8 soluções para encontrar o sucesso profissional
Siga os conselhos de Lourdes Monteiro, coach e especialista em career redesign, e mostre-se proativa na procura do sucesso profissional.
O primeiro passo para alcançar o sucesso profissional é reconhecer o problema que está a fazer com que não atinja os seus objetivos. Sente-se invisível no local de trabalho? Não consegue arranjar emprego? Tem dificuldade em dizer ‘não’ e em fazer ouvir a sua voz? Não consegue fazer uma boa gestão do tempo? Se respondeu ‘sim’ a uma ou mais questões, está na altura de repensar a sua carreira.
Perguntámos a Lourdes Monteiro, coach, career redesigner e coautora de Quero, Posso e Mudo de Carreira (Oficina do Livro), o que fazer em cada caso acima mencionado. Afinal de contas, o trabalho é uma parte importante das nossas vidas, pelo que convém conseguirmos ultrapassar os momentos em que nos sentimos a fracassar.
Atinja o sucesso profissional com estas soluções
Foi despedida recentemente e não sabe o que fazer? Aposte no autoconhecimento
“Face às experiências que já teve, identifique aquelas nas quais se sentiu mais motivada e obteve um impacto positivo. Estas são pistas para encontrar uma proposta de valor gratificante. Depois observe o contexto de trabalho e identifique a quem essa proposta de valor poderá ser necessária”, aconselha a coach Lourdes Monteiro.
Sente falta de reconhecimento? Questione
Sentir-se ou não reconhecida no trabalho depende da perceção de cada um. “Para alguns, o feedback sobre o seu trabalho ou desempenho é suficiente, para outros, será a atribuição de novos desafios que lhe permitam aprender, a alteração das suas funções ou progressão de carreira ou um misto de todas as anteriores. Todos nós apreciamos ter reconhecimento ou recompensa emocional pelo trabalho que desenvolvemos. Contudo, centrar a questão nos outros desresponsabiliza-nos da parte que também nos compete”, refere Lourdes Monteiro.
Tem dificuldade em arranjar emprego? Seja proativa
Se está desempregada e não consegue encontrar trabalho, deve ser “proativa e não reativa”, diz a coach. “Se cada um de nós apostar no seu autoconhecimento e no conhecimento das necessidades reais do mercado de trabalho, poderá tomar decisões acertadas sobre quais as competências que deverá desenvolver. Mais do que nunca, o contexto de trabalho está em constante mudança e isso exige da nossa parte a tal proatividade e aprendizagem ao longo da vida.”
A par das competências técnicas, é importante trabalhar nas soft skills, como por exemplo, a inteligência emocional. “Precisamos desta competência hoje mais do que nunca. Os modelos vigentes no século XXI para a gestão da carreira implicam que cada um de nós seja capaz de tomar decisões sem referências e de lidar com o respetivo resultado, que envolve muitas vezes aprender a lidar com a frustração e a ausência de segurança”, diz.
É má na gestão do tempo? Aprenda a delegar
“O desafio da gestão de tempo tem por trás pensamentos assentes em paradigmas ou crenças que nem sempre funcionam a nosso favor”, refere a coach.
“É frequente pessoas competentes e a desempenhar funções técnicas, quando promovidas a gestoras de equipas, sentirem dificuldade em gerir o tempo. Em muitos casos, isso acontece porque não delegam o trabalho nas equipas, pois têm a convicção de que se forem elas a fazer, o trabalho se faz mais depressa e com melhor qualidade. Por isso, para ser capaz de gerir tempo eficazmente, é necessário identificar o que quer alcançar e quais os mecanismos de pensamento nos quais suportará as suas decisões não eficientes e atuar”, exemplifica Lourdes Monteiro.
Com dificuldade em fazer valer a sua opinião? Seja mais empática
“Muitas vezes, a resistência às opiniões de alguém no contexto de trabalho é consequência da forma como o profissional é ‘visto’. Se alguém é tido como alguém crítico, mas na hora de colaborar é o primeiro a sair de cena, é natural que a partir de certo momento ninguém queira ouvi-lo”, refere Lourdes Monteiro.
A especialista recomenda, por isso, que “sejamos mais empáticos no local de trabalho. Somos todos humanos, temos necessidades em comum e ter isso presente melhora a comunicação e a cooperação. É claro, que, por vezes, quem toma decisões tem os seus próprios receios e tem em consideração a agenda da organização, o que tem influência na hora de validar opiniões. Isto não quer dizer que as nossas opiniões não sejam válidas, mas sim que fazemos parte de um sistema que tem a sua dinâmica própria”.
Tem dificuldade em dizer ‘não’? Priorize o que é da sua responsabilidade
Saber dizer ‘não’ é fundamental para uma melhor gestão do tempo e melhoria da qualidade de vida.
Para a coach, “muitas vezes receamos o impacto que dizer ‘não’ possa ter na forma como somos vistos enquanto profissionais ou que tal se venha a traduzir em perda de oportunidades. Quando vivemos o nosso dia a dia em piloto automático sem termos bem a noção do que é relevante para nós e para a nossa função, é fácil ficarmos prisioneiros das expectativas dos outros. Por isso, para conseguir dizer ‘não’ é essencial analisarmos o significado e o impacto das solicitações que recebemos. Se essa análise for feita tendo como referência as nossas responsabilidades na função e os objetivos relevantes para a equipa ou organização onde nos integramos, conseguiremos tomar decisões de forma mais objetiva”.
Não consegue subir na carreira? Explore novas possibilidades
De acordo com Lourdes Monteiro, isto acontece porque, cada vez mais, “as organizações estão centradas em eficiência e agilidade. Como tal, as suas estruturas são cada vez mais achatadas e com menores possibilidades de progressão vertical na carreira. A prática mais frequente nos dias de hoje acaba por se traduzir em movimentações horizontais de carreira, nas quais o profissional pode ter a possibilidade de aprender novas temáticas e alterar o seu âmbito de atuação. Contudo, sendo a possibilidade de movimentos de carreira dentro de uma organização limitadas, mais cedo ou mais tarde, é natural que o profissional pondere sair da organização”.
Com dificuldade em acompanhar as mudanças? Repense a carreira como um exercício contínuo
A revolução tecnológica tem mudado a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Pra a coach, não é possível ser um profissional atrativo sem que, em algum momento, se repense a carreira.
“Felizmente que são cada vez mais aqueles que já compreenderam a importância de o fazer, com tempo e calma. Dessa forma, potenciam-se opções e há espaço para falhar, aprender e progredir. Já reagir não deixa grandes opções e muitas vezes gera-se a sensação de se estar num beco sem saída. A minha recomendação é pensar a carreira como um exercício contínuo que faça parte das nossas vidas profissionais e não apenas quando nos confrontamos com as dificuldades ou os tais becos sem saída”, aconselha.
A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 224, fevereiro de 2019
Sente alguma destas dificuldades? Veja ainda 6 TED Talks de mulheres de sucesso.