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Dicas de decoração que tornam a casa mais fácil de limpar, segundo uma designer de interiores

Dicas de decoração que tornam a casa mais fácil de limpar, segundo uma designer de interiores

Dificuldade em combinar limpeza e uma decoração agradável? A designer de interiores Cláudia Soares explica a melhor forma de adaptar o seu espaço às suas necessidades (e não apenas aos seus gostos). Veja como.

Por Ago. 22. 2022

Desde o aspirador que não consegue limpar totalmente debaixo do sofá até aos livros na mesa de cabeceira que, se antes serviam de decoração, agora são melhores amigos da poeira acumulada, a tarefa de limpar a casa nem sempre corre como gostaríamos.

Tudo isto, muitas vezes, deve-se a opções de decoração que, por muito atrativas que sejam, podem acabar por entrar em confronto com as tarefas domésticas do dia a dia.

Se está pela primeira vez a decorar uma casa ou se, por outro lado, está pronta para uma mudança dentro das suas quatro paredes, existem alguns pontos a ter em consideração se procura juntar o útil ao agradável.

A Saber Viver falou com Cláudia Soares, designer de interiores, que desvendou quais os móveis a escolher, os tecidos mais fáceis de limpar e nos deu ainda algumas dicas de arrumação. Ora veja.

Decoração de fácil manutenção: tecidos a escolher e móveis a evitar

A primeira questão que surgiu acerca desta temática foi se, para decorarmos a nossa casa, devemos ter como critério a facilidade de limpeza. Cláudia Soares foi peremptória.

“Sem dúvida. Na minha opinião é muito importante projetar os espaços tendo sempre em atenção o dia a dia e o quotidiano, e, claro, a limpeza é um dos fatores essenciais ao nosso bem-estar, aliada à estética e à utilidade de cada objeto.”

Para a especialista é importante pensar na casa como um todo, assim como nas pessoas que a habitam. “Perceber se existem crianças ou idosos, patologias – como alergias, doenças respiratórias, etc.”, esclarece.

Itens de decoração que podem acumular mais poeira 

Falta agora saber como identificar quais as peças que têm, assim, mais propensão à sujidade. Segundo a designer de interiores, são “as superfícies mais estáticas e que tenham tecidos alinhados ou com uma grande superfície aberta”.

Alguns exemplos:

  • Tapetes;
  • Cabeceiras de cama;
  • Móveis de televisão;
  • Aparadores.

Assim, deve evitar móveis rentes ao chão, com muito pormenor ou com zonas abertas, tal como prateleiras ou nichos de parede, pois “ganham sempre mais pó e criam recantos de difícil acesso”, explica.

De forma a evitar o acumular de pó, a especialista sugere colocar os móveis suspensos. “Móveis de TV na sala ou mesmo os sanitários nas casas de banho, sempre que possível, devem deixar o acesso ao chão o mais livre possível, pois ajuda na limpeza e dá uma sensação de ampliação do espaço.”

Para além disso, tenha tenção aos sofás e camas com os pés baixos, uma vez que são peças de grande dimensão, difíceis de levantar e mudar de lugar.

Cláudia Soares não tem dúvidas, “quanto mais simples for o processo de limpeza, melhor!”. Assim, sofás modulares e camas altas são boas alternativas.

Tecidos e superfícies fáceis de limpar

“Existem tecidos com tramas misturadas que, a nível visual, conseguem “disfarçar” a sujidade. Contudo, para uma limpeza mais imediata, recomendo os tecidos lisos e de textura mais leve, porque não acumulam a sujidade”, começa por esclarecer a designer de interiores.

Em qualquer tipo de tecido, recomenda que se faça um processo de limpeza e impermeabilização antiácaros.

“O meu truque: escolher sempre sofás e almofadas cujas capas possam ser amovíveis e de melhor facilidade de limpeza.”

No mobiliário, as madeiras são um material natural que pode ser limpo facilmente. Mas lembre-se que “devem ser utilizados produtos próprios, e a limpeza deve ser feita sempre no sentido do veio da madeira para não manchar nem abrir os veios”, revela.

“O importante é ser um produto sem cor para não manchar e respeitar a evolução do material ao longo dos tempos”, diz-nos a nossa entrevistada, que destaca os lacados e MDFs (painéis de madeira homogéneos) como opções fáceis de limpar, “porque são superfícies planas, mas menos resistentes”.

Por sua vez, nas superfícies de vidro e espelho, prepare-se para lidar com marcas de tudo o que se possa encostar, sejam as mãos das crianças ou as marcas de copos pousados. Nada de novo, certo?

Em zonas em que muitas vezes não podemos alterar muito a decoração do espaço (como casas de banho ou cozinhas), Cláudia Soares acredita que há três pontos obrigatórios que podem facilitar a limpeza:

  • Evitar objetos pequenos e que acumulem muito pó.
  • Arrumar atoalhados e utensílios guardados e organizados em caixas, gavetas ou armários para evitar a exposição ao pó.
  • E usar panos e atoalhados de tecidos práticos e de limpeza fácil como por exemplo, o algodão e os tecidos impermeáveis.

Hábitos e cuidados a ter para evitar a sujidade dentro de casa

“Com a questão da pandemia penso que todos reforçamos o hábito de evitar usar os sapatos dentro das habitações e isso foi um grande passo na redução da sujidade que entra na nossa casa. É assustador pensar na sujidade que pisamos na rua com os sapatos e que antigamente considerávamos normal trazer para dentro de casa”, começa por reforçar a designer de interiores.

Outro hábito que considera saudável é o de mudar de roupa quando se chega a casa. “Os pelos, ácaros e micróbios do exterior podem ficar restritos a uma divisão – WC ou closet. Mas, claro, isto são sempre hábitos da vida de cada pessoa e cabe a cada família decidir.”

Por fim, revela-nos que no seu caso, gosta de ter sempre pelo menos uma janela aberta, mesmo sabendo que entra mais pó, privilegia deixar a casa respirar. “Às vezes, o bom é inimigo do ótimo e cada casa deve ser vivida em harmonia, com higiene, limpeza e felicidade”, remata.

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