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Design biofílico: a chave para uma decoração zen

Design biofílico: a chave para uma decoração zen

O design biofílico – vem da palavra de origem grega biofilia, que significa “amor à vida” – ajuda a reduzir o stress e ansiedade. Eis como o pode incorporar em sua casa.

Por Abr. 5. 2024

Já lhe aconteceu entrar na casa de um amigo ou familiar e ficar assoberbada com a decoração interior? Ora porque as paredes estão pintadas de um cor demasiado forte, criando um ambiente desconfortável, ora porque está cheia de móveis e desorganizada.

A verdade é que, depois de um longo dia de trabalho, tudo o que queremos fazer chegadas a casa é relaxar, e existem certas escolhas de decoração que nada contribuem para isto (embora, como já temos vindo a referir, gostos não se discutem).

É aqui que o design biofílico pode ajudar. Numa sociedade que vive num loop constante de afazeres, e com cada vez mais diagnósticos de stress e ansiedade, torna-se urgente encontrar soluções que ajudem a mitigar estes problemas, e uma delas passa por termos um espaço onde nos sintamos seguros e relaxados. Por norma, é o nosso lar.

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Design biofílico: o que é?

Embora seja uma tendência na arquitetura e na decoração de casas, espaços públicos e de trabalho, não é uma novidade. Tem como grande objetivo criar ambientes naturais para melhorar o bem-estar e o relaxamento de quem deles desfruta, e para isso recorre a elementos da natureza.

“A palavra biofilia é de origem grega, significa ‘amor à vida‘ e é usada para indicar o amor pela vida ou sistemas vivos associados à natureza no geral”, explica à Saber Viver Rita Salgueiro, arquiteta de interiores. “Foi usado pela primeira vez pelo psicanalista alemão Erich Fromm e mais tarde pelo biólogo Edward O. Wilson. De acordo com uma pesquisa em 2020, o design biofílico ajuda a reduzir o stress e a ansiedade, com efeito imediato após a interação com o mesmo, embora o seu efeito varie conforme os elementos utilizados”.

Estudos já revelaram que quem fica nas camas junto às janelas, e com vista para as árvores, precisa de menos medicação para as dores.
Rita Salgueiro, arquiteta de interiores

A importância da natureza

“A natureza tem um papel fundamental no comportamento humano, tanto a nível de relaxamento como de produtividade”, diz Rita Salgueiro.

São vários os estudos que ligam a sensação de bem-estar, quer física quer mental,  à presença de elementos verdes na arquitetura e na decoração:“Percebeu-se a necessidade de reintroduzir a natureza nos edifícios de forma a criar espaços naturais em zonas urbanas, algo que tinha desaparecido após a revolução industrial”.

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A presença destes elementos “estimula os sentidos inatos do ser humano na busca de paz e relaxamento, essencialmente em hospitais. Estudos já revelaram que quem fica nas camas junto às janelas, e com vista para as árvores, precisa de menos medicação para as dores e recupera cerca de um dia mais cedo do que os pacientes que ficam em quartos sem vista para o exterior”, explica.

“Em termos práticos, a exposição à luz natural ajuda no equilíbrio do ritmo cardíaco, assim como o uso de materiais naturais reduz o efeito de toxinas que contribuem para a poluição do ar. Segundo um estudo de 2016, o acesso ao ar livre, a ventilação natural e espaços verdes ajudam a respirar melhor”, continua a arquiteta.

Características do design biofílico

  • Materiais naturais como pedra, madeiras e bambu;
  • Elementos orgânicos como cristais, conchas, búzios e elementos da própria natureza;
  • Uso de cal com pigmento, em vez de estuque, ou estuque biológico pintado com tintas orgânicas;
  • Janelas com dimensões generosas e, sempre que possível, clarabóias em espaços centrais onde a luz tem mais dificuldade em chegar;
  • Plantas que renovem o ar, como o lírio da paz, fetos e plantas que precisem de menos exposição solar para colocar em zonas mais escuras;
  • Os jardins verticais são o ideal para quem tem espaços mais reduzidos;
  • Sons da natureza como pássaros ou vento;
  • Aromas ligados a ambientes naturais, como velas com aroma de praia ou elementos naturais;
  • Cores calmantes e ligadas à natureza.

Exemplos práticos para cada divisão

  • Sala de estar

    Sala de estar

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    “Pode colocar pavimentos em pedras naturais ou madeira, cortinas que deixem passar a luz natural, plantas altas ou conjuntos de plantas com altimetrias diferentes em cantos mortos, junto ao mobiliário e flores naturais em jarras espalhadas por estantes, mesas de apoio, mesas de frente de sofá ou aparadores”, diz a especialista.

     

     

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  • Cozinha

    Cozinha

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    Além dos materiais base serem naturais, pode ainda criar um canto para produzir ervas aromáticas, como salsa e coentros.

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  • Casa de banho

    Casa de banho

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    Pode colocar uma jarra decorativa em cima da bancada ou, se tiver espaço, uma planta alta. “Se não tiver iluminação natural, opte por ramagens como os ruscos e deixe sempre a porta ligeiramente aberta para entrar o mínimo de luz para a sua sobrevivência”, diz. Prefira materiais naturais como a intemporal pedra mármore, ou elementos de madeira, que fazem lembrar um spa.

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  • Quarto

    Quarto

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    Ao contrário do que foi dito durante anos, as plantas são sempre bem vindas nos quartos, desmistifica Rita Salgueiro. “O oxigénio que retiram é bastante inferior ao de outro ser humano ou animal de estimação. Opte por lençóis de linho, algodão e elementos decorativos naturais, papéis de parede texturizados que remetem para a natureza e velas em locais estratégicos para criar um ambiente natural e acolhedor”.

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  • Varanda

    Varanda

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    Nas varandas pode recorrer a “canteiros e jardins verticais, pavimentos de relva artificial de qualidade, cadeiras, sofás, mesas em ratan ou madeira e lanternas de chão com velas”.

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