Em coaching e mentoria trabalhamos a mudança, tanto com clientes individuais, como com executivos e também com empresas. E começo por dizer que os projetos nem sempre seguem para a frente quando de facto nos deparamos com clientes que querem mudar, mas não estão dispostos a fazer nada por isso.
Muitas vezes pensam que estão, mas não estão. Quando lhes solicitamos próximos passos, alterações de metodologias ou comportamentos, nada acontece.
Podem ser várias as razões que justifiquem esta inércia, entre elas o medo. Ou então a habituação. Todos sabemos que o ser humano é um ser vivo de hábitos. Esses hábitos podem até nem ser aqueles que mais nos desenvolvem, mas são… hábitos.
É a nossa zona de conforto a falar mais alto. E, se permitirmos, é aí que vamos ficar o resto da nossa vida: a querer muito mudar, porque conscientemente sabemos que a mudança é melhor, mas a não “conseguir” porque o hábito nos prende na zona que conhecemos.
Sei que falo e escrevo muito sobre este tema, e faço-o porque é fundamental que se perceba: sem mudança nada de diferente vai acontecer na nossa vida. E por isso decidi escrever sobre este tema hoje, colocando à sua disposição algumas dicas (como sempre!) que poderão ajudar a enfrentar situações de mudança sem enlouquecer.
Mas, antes de seguirmos para as dicas, gostava de falar sobre a palavra “enlouquecer”. Muitas vezes, partimos do princípio que enfrentar a mudança significa fazermos tantos sacrifícios e alterações na nossa vida que podemos perder a paz de espírito.
E “paz de espírito” inclui: estabilidade (familiar, profissional), tranquilidade, descanso, e até saúde. E a boa notícia é que mudar não significa enlouquecer. Se a mudança for planeada, se existir um foco, sei por experiência que não nos trará loucura mas sim evolução, crescimento, satisfação.
Se conseguirmos “re-significar” este conceito na nossa mente, é bem provável que comecemos a olhar para a mudança com outros olhos e, acima de tudo, a querer mudar.
Mudar sem enlouquecer pressupõe planeamento, dedicação, foco, entrada em ação. E isso, todos nós conseguimos fazer, certo? Agora a questão é: será que queremos MESMO mudar? Deixo a resposta consigo. Muitas vezes a questão é essa: não queremos. É uma decisão que tomamos, e como todas as decisões, tem as suas consequências.
8 dicas para mudar sem enlouquecer
1. Faça planos, trace uma estratégia definida no tempo
Se não existe data definida para concretizar pequenos objetivos, então provavelmente esse objetivo não será atingido. Faça uma linha do tempo, a seis meses ou um ano, e descreva (com datas!) o que tem de acontecer para que a mudança se dê na sua vida. É como se fosse um mapa orientador da sua caminhada.
2. Escreva tudo. Escrever compromete
Tenho bastantes clientes que me dizem “Mafalda, eu tenho tudo na minha cabeça”… Mas isso não é o suficiente. Escreva, acredite em mim, faz uma enorme diferença! Descreva a mudança que deseja implementar na sua vida. Organize a sua cabeça.
3. Dê pequenos passos diários rumo à mudança
No final de cada dia, deverá fazer um balanço e perguntar: o que fiz hoje em concreto que me ajude a concretizar a mudança que desejo? Se não fez nada, tenho uma boa notícia para si: amanhã é um novo dia, e em vez de um pequeno passo deverá dar dois.
4. Celebre cada pequena conquista
Como? Da forma que lhe souber melhor. Mas celebre. E existem muitas formas de celebrar que não têm custos em tempo nem em dinheiro. Deixe-se de desculpas e assuma as suas pequenas conquistas. Não tenha problemas com isso.
5. Partilhe os seus planos de mudança com pessoas de confiança
Este é outro tema onde me foco bastante, tanto nos workshops que desenvolvo, como nos programas de coaching e mentoria individual que implemento. Rodeie-se da sua tribo. Se não tem, comece a formar um grupo de pessoas que lhe deem todo o suporte do mundo. Seja feliz com essas pessoas, porque elas também são felizes consigo.
6. Peça ajuda
Sabia que ao pedir ajuda, a grande maioria das pessoas vai-se sentir envolvida na sua mudança? Vão com certeza ajudá-la ainda mais do que esperava, e isso é maravilhoso. Não tenha problemas em pedir ajuda. As pessoas gostam de ajudar. Experimente.
7. Informe-se ao máximo
Informação é poder, por isso recolha o máximo de informação necessária para poder tomar melhores decisões e para reduzir o impacto da mudança.
8. Espere o melhor, visualize a concretização feliz da mudança
O nosso cérebro, a nossa mente, também são “seres de hábitos”, por isso crie para si mesma o hábito de atribuir um novo significado a certos conceitos, como por exemplo: mudar. Ao acreditarmos que a mudança nos desenvolve, será mais fácil dar o primeiro passo.
Conte-me tudo: está a pensar mudar algo na sua vida? Profissionalmente? Pessoalmente? O que está a pensar fazer nesse sentido? Vou adorar saber.
Mafalda Almeida é a coach pioneira em Desenvolvimento Feminino, afirmando-se assim no mercado do desenvolvimento pessoal. É a autora do livro Veja em si a Melhor Mulher do Mundo (Marcador, 2018) e pode acompanhá-la através do seu site, Instagram e Facebook.