Crónica: Como alinhar os papéis de mulher, mãe e profissional com que o realmente queremos
Gerir os diferentes papéis que desempenhamos na nossa vida diária requer uma enorme quantidade de energia que nem sempre está disponível. Eis algumas perguntas que pode fazer a si mesma que a podem ajudar.
Já lhe aconteceu dar por si sem se reconhecer? Com a sensação de que a realidade a ultrapassou e a pessoa que a vive está em piloto automático, envolvida num turbilhão de solicitações que pouco tempo lhe deixam para parar, centrar-se e conseguir responder à pergunta que insistentemente se coloca: afinal, quem sou eu?
Quanto mais habituadas estamos a fazer de conta que está tudo bem, na ânsia de corresponder às expectativas de terceiros, mais afastadas estamos da nossa essência.
Está na hora de refletir
Na vida agitada de todos os dias, somos confrontadas com a necessidade de dar resposta a uma infinidade de questões que têm impacto pessoal, familiar e profissional. O modo como escolhemos responder a essas questões depende da forma mais ou menos coerente com que vivemos os nossos diferentes papéis.
Experimente refletir um pouco sobre estas perguntas.
Enquanto mulher
1. Se tivesse de avaliar o seu nível de qualidade de vida, como o pontuaria?
2. Como mulher, o que quer para si?
3. O que a realiza enquanto pessoa?
4. O que gosta realmente de fazer e o que lhe permite carregar baterias e fazê-la sentir-se bem consigo mesma?
5. Como se imagina daqui a um, três e cinco anos?
6. Que recursos – pessoais, financeiros e sociais – tem e quais sabe que precisa desenvolver ainda mais?
Conhecermos os valores que nos orientam e a forma como se organizam em termos de prioridade vai fazer com que sejamos capazes de tomar decisões de modo mais fácil e com resultados bem mais gratificantes.
Enquanto profissional
1. Gosta do que faz?
2. Quais são os seus objetivos de carreira?
3. O que está nas suas mãos fazer para se sentir devidamente reconhecida e recompensada pelo seu trabalho?
Enquanto profissionais, quantas vezes permitimos que sentimentos de inferioridade se sobreponham, fazendo com que nos calemos e que não lutemos por aquilo que ambicionamos? As consequências são, muitas vezes, a acomodação, o ressentimento e a frustração… que são transportados connosco e contaminam as outras áreas da nossa vida.
Enquanto mãe
Muito se fala de maternidade, de ser mãe e das várias maneiras de viver esta realidade, como mãe trabalhadora ou mãe a tempo inteiro. Seja qual for a forma como assumimos essa função, teremos de nos confrontar com uma realidade que muda por completo o modo como víamos a vida e como passamos a ver-nos a nós mesmas.
1. O tipo de mãe que idealizou corresponde à mãe que é hoje?
2. Como se sente enquanto mãe?
3. Que tipo de mãe quer ser no futuro?
4. Que relação quer construir com os seus filhos e como planeia criá-la?
É importante perceber se a sua visão da maternidade tem em conta os seus valores enquanto mulher e enquanto profissional. A falta de equilíbrio pode conduzir a sentimentos de culpa que têm subjacentes conflitos que importa conciliar. Só uma mulher feliz e confiante poderá ensinar os seus filhos a serem-no também!
Veja se estas situações lhe são familiares:
• Devia ir buscar os seus filhos, mas acaba por não ser capaz de deixar o trabalho;
• No seu trabalho e na sua vida pessoal sabe que dá o seu máximo e, ainda assim, sente que está aquém das expetativas;
• Sente-se estagnada na carreira, e, ao mesmo tempo, sem tempo nem energia para fazer mudanças;
• Adora as suas crianças e ainda assim suspira por um momento em que se possa focar apenas em si.
Prioridade nº 1: eu
Gerir os diferentes papéis que desempenhamos na nossa vida diária requer uma enorme quantidade de energia que nem sempre está disponível. Responder a tudo o que consideramos ser a nossa obrigação sem, entretanto, tratarmos de nos manter equilibradas resulta, normalmente, em elevados níveis de stresse, na acumulação de sentimentos negativos, diminuição da autoestima e menor qualidade de resposta às situações do dia a dia.
Poderá ser necessário encontrar tempo e espaço para se comprometer seriamente consigo mesma, para analisar o que quer para a sua vida, para voltar a ganhar foco, clarificar os seus valores e prioridades, perceber onde e como quer produzir mudanças. Ser capaz de perceber que crenças suportam o seu pensamento e condicionam as suas acções, bem como validar ou não a sua continuidade, pode ser determinante para a sua qualidade de vida.
Investir em si deverá ser uma prioridade. Fazê-lo irá ajudá-la a encontrar as respostas que necessita para se sentir inteira em si mesma.
São Luz é astróloga e coach. Desde 2002, dedica-se a diversas áreas do autoconhecimento e do desenvolvimento pessoal como ferramentas para um melhor entendimento de cada etapa da vida. Pode acompanhá-la no Facebook e Instagram.