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Domine a arte (complicada) de bem oferecer presentes

Domine a arte (complicada) de bem oferecer presentes

Escolher um presente é uma tarefa difícil para todos. E nem sempre a melhor opção é a mais cara ou original, mas sim aquela que traz satisfação (verdadeira).

Por Dez. 7. 2018

O que aconteceria se conseguíssemos dominar com mestria a arte de bem oferecer presentes? Nem todas nascemos com este dom, mas é possível passarmos a ser aquela amiga/companheira/tia/prima que acerta sempre na oferta ideal.

Para isso, fomos perceber o que está por trás do significado e da motivação da escolha de um presente.

O significado

Dar um presente é uma ação dentro da linguagem do amor. É uma comunicação capaz de ilustrar de forma simbólica que existe um laço muito especial entre quem oferece e quem recebe. A escolha ideal é a que tem mais significado e que é capaz de criar uma nova memória.

A motivação

Tradicionalmente existem datas específicas em que se oferecem presentes, mas para além desta guideline, há uma motivação importante no gesto de dar. A psicóloga clínica Rita Barata afirma: “o ato de oferecer implica que existe uma intenção de agradar. O mais importante é que esse presente represente o tempo que despendemos a escolher esse presente, o significado do mesmo e a motivação por trás da escolha, que é a felicidade partilhada. Ou seja, a partir do momento em que o outro está feliz, quem oferece passa a ter o mesmo sentimento”.

De acordo com os estudos, 96% das pessoas transmitem a ideia de que o mais importante é a intenção. Apenas os restantes referem que se preocupam efetivamente com o presente certo.

O impacto dessa ação

Dar um presente tem associado um benefício psicológico. A ciência social esclarece que uma das maiores necessidades emocionais da humanidade é experienciar trocas relacionais que nos façam sentir amados, queridos e seguros. Dar um presente com importância é fazer isso acontecer, é investir na relação.

O stresse da escolha

Escolher o presente perfeito não é assim tão descomplicado – especialmente quando queremos algo único. Acontece que a maioria de nós não é suficientemente boa a decidir o que oferecer. E a razão é simples: escolher a prenda certa implica um exercício muito complicado, que consiste em ler os desejos da outra pessoa.

Mas, habitualmente os gostos pessoais são determinantes. Quem oferece começa por escolher o que mais gosta, o que pode levar a uma má decisão.

Sabia que de acordo com os estudos, 96% das pessoas transmitem a ideia de que o mais importante é a intenção. Apenas os restantes referem que se preocupam efetivamente com o presente certo.

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Agradecer

Porém, sabemos perfeitamente que quando desembrulhamos um presente, a nossa expetativa está muito longe de considerar a intenção. O que desejamos ver é algo que nos faça sentir:“gosto mesmo disto, afinal conheces-me tão bem!”.

Depois da surpresa, agradecer é um código social. Fazer um comentário negativo sobre um presente é criar um momento totalmente desagradável. Nunca somos totalmente sinceros quando não gostamos. Curiosamente, as raparigas parecem manifestar (segundo as estatísticas), desde mais cedo, essa capacidade de não defraudar as expetativas de quem oferece.

Duas ideias para ter sempre sucesso a oferecer

Para que estas white lies não continuem a influenciar um ciclo de consumismo não satisfatório para quem perde bastante tempo nas filas de pagamento e para quem tem de simular um “adorei!”, ficam duas ideias para ter muito sucesso nas escolhas.

1. Criar uma lista de pessoas a quem oferecer um presente e ter uma ideia sobre o que realmente pode ser importante para essa pessoa é uma excelente estratégia.

Como definir isso? Refletir sobre o que sente por essa pessoa, em como se conheceram, em bons momentos partilhados, em lugares que conheceram juntos, em segredos secretos e dar algo representativo e que faça emergir essas memórias.

2. Os presentes que provocam uma reação emocional criam uma nova memória e um sentimento muito positivo. Trazem a tal mensagem de amor.

Exemplos? Um bilhete para um concerto especial, um salto de paraquedas ou uma ida a um spa é emocionalmente mais recompensador que algo material que eventualmente ficará esquecido num armário (já demasiado cheio).

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