

6. Não me queimo se estiver à sombra

É um dos mitos mais antigos sobre a época balnear e que continuam a suscitar algumas dúvidas. Mesmo que esteja à sombra pode queimar-se, visto que as radiações UV são refletidas nas superfícies que estejam perto, como a areia ou água.

É fundamental compreender que não é a luz visível que danifica a pele, mas sim a radiação UV.

7. Se usar um protetor solar resistente à água não preciso de reaplicar

Infelizmente, nenhum protetor solar é verdadeiramente resistente à água. A cada dois banhos de 20 minutos, dá-se sempre uma perda da capacidade da proteção até 50%.

Como tal, não se esqueça de ir aplicando o protetor ao longo do dia.

8. Se utilizar protetor solar de índice elevado não me vou bronzear

Tal como já foi referido, nenhum protetor solar protege a 100% da radiação UV. Estas radiações são responsáveis pelo efeito bronzeado da pele, logo mesmo quando usa um solar acaba sempre por se bronzear.

O sol não ajuda a melhorar a acne, na verdade piora

9. Quando está mais calor há um maior índice UV

Isto não é verdade pois muitas vezes as temperaturas não estão tão altas, em dias de vento por exemplo, mas os raios UV estão lá. Por isso, é possível surgirem queimaduras em dias de vento ou quando está nublado.

Antes de sair de casa, pode consultar o índice de radiação ultravioleta no Ipma.pt. Um índice de três a cinco é moderado, já um índice acima de seis é considerado elevado.

10. Pessoas com pele mais escura não precisam de protetor solar

O protetor solar é sempre necessário independentemente do tom da pele, visto que esta pode sempre ser danificada pelo sol. Ao não usar um solar por ter um fototipo mais escuro, está a aumentar o risco de fotoenvelhecimento.

11. Apanhar um escaldão de vez em quando não faz mal

Sabemos que a maioria das pessoas já apanhou um escaldão ao longo da vida e isso não significa que irá obrigatoriamente ter cancro da pele. Porém, isto aumenta significativamente a possibilidade de vir a desenvolver um cancro, principalmente os escaldões que se apanham quando somos novos.

Estudos demonstram que apanhar um escaldão entre os 15 e os 25 anos, aumenta o risco de cancro da pele em 50%.

12. Usar um after sun é igual a usar um hidratante

O after sun tem como função acalmar a pele agredida pelo sol e reparar os danos causados nas células cutâneas.

Estes produtos são formulados com ingredientes específicos que reconstruem o filme hidrolípidico da pele, apaziguam o ardor e ainda conferem uma sensação de frescura.

A zona delicada dos olhos e lábios deve ser protegida, tal como qualquer outra parte do rosto

13. Não preciso de usar protetor se o hidratante de rosto já tiver proteção solar

Este mito é potencialmente perigoso, visto que os produtos de maquilhagem ou os hidratantes de rosto com FPS acabam por dar uma falsa sensação de segurança.

Geralmente os índices de proteção solar destes produtos são baixos e não protegem a pele adequadamente, nem durante o tempo necessário.

14. O cloro tinge o cabelo louro de verde

Todas conhecemos alguém cujo cabelo ganhou algumas tonalidades verdes depois de um mergulho numa piscina com cloro. No entanto, não é o cloro que faz com que isto aconteça, mas sim o cobre presente na maioria dos algicidas.

Pelo sim, pelo não, prenda o cabelo num topknot e não o molhe para garantir que mantém o seu louro no tom original durante a época balnear.

15. A pele dos lábios não precisa de proteção solar

Atualmente já encontra vários batons com proteção solar e não é por acaso. A pele desta área é extremamente sensível e, ao contrário do que a maioria pensa, é possível apanhar cancro da pele nesta zona.

16. Apanhar sol de boca aberta branqueia os dentes

O sol não tem nenhuma influencia na tonalidade dos dentes. Porém, quando estamos expostos ao sol ficamos bronzeados e o contraste do tom da pele com a cor dos dentes é maior. Isto dá a ilusão de que temos os dentes mais brancos.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 242, agosto de 2020.
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