9 formas eficazes de acabar com a procrastinação
“Já vai; fica para daqui a pouco; faço depois; amanhã vejo isso.” Adiar uma tarefa que nos parece pouco apelativa ou mesmo assustadora parece fácil. Difícil é lidar com as consequências. Agora, nunca mais.
Procrastinação. “Pro-cras-ti-na-ção (do latim procrastinatio –onis), substantivo feminino. Ato ou efeito de procrastinar = Adiamento”.
Esta é definição do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, mas a verdade é que mesmo sem lhe conhecer o desígnio oficial há muito que nos cruzamos com esta mal-amada palavrinha.
Isto é o que acontece quando tem uma deadline para cumprir e ao invés está nas redes sociais ou a ver vídeos no Youtube ou a limpar a caixa de email (que melhor hora do que agora?) ou a fazer outra tarefa qualquer, ao mesmo tempo que finge que não tem algo deveras importante em mãos.
É o chamado adiar, que muito consome as cabeças da população moderna. Todos conhecemos o fenómeno: desperdiçamos o nosso tempo livre (não trabalhamos nem nos estamos realmente a divertir, a culpa não deixa), ao mesmo tempo que protelamos tarefas importantes que deveríamos estar a executar. Até que é tarde demais e a trapalhada se instala.
Não desanime, quer seja uma procrastinadora nata ou procrastinadora a descobrir-se, escrevemos este texto diretamente para si. Porque já lá estivemos, por isso sabemos bem do que estamos a falar.
9 formas de se adiantar perante a procrastinação
1. Invista numa agenda
Uma agenda, um caderno, uma folha. O objetivo nº 1 é que se organize. Para isso, precisa ter uma noção do todo.
Comece por preencher esta grelha (um bom método visual), de preferência a lápis para que possa ajustá-la (não se, mas quando necessário). Estabeleça um prazo para cada tarefa (importante) mas atenção, dê espaço suficiente para imprevistos (muito importante).
Assim evitará sentir-se frustrada por um plano demasiado rígido, que só causará transtorno. Para isso, necessita criar este organizador-de-caos com a devida antecedência.
2. Técnica do Semáforo
Tendemos a rotular tudo com a máxima urgência, muitas vezes a urgência dos outros e não a nossa própria. Para isso sugerimos que pinte (literalmente) uma bola em frente de cada tarefa (em lista e ainda antes de preencher a agenda).
Verde para urgência máxima, isto é, tarefas que têm de ser feitas sem falta no próprio dia – somente nesse dia. Amarelo para tarefas importantes, as seguintes. Por fim, vermelho para tudo o que possa ser transferido para os dias que se seguem.
3. Dificuldade crescente
É isso mesmo. Comece pela tarefa mais fácil que tenha e, se possível, ainda a decomponha por partes. Avance de acordo.
A questão aqui é que ao tentarmos provar a nossa eficiência máxima, exigimos demasiado de nós, o que nos pode “bloquear” ou provocar uma ansiedade desmedida, e desnecessária.
Começar pelo menos exigente dar-lhe-á a confiança necessária para prosseguir e depressa apanhará o ritmo que tanto deseja.
4. Preocupe-se com o ambiente
Não falamos da sustentabilidade, embora se deva preocupar nesse sentido também, mas antes no ambiente que a rodeia. Pense onde é que é mais produtiva e livre das distrações que a assolam – a si, não genericamente falando. Pode ser o barulho, a desarrumação, as redes sociais ou nada disto e outra coisa qualquer.
A ideia é que identifique o disruptor e escolha um espaço que lhe transmita energia produtiva. Muitas pessoas só o conseguem fora de casa, e não há mal nisso. Seja como for invista tempo em escolher esse sítio ou a prepará-lo convenientemente para trabalhar a sério.
5. Separar as águas
Nunca antes este ditado popular fez tanto sentido. O problema de muito boa gente é que trabalha assim-assim e na hora de se divertir está preocupada, ora pois, com o trabalho. Pode até nem ser propositado, por isso a prevenimos da importância de tomar esta decisão com consciência.
Uma vida em equilíbrio pode muito bem depender desta distinção. Dê tudo na hora de produzir, foque-se completamente. E quando sair porta fora, por assim dizer, liberte-se por inteiro e divirta-se à séria. Tem o tempo a seus pés.
6. Os outros
E o que têm os outros a ver com o nosso trabalho? Várias fontes sugerem que falar com as outras pessoas sobre as nossas metas as tornará mais reais, ao mesmo tempo que nos deposita uma certa pressão para cumpri-las. Mais do que isso, sugerimos que use o outro – e não um outro qualquer, mas sim escolhido criteriosamente – como fonte de inspiração.
Saia com pessoas produtivas e que considera de sucesso. Passe tempo com essas pessoas, absorva a sua energia e contagie-se pela sua vontade de atingir metas. Se possível, encontre um mentor. Várias pessoas célebres admitiram a influência de alguém deste género nas suas vidas.
7. Perfeito (só que não)
A ânsia de alcançar a perfeição pode ser uma armadilha muito perigosa, onde não queremos que caia mais.
Sob o desejo de fazer o trabalho com mais qualidade alguma vez visto (apontamos sempre para as estrelas e nada menos do que isso nos parece bem), muitas vezes nem o começamos. Ou adiamos até não mais, acabando por fazê-lo à pressa e sem primor – tudo o que não queríamos.
Aprenda a medir a sua ansiedade por níveis: demasiado é paralisadora, mas alguma é motivadora. Apanhe-a aqui e lembre-se para sempre disto: um trabalho entregue é melhor que nenhum trabalho. O que conta realmente é a qualidade do esforço!
8. Medalha de mérito
“Não fizeste mais do que a tua obrigação” já ouvimos esta frase tantas vezes, em relação ao nosso trabalho, principalmente quando éramos crianças. Sabe o que é que também é sua obrigação? Celebrar as suas conquistas, por mais pequenas que pareçam aos olhos dos outros. São suas e ninguém as pode tirar. Já viu o Cristiano Ronaldo não celebrar mais um golo seu? Ou encolher os ombros como quem só fez o seu dever? Exato.
Para além disso, planeie um sistema de recompensas de acordo, não com o tamanho da tarefa (é tão relativo, não é?) mas com o esforço que colocou para a concretizar. Um episódio da sua série favorita, um jantar com amigos, o seu chocolate preferido, vale (quase) tudo.
9. Bola de cristal
Não descure nunca o poder da visualização. Idealize na sua cabeça, vezes sem conta, uma imagem de si, no seu lugar preferido a celebrar mais uma conquista. Quem está consigo? O que está a fazer? Que sentimentos a invadem? Quando mais pormenorizada a imagem, isto é, quando mais específica em detalhes for, maior a força do pensamento. Visualize o futuro que quer e torne-o real.
Por fim, independentemente das sugestões que lhe oferecemos, pensadas e testadas a rigor, a verdade é que a ansiedade despoletada por esta situação pode atingir um nível de descontrolo tal em que a pessoa se sinta assoberbada. Quando assim for, aconselhamos obviamente a procura de uma ajuda especializada, por exemplo através da psicoterapia.