Nos últimos tempos tenho estudado bastante algumas das personalidades mais brilhantes da história da humanidade. Quando falo em “brilho”, é mesmo “brilho”, no âmbito do carisma, do encantamento, da capacidade de (bem) liderar pessoas, projetos, iniciativas, ideias.
Encanta-me descobrir padrões, “segredos”, formas de viver de pessoas que brilharam e que ajudaram a humanidade de alguma forma.
Confesso que me impressionou bastante perceber que, muitos deles (não querendo generalizar), viveram momentos em que se obrigaram a não fazer nada, antes de decidirem entrar em ação, rumo a “fazer tudo”.
De facto, já sabia que era assim que as coisas funcionavam, que as ideias boas surgiam, e até que o nosso suposto “propósito de vida” podia falar connosco sob o efeito de alguma luz nunca antes presenciada no nosso dia a dia. Isto numa altura em que tivéssemos a ousadia de decidir não fazer nada. Estarmos paradinhas, a escutar o que tivéssemos de escutar, a sentir o que tivéssemos de sentir.
Eu sabia disso. E provavelmente você também. E todas nós. O pior é colocar em prática certo?
Aposto que é isso que está a pensar! Mas isto leva-me a perguntar: se pessoas como Albert Einstein, Steve Jobs, Walt Disney, Thomas Edison, entre outros, inventaram o que inventaram e utilizaram esta simples técnica, nós, “simples mortais”, não vamos conseguir? Vamos lá arranjar outra desculpa, pode ser?
Com isto quero dizer que conseguimos ouvir muito melhor a nossa intuição (diminuir o ruído) quando decidimos alocar algum tempo para isso. Quando nos permitimos a que isso aconteça. Não é preciso muito tempo, nem grandes circunstâncias. Simplifiquemos!
O nosso dia a dia está confuso, repleto de cansaço, de falta de energia física e mental. Acredito que a maioria de nós caminhe (trabalhe, viva) em modo automático.
Pense no que lhe digo: uma boa parte dos nossos “problemas” atuais resolvem-se se pararmos durante 10 minutos para não fazer nada.
Não faça nada e (tente) não pensar em nada. Deixe a sua mente vaguear por onde lhe apetecer. Permita-se ouvir o seu respirar, ouvir o que tiver de ouvir dentro de si. Permita que a sua intuição fale consigo sem interrupções, durante uns (miseráveis) 10 minutos.
O que é que ela lhe vai dizer? O que é que o seu corpo e o seu organismo também comunicam consigo? Vai fazer alguma coisa relativamente a essas mensagens?
Faça isso por si. É fazer muito, sem fazer nada. Por 10 minutos.
Mafalda Almeida é a coach pioneira em Desenvolvimento Feminino, afirmando-se assim no mercado do desenvolvimento pessoal. É a autora do livro Veja em si a Melhor Mulher do Mundo (Marcador, 2018) e pode acompanhá-la através do seu site, Instagram e Facebook.