Numa realidade cada vez mais tecnológica e onde as redes sociais profissionais proliferam, seria de esperar que a chamada carta de motivação estivesse já em desuso. Nada disso. Esta ferramenta essencial no campo laboral requerer-se e recomenda-se.
Embora tenhamos toda a liberdade que a escrita permite, a verdade é que há certas diretrizes, ou princípios orientadores, que regularizam o seu objetivo primordial: fazer a sua candidatura profissional ou académica sobressair junto da entidade competente.
Assim, damos-lhe as pistas principais para que consiga escrever a sua carta de motivação, sem razões superiores para um estado de ansiedade e de forma a colmatar as dificuldades práticas e reais que possa ter.
O que é uma carta de motivação?
Tal como o nome indica, este documento físico ou digital sob a forma de carta deve apresentar o(s) motivo(s) pelo qual está interessada na posição atual laboral à qual se está a candidatar.
Também referida como carta de apresentação pode, igualmente, servir para uma candidatura académica, isto é, para uma bolsa de estudos, licenciatura, mestrado, doutoramento, intercâmbio ou mesmo para um estágio, académico ou profissional.
Não deve ser um resumo do CV – qual seria a utilidade? – mas antes um complemento imprescindível que acrescente informação distinta e relevante para a pessoa que está a recrutar. Muitas vezes é, inclusivamente, um pré-requisito nalguns cenários profissionais.
Para além de dever ser um exponente máximo da personalização, saiba de antemão que um modelo único não serve todos os propósitos. Isto é, jamais deverá usar a mesma carta para diferentes intenções laborais. Pode até ter uma estrutura de base, mas o conteúdo deve ser personalizado de acordo com a empresa para a qual se está a candidatar.
Conteúdo
Muito sucintamente, e também porque não se trata de um discurso imersivo sobre a sua vida, a carta de motivação deve conter:
• Aspetos mais relevantes do seu percurso académico/laboral;
• Posição que ocupa no momento/trabalho desenvolvido anteriormente;
• Motivo da candidatura de acordo com os seus objetivos futuros;
• Conhecimento sobre a posição;
• O que gostaria de fazer/o que pode trazer de novo ao cargo;
• Principais qualidades/o que a destaca, suportadas por exemplos concretos.
Como escrever
Para elaborar a sua missiva, em primeiro lugar, deverá estar inteirada de como se dirige uma carta de apresentação formal. Há regras incontornáveis, por isso, para se colocar a par pode ver, por exemplo, modelos deste tipo de cartas na Internet. E apenas isso, pois a sua carta, de resto, deverá ter um cunho pessoal distintivo.
Depois, faça um brainstorming de ideias que queira mesmo incluir no documento, seguindo a orientações já supracitadas. O ideal será começar por elaborar um rascunho ou esqueleto deste, que, com o tempo, irá melhorando. A ideia é que tenha algo de base para começar.
Não subestime toda a pesquisa que deverá realizar sobre a empresa em questão. A verdade é que o empregador deverá ficar com a certeza de que conhece em pleno o lugar para onde se está a candidatar. Para além disso é o fator essencial que distinguirá as diferentes cartas que escrever.
Para além de demonstrar interesse no ramo e na posição oferecida, deverá fazer por se notar o seu entusiasmo, através de um tom positivo e ativo. Seja direta e clara e saiba sintetizar as ideias e pontos principais. Procure que transpareça o seu carisma e ambição, esta última com alguma cautela.
Essencialmente, tenha em mente que a sua carta deverá ser o mais original possível – é sua e irreplicável. Dê, igualmente, oportunidade a alguém em quem confie e que a conheça bem, ou com uma habilidade especial para a escrita ou que seja do setor para onde se está a candidatar, de dar uma opinião extra e informada sobre o seu texto.
Quanto ao seu formato, a carta não deverá nunca ultrapassar uma página e o ideal será mesmo que nem chegue a tanto. Redigida a computador, deverá apresentar o mesmo tipo de letra e espaçamentos de margens adequadas. É ainda suposto conter os dados de contacto, ser assinada e datada.
A evitar
• Erros ortográficos e de gramática, imperdoável;
• Clichés como “Desde criança”, “Durante toda a minha vida”, “Acho muito interessante”;
• Tradutores online, é preferível recorrer a um tradutor certificado ou amigo que fale o idioma;
• Citações de outras pessoas, retira a originalidade;
• Repetição de informação do CV.