Muito se tem falado sobre o conceito de sustentabilidade, e ainda bem que assim é. Falamos sobre o ambiente, sobre o reaproveitamento, sobre uma maior consciência do nosso lugar no mundo e, acima de tudo, do equilíbrio que podemos criar com tudo o que nos rodeia. Os recursos são escassos e, infelizmente, só agora é que estamos a fazer alguma coisa para lidar com isso. Esperemos que não seja tarde.
Mas será que pensamos na nossa mente da mesma forma? Será que lhe damos a mesma atenção? Será que para nós o conceito de “mente sustentável” faz sentido?
Afinal, o que é que isto significa? Significa termos maior consciência daquilo que se passa na nossa mente. Significa aproveitarmos os nossos pensamentos da melhor forma, olhando para eles como recursos inesgotáveis, o que é maravilhoso. No entanto, por serem recursos inesgotáveis, precisam também eles de ser bem geridos.
Ter uma mente sustentável é ter uma mente saudável, que tem consciência do que se passa dentro de nós, e que nos dá a oportunidade de melhorar o que tiver de ser melhorado ao nível do pensamento.
Uma mente sustentável é uma mente equilibrada, é como se fosse uma parceira nossa, que sabe onde se deve desenvolver, para bem de todas as partes envolvidas (nós, o mundo, a nossa alma), e sabe também onde estancar aquilo que não contribui para melhores resultados.
Tal como a gestão de um ambiente mais sustentável, uma mente que se conhece é uma mente que aproveita melhor os recursos que tem. E isto acontece quando a nossa “massa cinzenta” trabalha a nosso favor, quando está orientada e focada no sentido de encontrar aquilo que lhe pedimos e de nos ajudar a chegar onde queremos chegar.
Há que olhar para ela e para os nossos pensamentos como nossos aliados. E, quando estes começam a deslizar para o lado negativo (que todos o temos), há que reverter esta tendência de forma consciente, trazendo à memória coisas boas, circunstâncias felizes.
A mente pode de facto ser treinada neste sentido e tornar-se, assim, mais sustentável. Para isso há que saber trabalhar nos seus recursos da melhor forma, gerindo este conceito da mesma forma como gerimos o conceito de sustentabilidade (numa perspetiva mais macro).
Como treinar a mente no dia a dia
1. Comece bem o seu dia. Evite ser como algumas pessoas que afirmam que se levantam à pressa e se deitam à pressa. Ou seja: passam o dia a correr, sempre atrasadas e sem qualquer capacidade de controlo do que possam estar a fazer e a pensar.
2. Aposte num sono de qualidade. Ter um sono com pouca qualidade significa que nos estamos a preocupar com algo. As preocupações só servem para nos “pré-ocupar” a mente com medos e minar o nosso descanso com ansiedades relativamente a eventos da nossa vida.
Se tiver alguma “pré-ocupação”, ou algo que esteja a comprometer o seu descanso, escreva sobre esse assunto antes de dormir, anote o que falta fazer. E depois descanse. Descansar é tão importante como trabalhar e produzir.
3. Tenha um diário de gratidão. Existem várias evidências que nos comprovam o enorme poder de nos sentirmos gratos. Isto obriga a nossa mente a focar-se em encontrar mais razões para nos sentirmos gratos e isso funciona como uma “bola de neve” positiva.
Aquilo em que nos focamos aumenta de dimensão, por isso, foque-se em ter razões para se sentir grata.
4. Faça sempre a diferença na sua vida, todos os dias. Faça algo por si, trate de si.
5. Faça algo por alguém todos os dias.
São pequenos passos que nos ajudam bastante a tornar a nossa mente sustentável. E já reparou que, ao implementar estes passos, está também a trabalhar de forma direta e indireta na sustentabilidade ambiental?
Somos todos uma só energia. Estamos todos conectados. Se fizermos todos a nossa parte, o futuro será muito melhor, e tudo tem início na nossa mente. Sempre foi assim.
Mafalda Almeida é a coach pioneira em Desenvolvimento Feminino, afirmando-se assim no mercado do desenvolvimento pessoal. É a autora do livro Veja em si a Melhor Mulher do Mundo (Marcador, 2018) e pode acompanhá-la através do seu site, Instagram e Facebook.