Crónica. Feng Shui na mesa de trabalho aumenta a produtividade
Diz-me como é a tua mesa e dir-te-ei como é o teu trabalho. Este poderia ser outro título para esta crónica, porque o nosso espaço é um espelho da nossa vida.
Trabalhar algumas ou muitas horas por dia sentada a uma secretária tanto pode ser uma experiência bastante monótona de esforço como pode ser uma oportunidade de apoio, segurança, bem-estar e estabilidade, que nos ajuda a ser mais rentáveis, eficientes e eficazes no trabalho.
Onde sentar
A nossa posição de trabalho, na sala ou gabinete, deve ser escolhida de modo a estarmos sentados de frente para a zona de passagem, como um corredor ou uma porta, e nunca de costas.
Preferimos, por isso, estar de costas para uma parede e de frente para o meio da sala. Assim controlamos o movimento e evitamos a frustração e o castigo de estar de frente para uma parede fechada, e a insegurança ou vulnerabilidade de ter movimento nas costas.
A secretária
Dependendo da tarefa ou do tipo de trabalho que fazemos, a mesa não deve ser muito pequena e acanhada, pois isso mostra uma dificuldade em poder evoluir. Tão pouco deve ser grande demais, porque iria promover uma grande dispersão.
Com o material da mesa podemos ter experiências bem agradáveis se for com fibras naturais. O que não invalida a igual qualidade se a mesma tiver uns pés de metal.
Há muitas outras opções como tampos de pedra, melamina, acrílico e vidro, mas nenhuma se compara à madeira ou à cortiça.
A mesa deve ser estável e forte, de modo a criar um suporte estável e seguro. O tampo da mesa representa o chão do nosso trabalho e por isso não devemos ter uma mesa com os pés bambos.
O tipo de trabalho vai também influenciar o que podemos ou devemos utilizar. Por exemplo, um tampo de vidro transparente pode ser muito bonito e esteticamente muito leve, mas é também muito inseguro. Além disso, não fornece a devida sensação de estabilidade para um trabalho de grande responsabilidade e foco como o de um chefe, diretor ou contabilista, por exemplo. Pode, no entanto, ser bastante adequado para um artista plástico que não precisa de estabilidade mas sim de criatividade.
A mesa deve estar sempre limpa, organizada e apenas com o que necessitamos para desempenhar as nossas tarefas.
Se necessário, podemos ter uma mesa em L. Na lateral fica o material de apoio e até alguma prateleira para processos pendentes, e o meio, ou seja, o centro da mesa, fica livre para a tarefa vigente.
Termos vários assuntos na mesa ao mesmo tempo vai criar também uma confusão ao nível da energia dos diferentes processos ou tarefas e misturar assuntos.
Esta confusão promove perdas ou fugas de informações, confusão mental entre outras faltas de controlo. Contudo, se tivermos a mesa limpa e desimpedida, podemos forcar-nos melhor na tarefa que estamos a desempenhar.
O assento
Também a cadeira ou banco onde nos sentamos vai contribuir para este bem-estar. Por isso mesmo, na maioria dos casos preferimos uma cadeira a um banco, pois as suas costas vão ajudar-nos a sentir mais proteção.
O banco pode ser mais adequado para trabalhos mais volantes e técnicos, em que a pessoa precisa de maior mobilidade.
Uma cadeira de um chefe é também normalmente maior ou mais imponente, pois mostra a posição hierárquica que é superior, e também oferece maior proteção e segurança.
Esta segurança e firmeza vai motivar e incentivar os seus colaboradores. Se houver insegurança, transmite-se aos colaboradores uma necessidade de compensar, tentando controlar a equipa de uma forma forçada e não natural, usando o poder e a arrogância.
A iluminação
A luz é um dos fatores mais importantes num espaço de trabalho. Mesmo com o uso de bons monitores e outras ferramentas de trabalho mais modernas e adequadas às nossas necessidades, nada anula a necessidade de uma mesa bem iluminada.
Qualquer espaço deve ter não só quantidade como boa qualidade de luz, para que a pessoa não se sinta em esforço e possa desempenhar as suas tarefas durante o tempo necessário.
A iluminação bem trabalhada pode também ajudar a criar zonas de foco no trabalho. Por exemplo, numa sala de reuniões poderá bastar uma boa iluminação geral em cima da mesa criando união e foco comum às várias pessoas que estão a reunir.
Já uma sala com várias mesas deve ter várias luzes independentes, cada uma focada numa mesa, para ajudar a que cada pessoa se foque apenas na sua tarefa.
Alexandre Saldanha da Gama é um conceituado consultor de Feng Shui de Portugal e da Europa, e autor do livro ‘Feng Shui @ Lares e Costumes Portugueses’. Estudioso de pessoas e da sua energia, criou a marca Feng Shui Integrativo através da qual orienta seminários, cursos, palestras, e faz consultas de astrologia do ki das 9 estrelas. Desenvolve e acompanha in loco projetos de decoração, dá consultas de Feng Shui e faz limpezas energéticas de espaços.