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7 sugestões para (re)decorar a casa de forma mais consciente

7 sugestões para (re)decorar a casa de forma mais consciente

A nossa casa é um reflexo daquilo que somos e, atualmente, faz todo o sentido transparecer a nossa consciência ambiental na forma como decoramos o espaço ao qual chamamos de lar.

Por Jan. 15. 2022

Passamos uma boa parte do nosso tempo dentro de casa e, por isso, é normal querermos dedicar alguma atenção a transformá-la na sua melhor versão. Nos tempos atuais, em que a emergência ambiental é um facto cada vez mais presente, faz sentido incluir o tema da sustentabilidade nas nossas decisões, e a decoração não é exceção.

A par da própria arquitetura e modo de construção, e das práticas que aplicamos diariamente dentro de casa, a decoração pode ser uma boa aliada no caminho para um lar mais sustentável.

Assim, reuni sete sugestões, muito simples de aplicar, para considerar na próxima vez que estiver a pensar (re)decorar.

7 sugestões para (re)decorar a casa

1. Criar novas decorações “re-propositando” o que já temos por casa

Estender o tempo de vida útil do que já existe é, sem dúvida, o primeiro passo a adotar. Ao fazê-lo, estamos a continuar a dar uso a materiais cujos processos de extração, transformação e transporte já tiveram o seu impacto, evitando processos impactantes para criar novos objetos.

E a “re-propositação” (que é o mesmo que dizer que vamos dar um novo propósito a um objeto) não tem de ser aborrecida! Aliás, pode ser muito interessante, dando-nos a oportunidade de criar ambientes únicos.

Para se tornar mestre na arte de “re-propositar”, basta olhar para o que tem em casa com outros olhos: será que aquelas canecas perdidas no fundo do armário podem dar bons vasos para plantas pequenas? Ou será que a mesinha de cabeceira pode trocar de lugar com a mesa de apoio da sala? Ou talvez aquela tábua de cozinha de madeira que nunca utiliza se possa tornar num elemento decorativo? São tudo exemplos que já apliquei em minha casa.

Ainda mais fácil, mas também impactante, é simplesmente reorganizar ou trocar os objetos de divisão: criará um ambiente diferente sem qualquer investimento e (quase) nenhum esforço.

Tal como a roupa, os artigos decorativos em segunda mão têm a vantagem de nos ajudarem a poupar
Rita Tapadinhas

2. Decorar a partir de “lixo”

Pode parecer estranho ao início, mas aqui as possibilidades são infinitas! A regra de ouro é pensar, sempre que precisamos de algo, se não conseguimos criá-lo a partir de “lixo” que estejamos quase a descartar.

Ora aqui vão algumas ideias:

  • Fazer uma fronha para uma almofada decorativa a partir de uma camisola antiga e sem uso;
  • Criar novas velas, derretendo e juntando restos de velas antigas que já não acendem (não esquecer que é necessário arranjar um novo pavio);
  • Preencher uma moldura com um resto de papel de parede que tenha sobrado de um projeto de decoração antigo, ou de algum familiar ou amigo;
  • Preencher uma moldura com recortes de jornal;
  • Transformar um garrafão de vidro num candeeiro ou numa jarra para colocar alguns ramos e flores secas;
  • Utilizar frascos de conservas ou caixas de gelados como arrumação.

Mais uma vez, são ideias que já apliquei cá em casa.

Este tipo de decorações ajudam-nos da mesma forma que as decorações “re-propositadas”, tendo ainda a vantagem de ajudar a reduzir a quantidade de lixo que geramos – importante para um estilo de vida mais próximo do desperdício zero.

3. Explorar a segunda mão

Mais uma (a última!) sugestão para dar uso ao que já existe, é a cada vez mais trendy segunda mão.

Tal como a roupa, os artigos decorativos em segunda mão também podem ser encontrados online e em lojas físicas, com a vantagem extra de nos ajudarem a poupar, comparando com os preços dos mesmos artigos em versão ‘primeira mão’.

Para além das lojas e plataformas online, outra opção é trocar peças de decoração com família e amigos. Ah, e isto funciona, claro, nas duas direções: quando alguma peça deixa de nos fazer sentido, o ideal será vendê-la ou dá-la para que continue a ter uso, noutra casa, durante muitos mais anos.

Utilizar a decoração de forma a ter uma utilidade extra pode ser uma forma inteligente de aliarmos a sustentabilidade à estética
Rita Tapadinhas

4. Trazer a Natureza para dentro de casa 

As plantas, para além de servirem como um elemento decorativo, podem também ter um papel na eliminação de dióxido de carbono e de poluentes do interior das nossas casas.

Um famoso estudo da NASA, feito em 1989, reportou isso mesmo, e tornou-se numa referência para quem procura reduzir a poluição do interior de casa de forma natural.

Se possível, na escolha de substrato, opte por um isento de turfa (cuja extração comporta riscos na manutenção de dióxido de carbono fora da atmosfera) e aventure-se na propagação de plantas, que é uma excelente forma de multiplicar a sua coleção de verdes com pouco impacto.

 5. Usar a decoração a nosso favor para isolamento térmico

Utilizar a decoração de forma a ter uma utilidade extra pode ser uma forma inteligente de aliarmos a sustentabilidade à estética.

Em épocas mais frias, os tapetes, as almofadas e os cortinados podem ter um papel decorativo, mas também de apoio ao isolamento.

Veja, no vídeo, como fazer uma almofada para isolar portas e janelas.

6. Fazer compras conscientes

É inevitável, ocasionalmente, ter de adquirir algo novo e, nestes casos, faz todo o sentido tentar fazer a compra da forma mais consciente e informada possível.

Um bom primeiro passo será investigar as práticas da empresa ao nível ambiental e social. Frequentemente, conseguimos ter uma visão geral através dos websites e da forma (e transparência) com que a informação é apresentada.

Alguns pontos a considerar são, por exemplo, o local onde os produtos são fabricados, quais as políticas de trabalho aplicadas, de onde provêm as matérias-primas (e se têm alguma certificação, como é o caso da FSC para as madeiras provenientes de florestas geridas de forma mais responsável), quais as práticas de gestão de resíduos, eventuais programas de reciclagem dos produtos em fim de vida…

 7. Adotar o lema ‘menos é mais’

Parece cliché, mas é mesmo assim. Escolher peças de qualidade, com cores neutras e designs intemporais, pode ser uma boa escolha para garantir, não só que a nossa casa está bem decorada, como que essa decoração irá resistir ao teste do tempo (tanto esteticamente, como em termos da durabilidade dos próprios objetos).

Uma lógica minimalista permitir-nos-á reduzir a pressão sobre os recursos do planeta, uma vez que pressupõe um consumo mais comedido.

Mesmo com orçamento limitado, ao comprarmos menos, temos uma maior possibilidade de investir em peças de maior qualidade, pouco a pouco.

Rita Tapadinhas formou-se em Gestão, e foi quando começou a trabalhar que se tornou cada vez mais alerta para os problemas ambientais. Em 2019 criou o Plant a Choice, um projeto que pretende alertar para os problemas ambientais e mostrar, de forma prática, como podemos tornar os nossos hábitos diários mais ecológicos e sustentáveis. Atualmente, o @plant.a.choice (no Instagram) conta também com um podcast e dois e-books.