Confesso que adoro falar sobre resiliência, e sobre pessoas resilientes. Acredito que este é um ingrediente fundamental para se atingir o sucesso.
Se não “afinarmos” a nossa capacidade de resiliência iremos, com certeza, desistir mais facilmente dos nossos objetivos, devido a várias razões: os obstáculos e os desafios vão estar sempre no nosso caminho.
Iremos sempre encontrar pessoas, situações ou acontecimentos que vão colocar à prova a nossa verdadeira vontade, o nosso verdadeiro “porquê”. Se este for forte o suficiente, a nossa capacidade de resiliência surge mais forte, mais robusta, e somos capazes de lidar com desafios, e de pensar em soluções e não em problemas.
Que ferramentas usar?
Isto leva-nos a outro conceito fundamental: o conceito de zona de conforto. Se queremos resultados diferentes, temos obrigatoriamente que fazer as coisas de forma diferente. Temos de ter novas iniciativas, pensar de outra forma, e acima de tudo, agir de outra forma.
Ora, é aqui que começam as complicações. Algumas pessoas recorrem a um coach porque querem mudar, porque desejam atingir objetivos e resultados maiores nas suas vidas. Mas, quando toca a agir em conformidade com essa mudança… tudo fica exatamente como está.
“Uma pessoa altamente resiliente pensa imediatamente nas soluções para as questões que surgem, e que a estão a fazer sair da zona de conforto.”
Mafalda Almeida, executive & life coach
Isto porque as pessoas têm medo da mudança, medo do desconhecido, e acima de tudo, medo das consequências da mudança.
A capacidade de sair da zona de conforto e passar pela chamada “zona de transição” é algo que diferencia as pessoas que têm sucesso das que não têm. É algo que diferencia as pessoas mais resilientes das que não o são.
Outro conceito pode ser introduzido quando falamos em resiliência: auto-confiança. Alguém que tem consciência dos seus pontos fortes consegue mais facilmente implementar uma atitude de resiliência numa situação desafiante.
Quando sabemos que somos capazes, com certeza que iremos desencadear uma melhor atitude de resiliência, e com certeza que o resultado final será satisfatório. O facto de enfrentarmos uma “zona de desconforto”, e de a ultrapassarmos com sucesso, só vai reforçar ainda mais a nossa auto-confiança.
Nos dias de hoje, em que a vida corre à velocidade da luz, em que somos responsáveis por uma panóplia de temas nas nossas vidas, em que muitas vezes não temos tempo para pensar na melhor solução, é importante demonstrar uma forte capacidade de resiliência.
É importante ser flexível, é importante conseguir mudar, adaptar, sem nunca perder o foco, e sem nunca comprometer as nossas raízes e os nossos valores.
6 dicas para melhorar a resiliência (um pouco todos os dias)
Algumas clientes de coaching perguntam-me se existe alguma receita ou fórmula mágica para que tudo isto aconteça, para que consigam demonstrar um nível mais elevado de resiliência face a situações desconfortáveis (mas não necessariamente más ou negativas!). A resposta é… não.
Não existe nenhum botão mágico, mas podemos melhorar um pouco todos os dias, com algumas dicas.
1. Saber o que queremos
Quando assim o é, tudo se torna mais fácil. Nas minhas sessões de coaching, é maravilhoso assistir à transformação de postura e energia quando finalmente conseguem definir objetivos. Começam assim a ver a “luz ao fundo do túnel”, e isso só por si já ajuda a alargar horizontes.
2. Ter um grande “porquê” bem identificado
Este grande ‘porquê’ está conectado com os nossos valores base. Quando os nossos objetivos são definidos, serão mais fáceis de atingir se tiverem um grande valor, um grande porquê por detrás. Este grande porquê é a razão principal que nos leva a querer atingir determinados objetivos na nossa vida, e é uma peça chave que nos ajudará a enfrentar situações desafiantes.
3. Pensar na solução e não no problema
A diferença está na direção que decidimos dar aos nossos pensamentos. Uma pessoa altamente resiliente pensa imediatamente nas soluções para as questões que surgem, e que a estão a fazer sair da zona de conforto. Quando optamos por pensar no problema, estamos simplesmente a aumentar o seu tamanho nas nossas vidas.
4. Focar no positivo, e não no negativo. Os nossos pensamentos condicionam a nossa realidade
Esta dica vem no seguimento da dica anterior. Se educarmos a nossa mente para ter pensamentos positivos, iremos vivenciar situações mais positivas na nossa vida, nem que seja somente porque estamos mais atentos e predispostos a receber essas coisas positivas. O mesmo se passa se decidirmos direcionar todas as nossas energias e pensamentos no sentido negativo.
Tenho uma má notícia para si (e uma dica extra): a nossa mente não filtra a palavra “não”. Por isso, trate de apagar esta palavra do seu vocabulário já hoje! Ela é extremamente perigosa e influencia em demasia as mensagens que queremos passar ao nosso cérebro!
5. Trabalhar em equipa / aceitar ajuda
Sozinhos podemos chegar longe, mas em equipa conseguimos verdadeiros milagres. Rodeie-se de pessoas que a ajudem, que a desafiem, que puxem por si e pelo seu melhor.
6. Ouvir a nossa intuição. Isso é inteligência emocional
Os nossos sentimentos são sábios. Não finja que não ouviu o seu 6º sentido, porque se ele se fez notar, é porque muito provavelmente tem razão. No final de tudo, e numa perspetiva de melhorar a gestão dos desafios diários (profissionais e pessoais), recorde sempre esta questão: prefiro ter razão ou ser feliz? Em todas as situações desafiantes, dê sempre o seu melhor. Quando assim é, está tudo bem.
Texto de Mafalda Almeida
Mafalda Almeida é a coach pioneira em Desenvolvimento Feminino, afirmando-se assim no mercado do desenvolvimento pessoal. É a autora do livro Veja em si a Melhor Mulher do Mundo (Marcador, 2018) e pode acompanhá-la através do seu site, Instagram e Facebook.
Preparada para começar a colocar em prática estas dicas e desenvolver a sua capacidade de resiliência? Descubra também alguns exercícios simples para iniciar a mudança.