Nada na vida de um pai ou de uma mãe é mais importante do que os seus filhos. “80,4% dos pais portugueses mostra-se muito preocupado pelo futuro da felicidade dos seus filhos”, revela um estudo realizado pela loja de brinquedos Imaginarium. A mesma investigação diz que, há medida que crescem aumentam, progressivamente, os sentimentos de infelicidade.
Para Rui Lima, membro do painel de especialistas da Imaginarium, isto é “expectável”:
Se, por um lado, o estudo conclui que não passar o tempo com os pais, não ter tempo suficiente para brincar e ficar de castigo são os principais motivos de sentimentos de tristeza, por outro, o estudo revela que os valores positivos, da amizade, relações sociais e familiares e incentivo para um estilo de vida saudável são os mais importantes para a construção da felicidade futura das crianças. De acordo com pais que participaram na investigação, sentirem-se “ouvidos e queridos”, passarem tempo de qualidade com os educadores e reforçar a autoestima dos miúdos são alguns dos aspetos que contribuem para a sua felicidade.
6 aspetos importantes para educar crianças felizes
1. Ter um ambiente familiar feliz e equilibrado
Christine Carter é directora de um centro de investigação da Universidade de Berkeley. Foca as pesquisas nas áreas da sociologia, psicologia e neurociência e é autora do livro Educar para a Felicidade. É aqui que explica que várias investigações mostraram que mães com tendências depressivas podem influenciar resultados negativos no comportamento e estado emocional das crianças. Já o riso e a felicidade são “contagiosos”.
2. Incutir-lhes a importância da construção de relações saudáveis
De acordo com o mesmo livro, a capacidade de sentir empatia deve começar a ser desenvolvida desde cedo, uma vez que contribui para a integridade das pessoas. E este é um aspeto que ajuda na construção de adultos felizes.
3. Não incutir a perfeição, mas o esforço (e ter tempo para brincar)
Christine Carter explica que “mães que os pais que enfatizam demasiado a obrigação do sucesso nos filhos, têm maior tendência para terem filhos com altos níveis de depressão, ansiedade e abuso de substância, quando comparados a outras crianças.” O tempo para brincar funciona, de acordo com a médica, como uma espécie de meditação. Dar-lhes tempo para estarem consigo mesmos é essencial para “crescer e aprender”.
4. Ser otimista
O otimismo está diretamente relacionado com a felicidade, logo, poderá ajudar na educação de crianças felizes. A lógica é a mesma. Miúdos que vêem o mundo de forma otimista têm menor probabilidade de desenvolver quadros clínicos depressivos. De acordo com a médica, uma visão positiva do mundo contribui para um maior sucesso escolar, para uma saúde mais forte e saudável e ainda para casamentos mais felizes.
5. Educar a inteligência emocional e a a auto-disciplina
Ninguém nasce com inteligência emocional. E ela é essencial para educar crianças felizes. Assim, esta característica, que consiste na capacidade de analisar, de forma racional, as emoções desencadeadas por diferentes situações, deve ser treinada desde cedo. Conseguir dominar o lado emocional e compreender os sentimentos é fundamental para o futuro. Ensinar os miúdos a ouvirem-se e a aceitarem determinados sentimentos deverá, desta forma, fazer parte da educação no processo de crescimento.
Um dos pontos importantes da inteligência emocional passa por ensinar aos miúdos o conceito da disciplina e da capacidade de resistir a impulsos, que levam à ponderação e capacidade de análise.
6. Jantar em família
O tempo em família é essencial para o desenvolvimento de crianças e de adultos felizes. “Estudos mostraram que crianças que jantam em família regularmente são emocionalmente mais estáveis e que têm menor probabilidade de abusar em substâncias como álcool e drogas. Têm melhores notas, têm menor sintomas de depressão, sobretudo no caso de miúdas adolescentes. Há ainda menor probabilidade de ficarem obesas ou de desenvolverem problemas do foro alimentar”, diz Christine Carter.
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