Crónica. Mudar de emprego, em qualquer idade

Só a palavra “mudar” já assusta, eu sei. Nós resistimos ao máximo à mudança, embora procuremos melhores resultados. Queremos mais e melhor, queremos ser mais felizes no âmbito profissional, mas congelamos só de pensar em desafios novos, fora da chamada zona de conforto.

Mudar de emprego não era bem visto, porque fomos forçados a acreditar que devíamos fazer de tudo para nos mantermos o máximo de tempo possível numa determinada empresa, ou cargo. Tínhamos de “aguentar” (como eu detesto este verbo!).

Acontece que não temos de aguentar, e fico muito feliz por começarmos a acreditar nisso, e por finalmente estarmos a honrar os nossos sonhos, talentos, e objetivos profissionais. Sei que não depende só de nós, porque existe quase sempre uma “entidade empregadora”, mas devemos responsabilizar-nos ao máximo pela parte que controlamos: nós, a nossa estratégia, a nossa mentalidade, o nosso caminho.

Assim, e porque acompanho bastantes clientes em contexto de mudança de emprego ou empresa (de várias idades), aqui ficam alguns passos que considero serem de enorme importância caso esteja a considerar mudar de emprego.

O que ter em conta

1º- Autoconhecimento, rumo a decisões mais assertadas. Uma mudança deverá estar sempre de acordo com os nossos valores, objetivos, intenções. Se mudarmos só movidos por uma força exterior, ou uma razão superficial, muito provavelmente não iremos ser felizes no novo contexto profissional. Conheça-se primeiro! E não fuja disso…

2º – Pessoas! Precisamos delas: networking, mentores, coaches, grupos de influência. Devemos rodear-nos de pessoas que nos elevem, que nos inspirem, que nos ajudem (de forma direta ou não) a chegar onde desejamos. Não tenha problemas em dar-se a conhecer e em conhecer novas pessoas!

3º – Estratégia digital: O que está na internet, fica na internet. Cuidado com o que publica nas suas redes, porque a verdade é que fica acessível a toda a gente, mesmo às empresas e aos recrutadores! A pegada digital deve ser gerida de forma estratégica, porque trata-se cada vez mais de um “cartão de visita”.

4º – Desenvolvimento da sua marca pessoal: tudo em nós comunica. Desenvolva de forma intencional a sua marca pessoal, trabalhando em competências como a comunicação verbal e não verbal, o posicionamento, a imagem, e claro: a mentalidade! A sua autenticidade é a sua maior força, não se esqueça.

Estas considerações são aplicáveis a qualquer idade, porque o mercado de trabalho também se encontra a mudar nesse sentido: os colaboradores com mais experiência “os mais séniores”, estão a ser cada vez mais valorizados pelas empresas. É um caminho mais lento do que aquilo que gostaríamos, eu sei, mas acredito mesmo que vamos lá chegar.

Independentemente da sua idade, quero que agarre duas coisas: os seus sonhos, e a sua estratégia. Porque sim, é possível mudar de emprego e ir à procura de um contexto mais feliz.

Fez sentido para si esta partilha? Conte-me tudo, estou por aqui!