Há muitos motivos que nos levam a escolher Tenerife como o próximo destino de férias, mas um deles é descobrir (ou melhor provar) os vinhos desta região.
Seja branco, tinto ou rosé, quando se abre uma garrafa proveniente das castas daquela que é a maior ilha das Canárias, prova-se um terroir único, feito pelo clima e pela geologia particulares da ilha.
Não há margem para dúvidas, o solo vulcânico, os ventos alísios e a complicada orografia deixam o seu cunho nos vinhos locais.
Listán blanco, moscatel, verdelho, marmajuelo, malvasia, torrontés e Pedro Ximénez são algumas das castas que se cultivam na maior ilha das Canárias e que dão origem a vinhos únicos que estão a ser, cada vez mais, reconhecidos
Tenerife é uma ilha que apaixona à primeira vista, e argumentos não faltam. A começar pelas excelentes temperaturas durante todo o ano, as suas praias e piscinas naturais, o imponente Vulcão Teide (o ponto mais elevado de Espanha), as fantásticas florestas de laurissilva do Parque Rural de Anaga…
Mas a conhecida Ilha da Eterna Primavera esconde um segredo que agora vamos revelar: os seus vinhos únicos e o impressionante património vitivinícola. Destacam-se seis denominações de origem.
A primeira foi outorgada em 1985 aos vinhos de Tacoronte-Acentejo, depois seguiu-se Valle de La Orotava, Ycoden-Daute-Isora, Valle de Güímar, Abona e D.O.P Islas Canarias.
A origem dos vinhos de Tenerife
Em 1497, o português Fernando de Castro plantou a primeira vinha em solo de Tenerife, dando início a uma cultura vitivinícola que perdura até hoje e que tem vindo a ganhar uma relevância ímpar.
Um dos momentos mais importantes remonta ao século XVI quando os vinhos de Tenerife foram exportados para a Europa e elogiados por personalidades como Shakespeare e Walter Scott.
De facto, a natureza vulcânica, a orografia e a influência dos ventos alísios originam microclimas díspares e uma variedade de solos que permite um grande número de castas e, consequentemente, uma maior qualidade de produção.
Em destaque
Os vinhos brancos foram dos primeiros a ser produzidos em Tenerife, pela mão de colonizadores que cultivaram as uvas brancas Malvasia que têm origem na Grécia Antiga.
De referir que a produção de vinhos com Malvasia foi crucial para a economia da ilha canária durante séculos. Atualmente, a ilha produz uma variedade de vinhos brancos que acompanham pratos requintados nos melhores restaurantes das Canárias.
Com aromas frutados e florais, são vinhos bastante apreciados com boa estrutura de boca. Os brancos secos, já com a junção de castas como listán branco, albillo e verdello, estão a evidenciar-se no mercado premium.
Experiências vitivinícolas
A Casa del Vino, em El Sauzal, também conhecida por Casa Museo Insular de la Vid y el Vino de Tenerife, é um dos pontos obrigatórios para saber mais sobre o vinho local.
Foi edificada para centralizar a atividade vínica para elevar a qualidade. Hoje, é um museu, uma vinoteca e uma sala de provas.
Imperdíveis também são as várias bodegas (quintas de produção vínica), onde é possível conhecer o processo de produção do vinho, bem como prová-lo.
Nelas, o vinho junta-se a petiscos – o pairing com os queijos de Tenerife é muito apreciado –, a produtos da gastronomia local e até é possível fazer um brunch nas vinhas.
Mas os vinhos da ilha são ideais para qualquer ocasião e lugar, portanto as praias ou as ruas de San Cristóbal de La Laguna, cidade Património da Humanidade pela UNESCO, também são perfeitas para os degustar.