Crónica. Sabe o que também é contagiante? A alegria e o otimismo
Sabia que o nosso bem-estar e as emoções positivas que expressamos influenciam o bem-estar das pessoas à nossa volta e das pessoas à volta dessas pessoas? Aproxime-se de quem a faz sentir bem e das boas notícias. Vai sentir-se mais feliz.
*Acompanhe mensalmente a jornada de uma marketeer a aprender a ciência da felicidade.
Todos nós já sentimos o efeito de estarmos na companhia de alguém ansioso, pessimista, que faz questão de nos lembrar dos receios que devíamos ter, dos perigos, dos medos e tudo “para nosso bem”. Um estado de espírito negativo assim cola-se à pele, entranha-se sem que nos demos conta.
Mas ao contrário também é verdade. Há pessoas que brilham pelo sorriso, pela generosidade, pela alegria. Pura e simplesmente sentimo-nos bem ao pé delas. Sentimos conforto, segurança, amor. Elas são um íman radiante.
Estudos demonstram que a felicidade de um contacto próximo aumenta a probabilidade de nos sentirmos mais felizes em 15%. A felicidade de um contacto de segundo grau – por exemplo, o marido de uma amiga – aumenta essa probabilidade em 10%, e mesmo a de um contacto em terceiro lugar – um amigo de um amigo de um amigo – aumenta as nossas chances de bem-estar em 6%.
As emoções positivas são contagiantes e devemos procurá-las. E mais: não se resumem à alegria e ao otimismo. Alguém mais triste ou desanimado, que seja amável, generoso ou grato, por exemplo, tem outro tipo de emoções positivas para trocar e a influência será sempre benéfica.
O mesmo efeito de contágio acontece com as notícias que recebemos. A tragédia “vende”, bem sabemos, e por isso somos bombardeados com as desgraças e a antevisão especuladora dos piores cenários.
Serviço público é informar, dizer a verdade sobre o que afeta os indivíduos e as comunidades e essa verdade inclui também tudo o que de positivo se passa, mesmo nos cenários mais difíceis como o que vivemos atualmente.
Estudos sobre a viralidade dos conteúdos online descobriram que o medo e a raiva são altamente contagiantes, mas também o são o amor, a alegria, o otimismo e a esperança. E é por isso mesmo que há cada vez mais meios de comunicação a adotarem uma atitude transformadora e a privilegiarem as notícias positivas.
Um bom exercício de promoção do nosso bem-estar, desde sempre e agora mais do que nunca, é filtrar muito bem os estímulos a que estamos expostos.
As notícias repetem até à exaustão aquilo que já sabemos ou especulam sobre o que ainda não se sabe? Escolha bem as fontes de informação e assista aos noticiários apenas uma vez por dia. Nas redes sociais só se fala da pandemia? Imponha-se horários para aceder ao Facebook e ao Instagram. Aquele amigo que está muito ansioso e que só quer dar bons conselhos sobre o futuro incerto que aí vem? Mude o tema da conversa.
Apesar das limitações e de todos os desafios que vivemos, a vida não parou. Há um mundo de emoções positivas e de boas notícias a acontecer. Basta mudar o foco e deixar-se contagiar.
Contagie-se pelas notícias positivas
• Projeto português muito recente, criado no contexto da pandemia. A F.L.Y – Freedom Liberates Yourself – assume-se como um movimento de libertação, de reconquista e de reequilibro, e a F.L.Y News pretende ser a casa do que melhor se faz em prol da comunidade: reciprocidade, boas notícias, iniciativas promotoras de bem-estar e esperança.
• Positive News é uma empresa cooperativa, detida por leitores e jornalistas de todo o mundo e criada na sequência de uma campanha de crowdfunding. Todos os lucros são reinvestidos no jornalismo. E tem uma seção só sobre o Covid-19!
• O projeto brasileiro Pazes que tem como missão levar, dia e noite, uma reflexão de paz, empatia, serenidade, poesia e equilíbrio a cada um dos seus leitores. Cobre temas como direitos humanos, espiritualidade, literatura, psicologia e comportamento.
• Plataforma norte-americana, fundada em 1997 para combater a escassez de boas notícias nos media. Nos anos 90, nos Estados Unidos da América, os homicídios desceram 42% e a cobertura jornalística deste tipo de notícias cresceu 700%. Para além do site, tem uma aplicação, um podcast e uma newsletter semanal.
• E, claro, a revista Saber Viver, que acredita que a vida deve ser vivida ao máximo, com altos e baixos, que nos aceita como somos, mas que nos ajuda a almejar uma melhor versão de nós próprios.
Sara Midões, trabalha em marketing e gestão comercial, e partilhará com os leitores da Saber Viver todas as maravilhas da descoberta da ciência do Bem-Estar. É mãe de dois adolescentes e praticante convicta de yoga.