8 passos essenciais para criar uma horta urbana
Sempre teve o desejo de cultivar os legumes e hortaliças que consome, em prol do ambiente, da economia e de uma alimentação mais saudável? Um projeto como uma horta urbana não tem de ser a dor de cabeça que imagina. Na verdade, pode até ser fácil, útil e até divertido.
Pensava que só no terreno rural é que as hortas se mantinham e proliferavam em força? Engana-se, as hortas urbanas, cada vez mais em voga, servem o propósito a que se propõem e recomendam-se. Mas o que são, afinal?
Uma horta urbana refere-se a um local de cultivo que pode ser um espaço doméstico, em moradias ou apartamentos, ou um espaço coletivo, as designadas hortas comunitárias, desenvolvidas em praças, parques ou terrenos abandonados.
Mais, são vários os benefícios associados, destacando-se: uma diminuição da poluição ambiental; a redução do desperdício alimentar; a diminuição do consumo de produtos industrializados, com transformações químicas e nocivos para a saúde, e a melhoria do microclima e da biodiversidade.
Para além disso, servem ainda o propósito de revitalização e decoração dos espaços, sendo uma atividade recreativa em tudo benéfica à saúde, sobretudo mental. Vamos a isto? Siga-nos.
8 etapas para a criação da sua horta urbana
1. Procurar inspiração
Ainda que não possua uma área de cultivo dita tradicional, existem atualmente várias alternativas criativas para a criação de hortas urbanas. Pesquise no Pinterest ou noutras redes sociais, como o Instagram.
2. Escolher o local
Pode ser num jardim, terraço ou mesmo numa varanda. Se em casa não tiver este espaço, pode tentar num recinto público para o efeito. De preferência perto da sua residência e que possa ser compartilhado. Depois, delineie o espaço que a horta vai ocupar, para se preparar.
3. Reunir condições
Atente aos fatores edafoclimáticos (relativos ao solo e ao clima). O espaço deverá ter a incidência de raios solares pelo menos numa parte do dia, para além de estar próximo de uma fonte de água – natural ou de tangues, torneiras e mangueiras – de forma a se suprimir as necessidades hídricas.
Verifique também se a área poderá ficar encharcada em dias de chuva, o que afogaria as plantas. Veja se a presença de ervas daninhas pode prejudicar a produção.
4. Verificar a fertilidade do solo
Se o local onde pensa fazer as suas plantações já tem algum tipo de vegetação, então é muito provável que o terreno seja fértil. De qualquer forma, convém enriquecê-lo. Prefira fertilizantes naturais a fertilizantes químicos com consequências nefastas para a saúde.
Evite, por exemplo, os adubos solúveis como o NPK (nitrogénio, fósforo e potássio). Embora sejam de fácil aplicação e a resposta das plantas seja rápida, a longo prazo prejudicam a sua horta urbana de diversas formas, pelo que os alimentos daqui obtidos têm menor qualidade nutricional.
É possível fazer este adubo orgânico através, por exemplo, de cascas de ovos, cascas de banana e borras de café trituradas, veja aqui.
5. Encontrar as ferramentas
Serão necessárias não só para a preparação da horta como para a sua manutenção. A exigência quanto ao tipo de materiais vai depender muito da complexidade do projeto.
Assim, verifique de antemão que materiais pode precisar, como ferramentas (pás, ancinhos, espátulas, sachos, tesouras de poda); acessórios para proteção de jardineiro (luvas, viseira, botas); acessórios hortícolas (telas protetoras, mini estufas, sementeiras) e, claro, sementes e adubo.
6. Pensar onde plantar
É importante definir a disposição de canteiros, vasos, suportes ou sacos de cultivo. A sua utilização será essencial para agrupar as culturas e organizar o espaço que tem disponível. Isto irá não só facilitar o crescimento como a manutenção dos vegetais da horta.
Uma boa métrica será a da largura dos canteiros ser o dobro do seu braço estendido, de forma a poder aceder ao centro de ambos os lados. Saiba também que não pode andar sob o solo dos cultivos, logo, encontre espaço por onde se mover, de forma a tratar adequadamente deste novo espaço.
7. Escolher o que plantar
Quando se encontrar na fase de seleção das sementes tenha em conta a dimensão da horta – adequar, por exemplo, o tamanho do vaso ao crescimento expectável da planta – e a escolha dos frutos e hortícolas. Estes devem poder conviver em comunhão plena no mesmo espaço.
Atente, igualmente, ao local, ao clima e às estações do ano como critérios para a escolha de sementes florais, hortícolas ou aromáticas. O ideal é que haja diversidade e variedade: uma mistura de cultivos e não monoculturas.
Intercale também espécies repelentes, como o alecrim, a citronela e a hortelã, com outras mais suscetíveis a ataques de insetos. Não se esqueça também de alternar os cultivos de acordo com a época do ano, para não saturar o solo.
8. Saber cuidar da horta
Finalmente, saiba como manter este espaço. Recorra a um sistema de rega gota a gota ou regue conforme for necessário, desde que assegure esta necessidade básica. Também para manter o espaço o mais saudável possível, livre de pragas e infestações, recorra a produtos para o efeito que não prejudiquem o cultivo.
Se puder, faça também compostagem em casa. Para além das vantagens que tem para o ambiente, o composto obtido permite uma adubação natural do solo, melhora a resistência das plantas a pragas e doenças e atua positivamente na qualidade dos vegetais. Uma destas aplicações contra o desperdício pode ajudá-la aqui.
Finalmente, e se tiver dúvidas nalguma destas etapas, não hesite em recorrer a ajuda especializada.