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Gap year: por que é que deve fazer um ano de intervalo na sua vida

Gap year: por que é que deve fazer um ano de intervalo na sua vida

Tirar um ano para viajar depois de terminar o liceu ou a faculdade é bom para os jovens, torna-os mais independentes e mais desejáveis pelas empresas. Saiba mais sobre o gap year.

Por Out. 18. 2019

À semelhança do que acontece com muito jovens americanos, Malila, filha mais velha de Barack e Michelle Obama, passou um ano letivo a viajar, ou melhor, a fazer aquilo que os anglo-saxónicos chamam de gap year, e só depois ingressou na Universidade de Harvard. Em Portugal, o chamado ano de intervalo ou ano sabático está a ganhar cada vez mais adeptos.

Afinal o que é o gap year?

É um ano de pausa passado por norma noutro país ou países, geralmente após o ensino secundário ou mesmo depois da universidade, terminada a licenciatura ou o mestrado.

Há quem aproveite para fazer voluntariado; outros vão trabalhar ou fazer um estágio – até há mesmo quem vá só mesmo fazer turismo e quem faça um bocado de todas essas coisas (a melhor solução, pois dá vários tipos de experiências).

Quais são os prós do gap year?

As vantagens para embarcar nessa aventura são mais que muitas em termos de crescimento pessoal: ganha-se independência e responsabilidade, passa-se a aceitar melhor a diferença e a ter horizontes mais abertos e, muito importante, as empresas valorizam essa experiência no currículo.

Cecília Abrantes não podia estar mais de acordo e foram essas as motivações que a levaram a passar nove meses no Vietname (quando terminou a licenciatura em Marketing) a fazer voluntariado em várias escolas do País.

“Quando acabei o curso as perspetivas não eram as melhores, eu não sabia o que queria fazer mas queria uma experiência internacional e achei a melhor solução.” Em vez de se inscrever no mestrado, decidiu comprar um bilhete de avião para Hanói, já depois de ter contactado várias escolas, onde daria aulas de inglês a crianças em vários pontos do Vietname.

Além das aulas, conheceu o país de uma ponta a outra, aprendeu mais sobre uma cultura bem diferente da portuguesa e viveu “a maior experiência” da sua vida.

O regresso à realidade de Lisboa não foi fácil, mas ao decidir que queria trabalhar na área da hotelaria inscreveu-se num mestrado e conseguiu alcançar o seu objetivo.

“E não houve entrevista que eu fosse onde os empregadores não realçassem o gap year”, revela, acrescentando que está agora (passados quatro anos), num processo de recrutamento internacional para trabalhar numa grande cadeia de hotéis, pela qual espera viver em vários países e nunca perder o espírito de aventura que o gap year despertou em si.

Precisa de ajuda?

Em Portugal, a Associação Gap Year Portugal dá uma ajuda especializada a quem quer fazer este ano de intervalo. Em conjunto com o/a gapper, esta associação faz um plano individual de acordo com o país pretendido, o tempo que têm para a viagem e o que pretendem fazer no destino.

Se o problema for o dinheiro, a Gap Year Portugal costuma promover um concurso anual para oferecer uma bolsa até 5 mil euros (uma pessoa) e 6500 (duas pessoas) a quem tiver mais de 18 e menos de 25, que estejam a concluir o ensino secundário ou o ensino superior. Se está dentro destes parâmetros, concorra, não se vai arrepender.

Dicas para que tudo corra bem

A ABTA, a maior associação de viagens do Reino Unido, dá alguns conselhos muito úteis para quem quer fazer um gap year:

Informe-se sobre os países que quer visitar, se precisa ou não de visto e o que é preciso para trabalhar lá se for esse o seu objetivo;

• Escolha uma associação especialista em gap years para a ajudar na preparação e que possa contactar sempre que tiver essa necessidade;

• Faça um bom seguro de viagens e assegure-se que cobre todas as atividades que quer fazer;

• Antes da partida investigue sobre a cultura e costumes locais para evitar mal entendidos;

• Vá a uma consulta de viajante para saber que cuidados tem de ter no destino, que vacinas deve levar, se tem de fazer algumas profilaxias antes da viagem, como é o caso da malária. Idealmente, a consulta deve ser feita dois meses antes de partir;

• Pense sobre o que quer fazer no destino e escolha atividades que a enriqueçam e seja desafiadoras para si;

• Se não conhecer a língua do país para onde vai, aprenda algumas palavras antes de viajar e, já lá, use um guia de conversação ou use uma aplicação móvel com esse fim;

• Faça cópias de todos os seus documentos e deixe-as no local onde ficar instalada. Tenha sempre consigo uma lista de contactos para casos de emergência.

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