Crónica. Como se tornar numa pessoa melhor?
Se tem como objetivo de desenvolvimento pessoal sentir-se melhor pessoa, é necessário implementar novas atitudes e ações realmente efetivas. Saiba como o fazer.
Somos seres complexos e, por vezes, as nossas vozes interiores – sim, elas são mais do que uma –, parecem não colaborar. Estas nossas vozes podem chegar inclusive a travar o nosso desenvolvimento pessoal, ao alterar a nossa perspetiva da realidade através de considerações irracionais influenciadas pelo medo.
A verdade é que querer ser mais otimista e desenvolver a paz interior não é assim tão simples quanto parece.
Mas acredito que é possível implementar novos hábitos diariamente, bem como sermos mais assertivos, para desenvolvermos atitudes positivas e nos conseguirmos livrarmos da negatividade do dia a dia, alcançando, assim, a paz interior. Para tal, basta-nos alterar o foco do nosso discurso interno.
Atenção: encontrar a paz interior não é uma questão de se alcançar e manter um estado de apatia ou indiferença, mas sim o de desenvolver uma atitude mais proativa perante as adversidades.
Qualquer mudança positiva começa sempre com a formulação de uma intenção clara de:
- Fazer alguma coisa
- Ou de não fazer nada
A decisão é sempre nossa.
Comece agora a melhorar: comprometa-se consigo!
Para dar início ao processo de transformação, desafie-se, definindo como objetivo de desenvolvimento pessoal a implementação de novas atitudes e ações realmente efetivas.
Comece por seguir estes passos e assuma o compromisso de desenvolver uma perspetiva diferente da vida.
Comprometa-se a…
- Ser mais otimista;
- Criar objetivos positivos e tomar atitudes;
- Preferir as relações positivas;
- Saborear os bons momentos;
- Agradecer;
- Aceitar as coisas como elas são;
- Ter um dia saudável e equilibrado.
O que são e como funcionam estas vozes interiores que nos travam?
Os grandes influencers da nossa realidade são estas quatro vozes interiores que competem diariamente para nos deixar sempre um pouco mais confusos quando precisamos de tomar decisões:
- A voz da mente, com a sua interminável conversa automática e negativa;
- A voz do Ego, sempre a tentar provar o seu valor;
- A voz da criança interior, sempre em busca de validação e de proteção;
- E a voz da nossa alma, tão silenciosa e discreta que nos passa quase desapercebida.
Quando damos demasiada atenção a estas vozes interiores podemos experimentar dificuldades e sentimentos desgastantes, que acabam por nos levar, temporariamente, o sorriso.
Mas, com tempo, maturidade e alguma dose de resiliência, é sempre possível regressar a um estado de estabilidade emocional e mental. Basta-nos um pouco de paciência.
Já se sentiu presa e de mãos atadas ao querer implementar mudanças positivas?
Já todos estivemos presos em ciclos de ansiedade, medo, frustração e procrastinação, por não encontrarmos a saída de determinadas situações complicadas. Mas como se encontra a saída destes ciclos? O que está ao nosso alcance fazer?
Eu uso a “lei” dar para receber, ou seja, se preciso de algo específico de alguém, ou que aconteça alguma coisa, mesmo que não saiba exatamente o que poderia ser, uso esta lei.
Tenho então de analisar tudo o que tenho do meu lado que precisa de ser respondido, mesmo que não esteja relacionado com o meu problema: conversas não terminadas, e-mails não enviados, mensagens por responder, etc..
Lembre-se que toda a ação gera uma força e uma energia que nos é devolvida.
Para ajudar a abrir caminho, deixo-lhe algumas sugestões, exemplos de atitudes, que a podem auxiliar em momentos de estagnação ou retrocesso:
- Evite as especulações;
- Deixe de reviver os dramas do passado;
- Não perca nem gaste tempo naquilo que não pode mudar;
- Acabe com a auto-martirização;
- Cultive mais as suas virtudes;
- Acabe com as expectativas irrealistas relativamente a si mesma
Todos temos em nós a capacidade e a energia de nos reconstruir quando necessário. Acredite no seu poder interior!
Decida ficar bem e sentir-se melhor
Se, como eu, se sente movida pelo desejo de mudar, amadurecer e de melhorar constantemente, questione-se e responda com sinceridade às perguntas:
• Como sou ‘Eu’ vista pelo outros?
Expressa, nas suas atitudes, pessimismo ou otimismo? Aceitação ou julgamento? Observe a forma como se expressa, e selecione pensamentos mais adequados com a sua intenção.
• O que preciso ‘Eu’ de aprender?
Pergunte-se a si mesma o que gostaria de aprender para se sentir a evoluir mais. Pode ser, por exemplo, uma atualização dos seus conhecimentos, ou então começar algo totalmente novo e completamente diferente.
• Como posso ‘Eu’ ter mais propósito?
Pense numa forma de se tornar mais acessível e disponível para os outros, de ser mais prestável.
• Quem preciso ‘Eu’ de perdoar?
Pense nas suas mágoas que precisam de ser curadas. Pense num acontecimento do passado ou em alguém que precisa de perdoar para seguir em frente.
• Como posso ‘Eu’ colocar mais amor na minha vida?
Quer seja amor-próprio, quer seja amor pelos amigos ou pela família, trate dos que estão a sua volta com mais compaixão. Dê-lhes mais, sem qualquer expectativa de retorno.
• Como posso ‘Eu’ cultivar a gratidão?
Agradeça por quem é hoje e pelo que tem. A gratidão faz com que se valorize mais o presente e que se cultive o otimismo.
O melhor momento para colocar em prática o que acabámos de esclarecer com estas perguntas é sempre, e só, um: AGORA.
Assuma o compromisso de se focar mais no positivo. Viver em paz é uma escolha. Lembre-se que nunca é tarde demais para sermos melhor pessoa.
Jean-Pierre de Oliveira é professor de yoga, autor e um earth activist. A sua inspiradora abordagem ao yoga adapta esta sabedoria antiga à vida dos ioguis modernos como um estilo de vida além das aulas. É conhecido pelo seu estilo genuíno de ensino e instrução técnica profissional reconhecida que o tem levado a participar em diversos eventos.