Bem-estar

Cancelar um plano não desejado pode deixá-la mais feliz, afirma novo estudo

Marcar planos e, quando chega a hora, deixar de ter vontade de ir. Quem nunca? Apesar de nos convencermos a ir na mesma, um novo estudo mostra que cancelar planos não desejados pode contribuir para o nosso bem-estar. Perceba porquê.

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Cancelar um plano não desejado pode deixá-la mais feliz, afirma novo estudo Cancelar um plano não desejado pode deixá-la mais feliz, afirma novo estudo
© Pexels
Mafalda Barbosa
Escrito por
Jul. 25, 2022

Lembra-se daquele plano que combinou com as amigas há uma semana, mas que, entretanto ficou sem grande vontade de ir? Ou aquele jantar que marcou para hoje à noite, mas agora tudo o que quer é ficar a descansar? Bem, talvez esteja na hora de os esquecer.

Muitas vezes, pode acabar por prosseguir com as combinações porque se convence que, assim que chegar a hora, a sua vontade irá mudar. No entanto, apesar de sermos seres sociais, nem sempre estamos no mood e é preciso percebermos os nossos limites e respeitarmos as nossas vontades.

É essencial, no meio de todos os eventos sociais, guardarmos algumas ocasiões só para nós, mesmo que isso signifique cancelar planos que já estavam na agenda há algum tempo.

Então, o que fazer? Será que prosseguimos com o planeado mesmo sem vontade (quem sabe, depois, até nos pode saber bem) ou optamos por cancelar e reservamos esse tempo para nós?

Conviver com outras pessoas contra a nossa vontade tem um impacto mais negativo do que estarmos sozinhas sem o desejarmos

Cancelar planos por um bem maior?

Segundo o estudo publicado no Journal of Happiness, cancelar planos não desejados pode ter um impacto positivo no seu bem-estar.

Para chegar a esta conclusão, foram analisadas as interações sociais de 155 estudantes durante dez dias, que reportavam três vezes ao dia como tinha sido a experiência.

Entre as informações divulgadas, contaram se estavam sozinhos ou acompanhados, se tinha sido uma atividade positiva ou negativa, se estavam satisfeitos e se a mesma lhes dava alguma sensação de propósito e controlo.

Os estudantes relataram estar com outras pessoas 60% do tempo e sozinhos 40%. Averiguou-se também que cerca de 64% dessas situações foram por escolha, enquanto 36% não foram.

Chegar a conclusões

Após a análise da vida social destes estudantes, os investigadores explicaram que a possibilidade de tomar a decisão, isto é, escolher entre socializar ou não, acaba por ter mais impacto na nossa felicidade do que escolhermos estar sozinhas ou acompanhadas.

No fundo, conviver com outras pessoas contra a nossa vontade tem mais consequências negativas para o nosso bem-estar do que estarmos sozinhas sem o desejarmos.

O nível mais alto de satisfação pessoal foi verificado nos estudantes que estavam a conviver com outros porque o desejavam, sendo que o mais baixo não estava naqueles que estavam sozinhos, mas sim nos que participavam em atividades sem vontade.

O investigador principal do estudo, Liad Uziel, explicou ainda que estudos mais antigos mostraram que eventos sociais podem ser emocionalmente muito intensos, pelo que pode ser uma das razões pela qual a nossa vontade pessoal importa tanto. 

É essencial, por isso, que dê valor à sua vontade quando está a planear uma saída. Apesar de interações sociais serem necessárias e terem efeitos muito positivos no nosso bem-estar, o oposto também pode ser verdade.

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