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Como deixar de ser uma acumuladora e aprender a libertar-se do que não lhe faz falta

O ser humano tem uma tendência inexplicável para guardar tudo. Objetos que não necessita ou sem utilidade real, itens que já não gosta ou que nem se lembra de alguma vez ter desejado, no fundo, coisas que não fazem e jamais farão sentido. De guardiões de tesouros passam num ápice a acumuladores de entulho. Mas há esperança.

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Como deixar de ser uma acumuladora e aprender a libertar-se do que não lhe faz falta Como deixar de ser uma acumuladora e aprender a libertar-se do que não lhe faz falta
© Unsplash
Marta Vieira
Escrito por
Mar. 11, 2020

É difícil colocar por palavras a leveza de uma casa plena em organização. O minimalismo, aliado ao novo paradigma de sustentabilidade requerido é uma tendência cada vez mais em voga e a guru japonesa, especialista em arrumação, Marie Kondo com a série A Magia da Arrumação mudou, sem dúvida, a forma como olhamos para os nossos lares.

Mas há armadilhas, e muitas, que nos fazem acumular mais e mais até que chega a um ponto em que a nossa casa pede por salvação. Não precisa chegar a esse ponto para ler este artigo. Considere antes as próximas sugestões como oportunidades para adotar um novo modo de estar na vida.

16 propostas para deixar de ser acumuladora

1. Cuidado com os saldos, promoções, produtos gratuitos, “2 por 1”. Antes de pensar no que fazer aos objetos que já tem em casa, seja cuidadosa para não angariar novas fontes de acumulação, através destas esparrelas. Por mais tentadoras que sejam.

2. Reciclar, doar, vender ou lixo. Use esta métrica simples para quando está indecisa quanto ao futuro de um objeto em sua casa. Só o facto de ponderar o que lhe fazer já é um ótimo sinal e a certeza absoluta que o seu lugar não é dentro das suas quatro paredes.

3. Faça logo. Separar a correspondência do correio, lavar imediatamente a loiça ou colocar a roupa para lavar mal se dispa são tudo exemplos de tarefas que devem ser feitas na hora para que não lhe deem dores de cabeça mais tarde. Pense noutros exemplos.

4. Quando um entra, o outro sai. Adquira o hábito de deitar um objeto fora – por mais insignificante que a sua presença lhe pareça – por cada aquisição nova que se lembre de trazer lá para casa. A homeostase desta agradece.

5. Reduzir na decoração. Por mais difícil que possa parecer esta sugestão, acredite que fará maravilhas por si. Quantos anos, divórcios ou tendências atravessou a decoração da sua casa? Exato. Menos é sempre mais e convenhamos, ninguém precisa de tantos berloques.

6. Evitar ter um quarto de arrumações. Este é um nome simpático para uma divisão destinada a acumular mais e mais. E quem diz quarto, diz um sótão ou uma garagem. Pense nisto, se a sua casa ganhasse mais uma divisão, quanto tempo demoraria a enche-la por completo? É a nossa tendência para preencher espaços vazios.

7. O problema das recordações. Cartões de aniversário, pulseiras de festivais de verão, presentes que são bibelôs, recibos, os desenhos dos seus filhos. Há uma infinidade de objetos que merecem o seu mais valioso carinho, no entanto sejamos realistas, não há espaço para tudo. Seja criteriosa na seleção. Porque sim, tem de haver uma seleção.

8. Regra das 72 horas. Criada por uma especialista no assunto, esta regra preconiza que sempre que queira comprar um item novo, espere 72 horas até fazê-lo. Neste espaço temporal de reflexão deverá analisar se precisa realmente deste objeto de desejo, que outra utilização pode dar a esse dinheiro ou mesmo se o pode encontrar em segunda mão.

9. Não se esqueça da casa de banho. Por mais pequena que esta divisão possa ser, há sempre muito espaço para preencher e a sua criatividade – ou desleixo – é imensa. Amostras grátis, maquilhagem ou remédios fora do prazo, embalagens de condicionador vazias, e a lista poderia continuar.

10. Acumulação digital conta. A quantidade de informação digital que guardamos nos nossos smartphones, tablets ou computadores, por exemplo, é imensa. Na verdade, só nos damos conta deste pormenor quando estes acusam falta de espaço. Em vez de comprar um cartão de memória extra, aproveite para fazer uma limpeza a sério, aqui.

11. Superfícies limpas. Pode parecer que não, mas deixar a bancada da cozinha, a secretária do escritório ou a mesa da sala de jantar vazias vai-lhe criar uma grande paz mental. Se, para além dos lugares devidos, há objetos que lhe estão a sobrar, pondere seriamente a utilidade destes na sua vida.

12. Guarda-roupa santo. Não subestime a importância que o seu closet tem na sua ansiedade diária. É uma das primeiras áreas que visualiza quando se levante e o mesmo ao final do dia. Já antes aqui lhe demos boas sugestões de como comprar roupa nova. Pense igualmente como se livrar do excesso que lhe assiste.

13. E se mudar de casa hoje? Este exercício imagético pode ser muito útil para repensar a – desculpe a expressão – tralha que tem lá em casa. Se neste momento fosse para uma casa nova, o que ficaria decididamente para trás?

14. Crie hábitos nas crianças. Mais do que dizer aos seus filhos o que fazer, eles vão segui-la pelo exemplo. Ajude-os a manter o seu quarto em ordem e use um sistema de recompensas se necessário. Ensine-os igualmente a arrumar os brinquedos depois de cada brincadeira e antes de passarem à próxima.

15. Seja uma recoletora de lixo semanal. Agora que já leu as dicas anteriores, desenvolva o hábito de num dos dias da semana – o domingo parece um bom prelúdio para o início que se avizinha segunda-feira – deixar a lixeira o mais cheia possível. Reciclagem, congelador, roupa interior velha, papelada burocrática, vale tudo, desde que encha o contentor. Uma vez por semana, já sabe.

16. Pedir ajuda não é vergonha. Pode acontecer sentir-se tão assoberbada pela acumulação crescente que foi ocorrendo no seu lar – mesmo que não saiba explicar como – que sinta necessidade de recorrer a forças externas. Falar com familiares, amigos ou mesmo especialistas da arrumação ou da saúde pode ser em tudo benéfico, não se atrapalhe por isso.

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