Todos sabemos que sem luz não seria possível vida, pelo menos da forma como a conhecemos. Na verdade, vários estudos já foram feitos e concluíram que a luz tem uma grande influência na nossa qualidade de vida, no nosso estado de ação, de ânimo e até mesmo de saúde.
Dizem-nos que a luz branca pode ser mais estimulante, podendo até ser um pouco agressiva, e que a luz amarela torna os espaços mais confortáveis.
De acordo com o Feng Shui, lembro que durante a manhã temos uma luz mais branca e azul e que, de tarde, a mesma assume tons amarelos. Por isso, a luz da manhã ajuda-nos a acordar, a estimular, enquanto a luz da tarde ajuda-nos a relaxar e acalmar.
Da mesma forma confirma-se que, durante o verão, onde há mais horas de luz, temos mais vontade de sair e de conviver, e que durante o inverno, com menos horas de luz natural, acabamos por nos recolher mais cedo e somos convidados a sair menos.
Decoração e a luz
Para tentar reproduzir o que é natural, é preciso perceber onde a luz natural é escassa e como compensar esses espaços. Por exemplo, junto de uma janela a norte, o ideal é apostar numa decoração em tons claros e com alguns brilhos.
Já a nascente, a luz da manhã pede uma decoração com tons de azul e verde, materiais orgânicos e plantas vivas.
A sul, a luz forte e intensa do meio-dia pede várias cores misturadas, fortes e ativas, assim como vários materiais diferentes.
A poente, onde a luz aparece mais amarela, é preferível apostar nos amarelados e alaranjados, assim como metalizados. Neste caso, funciona melhor uma decoração simples e minimalista.
Para além da luz natural, que nem sempre aparece em todas as zonas da casa, podemos e devemos compensar com luz artificial.
Divisões da casa e iluminação
O Feng Shui nunca esquece o lado prático e funcional, daí ser importante combinar a iluminação com as várias divisões.
Na casa de banho, devemos ter uma boa iluminação geral, especialmente na zona do espelho. Esta área deve ser vista como um spa e, por isso, nada melhor do que uma iluminação forte, mas confortável, para ativar a energia.
Já na cozinha, é indispensável uma boa luz de bancada (seja em cima do fogão, do lava-loiça ou da zona de preparação), para facilitar quem nela trabalha.
É importante ter em atenção que a luz que muitas vezes é colocada no centro do teto só é útil se essa cozinha tiver a bancada de trabalho tipo ilha, mesmo debaixo da mesma.
Caso contrário, essa luz fica nas nossas costas e, quando queremos utilizar a bancada, o nosso corpo faz sombra na zona de trabalho.
Nas zonas de refeições, nada melhor que ter um candeeiro suspenso sobre a mesa ou bancada onde fazemos a refeição.
Não só podemos comer com conforto da luz que nos ilumina como esta nos faz esquecer o que está ao nosso redor, contribuindo para uma maior união de quem está na mesma mesa.
Na sala de estar, devemos ter várias luzes indiretas a criar diferentes ambientes. Uma luz junto ao sofá para quem quer ler um livro, uma luz a iluminar um quadro ou uma floreira com uma planta de interior.
Pode ainda ter um candeeiro de teto que espalhe a luz nas várias direções, e que possa ser regulado com mais ou menos intensidade em função do tipo de ambiente pretendido.
No quarto, podemos ter uma luz suave de teto. No entanto, devemos também ter uma boa iluminação nas mesas de cabeceira, de forma a que permitam ler um livro com conforto e uma luz direcionada ao armário para nos ajudar a escolher a roupa.
Por fim, no escritório, podemos ter uma luz de teto, mas será sempre essencial uma boa luz de secretária para ajudar a ler com facilidade e, ainda assim, focar toda a atenção na zona da mesa.
Alexandre Saldanha da Gama é consultor de Feng Shui e autor do livro ‘Feng Shui @ Lares e Costumes Portugueses’. Estudioso de pessoas e da sua energia, criou a marca Feng Shui Integrativo através da qual orienta seminários, cursos, palestras e faz consultas de astrologia do ki das 9 estrelas. Desenvolve e acompanha in loco projetos de decoração, dá consultas de Feng Shui e faz limpezas energéticas de espaços.