Crónica. Crenças limitadoras e a forma como moldam a nossa realidade
Aquilo em que acreditamos, as nossas crenças, guiam-nos ao longo da vida e ajudam-nos a escolher o que pensamos ser melhor para nós. Porém, também existem crenças que nos amarram e impedem de progredir. É sobre estas que Jean-Pierre de Oliveira nos fala na sua crónica.
Todos ficamos presos em crenças limitadoras que impedem o desabrochar do nosso potencial, dificultando ou impossibilitando escolhas. Estas construções mentais são as crenças que a nossa mente consciente desenvolveu para interagir com o mundo à nossa volta.
Mas o que são, afinal, crenças limitadoras? São exatamente o que parecem: crenças que nos limitam no que acreditamos ser possível para nós, não nos deixando ver as incríveis coisas que poderíamos fazer acontecer.
Estas crenças limitam a forma como vemos o mundo. Impedem-nos de perceber o vasto leque de possibilidades e oportunidades que a vida nos apresenta. É como olhar para o mundo através do olho de boi de uma porta: o nosso campo de visão fica restrito, não conseguimos ver tudo o que nos rodeia.
3 tipos de crenças limitadoras
Crenças sobre nós próprios
Por exemplo, concluir que somos perdedores, fracassados, incapazes de dar o nosso melhor. Mas crenças excessivamente positivas também podem não ser saudáveis, como pensar que somos os melhores em tudo.
Crenças sobre os outros
Acreditar que todos estão contra nós, que são indignos de confiança ou manipuladores, dificultando relacionamentos saudáveis. Ou, pelo contrário, acreditar que todos são de confiança, o que nos pode levar a relacionamentos menos benéficos.
Crenças sobre o mundo
Assumir que não podemos ter sucesso no mundo de hoje ou pensar que o mundo é um lugar onde não se pode encontrar a felicidade; Ou então minimizar os problemas sociais, olhando tudo através de óculos cor-de-rosa.
Como nos libertamos destas crenças limitadoras?
O primeiro passo é criarmos consciência das crenças que nos limitam e percebermos que temos controlo sobre elas. Não somos obrigados a nada, apenas temos de as desmontar.
As etapas são:
- Ser conscientes;
- Identificar a crença;
- Reconhecer que não é verdade em todas as situações;
- Criar uma nova forma de agir e mudar o padrão.
Tal como o corpo físico, a mente precisa de ser estimulada para obtermos resultados e nos libertarmos destas crenças. É importante praticar a autoconsciência, questionando-nos e fazendo as nossas “flexões mentais”.
Viver no presente
Para escapar à teia que a mente nos tece, precisamos de estar conscientes não só dos nossos pensamentos, mas sobretudo da sua natureza. Só assim os poderemos controlar. Mas isso, por si só, não chega. O processo de observação dos nossos pensamentos tem de ser contínuo.
Não basta tomar consciência, temos de viver neste estado. Tomar consciência é mais do que uma ação, é um estilo de vida. Para mim, é, em suma, Yoga.
A responsabilidade é sempre nossa
A verdade é que somos os únicos responsáveis pelos nossos pensamentos. Se estamos tristes, frustrados ou com raiva, somos nós que produzimos estes sentimentos, não o mundo à nossa volta. Ao criar mudanças nas nossas perceções, veremos as transformações acontecerem.
Comece hoje a desafiar as suas crenças limitadoras e abra caminho para uma vida mais gratificante. Não espere por ninguém, a responsabilidade é sua. Tome as rédeas da sua vida e torne-se na melhor versão de si mesma.
Jean-Pierre de Oliveira é professor de yoga, autor e um earth activist. A sua inspiradora abordagem ao yoga adapta esta sabedoria antiga à vida dos ioguis modernos como um estilo de vida além das aulas. É conhecido pelo seu estilo genuíno de ensino e instrução técnica profissional reconhecida que o tem levado a participar em diversos eventos.