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Afinal, ter nojo de certas coisas não faz de si esquisita

Afinal, ter nojo de certas coisas não faz de si esquisita

Sabia que a aversão a determinados objetos  e comportamentos é crucial para a nossa sobrevivência? É a ciência que o diz.

Por Set. 4. 2018

“Que nojo!” Quantas vezes é que não repetiu já esta frase ou a ouviu? Um estudo realizado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e pela Universidade de Brunel, também na capital inglesa, identificou seis tipos de objetos e comportamentos que metem nojo a grande parte da população mundial e, curiosamente, estão todos associados à nossa sobrevivência.

E porquê? Porque estão relacionados com as principais modalidades de transmissão de vírus, bactérias e toxinas, tudo aquilo que queremos evitar para ficarmos longe de doenças e intoxicações alimentares.

Microrganismos invisíveis

As seis categorias definidas são: falta de higiene (odor corporal, casa de banho suja, lenços usados…), contacto com animais e insetos (baratas, ratos, infestações…), práticas sexuais promíscuas; indivíduos com uma imagem pouco comum (obesos, corpos amputados, rostos desfigurados…), feridas e lesões de todo o tipo e, por fim, comida estragada.

Isto significa que, de acordo com a investigação publicada na revista Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, já que não conseguimos ver os microrganismos que nos causam problemas de saúde, evitamos as circunstâncias aos quais os associamos.

Mícheál de Barra, psicólogo da Brunel University e coautor do estudo em questão, lembra que “apesar de ter sido apenas no século XIX que se descobriram os mecanismos de transmissão de doenças, este estudo mostra claramente que a nossa espécie tem uma compreensão intuitiva do que deve evitar para se manter saudável”.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores reuniram 2500 voluntários e colocaram-nos perante 75 cenários potencialmente associados a riscos de infeção – usar o desodorizante em stick de alguém, pisar uma lesma com o pé, contactar com pelos de gatos, entre outros –  e pediram-lhes para valorizar cada um, numa escala que ia de ‘nada nojento’ a ‘extremamente nojento’.


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A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 218, agosto de 2018