Crónica. Olhe para dentro, antes de mudar de trabalho
“Muda de vida, se não vives satisfeito”. Cantada por António Variações ou na versão dos Humanos, é uma letra que devemos recordar constantemente. Mas não sem antes avaliar o que gostamos e queremos.
Pois é, já estamos em 2024 e acredito que a grande maioria de nós tenha definido objetivos (ou intenções, pelo menos) no âmbito profissional. E ainda bem!
A verdade é que podemos tentar rejeitar a mudança e o desconhecido, bem como a saída da zona de conforto, mas também é verdade que, quando não estamos a evoluir, estamos a morrer. Por isso, ainda bem que, bem no fundo de nós, procuramos sempre melhores experiências e condições de vida!
E eu disse “bem no fundo de nós”… Pois é, esta expressão foi propositada. Explico porquê: no que toca à gestão da nossa carreira profissional, convém termos consciência sobre quais são os nossos valores fundamentais na vida, aquilo que realmente procuramos no âmbito profissional.
Será que o valor “família” está em concordância com uma promoção no emprego que implique ir viver para outro país? Ou será que o valor “liberdade” é honrado num emprego das 9h às 18h?
Com isto, quero dizer que, antes de passarmos para uma estratégia lógica no âmbito da gestão de carreira, devemos olhar para dentro de nós e perceber o que é que realmente importa.
Acredito que seja esta a principal razão pela qual as pessoas se tornam infelizes nos seus empregos: a não concordância entre valores pessoais e os valores da empresa para a qual trabalham.
O mundo do trabalho, agora
A visão do mundo foi altamente alterada há três anos. Já não trabalhamos só pelo vencimento e pelas condições. Procuramos uma (ou várias) ocupações profissionais que nos permitam sentir equilíbrio e felicidade.
Procuramos, inclusivamente, ter mais do que uma ocupação profissional! E esta tendência deixa-me muito feliz, se me permite. Acredito e defendo a ideia de que não devemos fazer a mesma coisa a vida inteira.
Podemos e devemos experimentar várias áreas, que estejam de acordo com o que procuramos, com a pessoa que somos e com aquilo que queremos para nós.
Sim, mais uma vez: os valores pessoais, o nosso interior e o nosso autoconhecimento ganham destaque nesta questão da gestão de carreira.
Qualquer que seja o ano e o contexto, qualquer que seja a “melhor altura”, por favor: olhe para dentro de si, antes de fazer uma estratégia de gestão de carreira. Vai verificar que as decisões se tornam muito mais fáceis!