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O nível de esgotamento das mulheres no trabalho é agora superior ao do período pré-pandemia

O nível de esgotamento das mulheres no trabalho é agora superior ao do período pré-pandemia

Há um novo estudo que mostra que o sexo feminino está ainda mais nervoso e exausto do que antes da pandemia. Quais são os passos a dar? As empresas, claro, têm aqui um papel decisivo.

Por Abr. 19. 2022

Continuam a surgir provas de que o género feminino continua a ser mais afetado pela pressão laboral e a sofrer as consequências deste fenómeno. Já o ano passado foi feito um estudo que revelou uma maior fadiga e exaustão das reuniões no Zoom no género feminino, superior ao masculino.

Agora, um novo estudo da ManpowerGroup, intitulado What Women Want (At Work), que inquiriu cinco mil trabalhadores em cinco países, mostra dados que também devem ser tidos em consideração.

Por exemplo, 39% das mulheres sentem-se stressadas ou exaustas diariamente no seu local de trabalho e quatro em cada cinco mulheres pretende ter autonomia para escolher o seu modelo de trabalho.

Houve, no entanto, uma melhoria a nível de esgotamento em relação ao relatado no pico da pandemia, quando 45% das mulheres afirmavam sentir-se mal psicologicamente no trabalho. Porém, este valor é superior ao nível pré-pandémico, pois nesta altura eram 32% que se queixavam deste cansaço, resultante, segundo o estudo, “da crise sanitária e das dificuldades em conciliar vida pessoal e profissional.”

Em relação às soluções, o ambiente laboral é uma das principais preferências das profissionais. A investigação conclui que 80% das profissionais inquiridas apontam o suporte de managers e equipas como o que mais valorizam, seguindo-se de 70% que referem as oportunidades de evolução na carreira.

Também a autonomia e flexibilidade são apontadas por 49% das profissionais, tal como o tempo de desconexão remunerado e apoio à saúde mental, preferência de 33% das inquiridas.

As empresas mostram também planos para implementar políticas de trabalho flexíveis, valor igual ao das que pretendem criar uma cultura inclusiva e modelos de patrocínio interno, ou seja, uma estrutura de apoio dentro da própria empresa que promova e suporte a progressão de carreira das mulheres

Há ainda quatro fatores relacionados com o bem-estar que a investigação revela serem primordiais para ter melhores profissionais:

  • Benefícios de saúde, incluindo a licença de maternidade e benefícios em questões de fertilidade;
  • Benefícios físicos/nutricionais;
  • Subsídios de suporte ao cuidado familiar, tanto no apoio a idosos como nos cuidados infantis.
  • Valorização de uma cultura aberta relativamente ao tema da saúde mental e do bem-estar.

Sobre este nível de esgotamento a que as mulheres estão sujeitas e sobre o estudo feito, Rui Teixeira, Chief Operations Officer do ManpowerGroup Portugal afirma que “os dados mostram que as mulheres, em específico, se viram sob uma maior pressão que pares do sexo masculino e que, apesar do alívio das restrições e do arranque de uma nova normalidade, os impactos ainda se fazem sentir. Assim, o foco que os líderes das organizações tinham em fazer progredir a equidade de género no pré-pandemia, não deverá desvanecer”.

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