Crónica. Criar uma vibração positiva em tempos de crise
Nesta altura de mudança de paradigmas, onde muito do que tínhamos assumido como habitual e garantido está-nos a ser retirado, e é normal sentirmo-nos confusos e frustrados. Mas não há outro caminho senão adaptarmo-nos se queremos manter a sanidade mental.
O caminho da rejeição e da revolta, embora natural e legítimo, só irá criar mais do mesmo. Precisamos ajustar o que fazíamos e o que queremos fazer ao nosso novo modo de viver o quotidiano em sociedade.
A única coisa que temos agora garantido é que esta adaptação requer uma reavaliação interior e que esta deverá ser gradual para não criar conflito.
Está certo que precisamos mudar e evoluir, mas permanecem as dúvidas… Como o fazer? Quais são os passos certos?
O caminho rumo à mudança
Sabemos que somos todos diferentes e que não existe um método científico padronizado que sirva para todos.
Também sabemos que mudar é um processo que pode ser demorado e que pode levar uma vida, já que se trata de um caminho rumo à autoaceitação para nos levar ao bem-estar físico e mental.
É necessário procurar para encontrar a melhor forma de transformação individual para cada um de nós. Não é nada metafísico, não é magia, mas é um grande trabalho de força mental e todos podemos conseguir.
Mesmo que acorde com a intenção de ser feliz e com energia, isso não significa que esta energia se vai manter positiva ao longo do dia. Ter boa vontade não basta, é preciso atuar, porque basta ficar frustrado, bloqueado ou enervado que a nossa vibração também muda.
Cada vez que nos sentimos ‘atacados’ e remoemos os nossos pensamentos, criam-se ciclos repetitivos de autocomiseração que vão mantendo a nossa energia em baixo.
Portanto, cada vez que sentir ou observar algum desconforto, pode repetir estas perguntas como um mantra. Esta é uma ótima técnica de ajuda para mudar a sua vibração de negativa para positiva.
Pergunte-se
• Se alguém me aborrecer, quem está aborrecido? Sou eu;
• Se alguém me irritar, quem está irritado? Sou eu;
• Se algo me frustrar, quem fica frustrado? Sou eu.
Aqui está a explicação do processo: focar no positivo a partir do negativo.
Cada vez que me dou conta que estou com desconforto, fico satisfeito por ter conseguido constatá-lo. E quando me foco nesta conquista, já não me estou a focar no que me causou desconforto mas no meu sucesso.
Se o fizer também, irá criar o hábito de manter a mente mais livre de preocupações. Não precisa de alterar nada em concreto, mas simplesmente manter-se atenta ao exercício de controlar os pensamentos, principalmente porque uma mente vigiada torna mais fácil o controle das emoções.
Simples, não acha?
Se o primeiro passo é a tomada de consciência, o segundo é a sua materialização. Por isso, recomendo que no final de cada dia, e para desenvolver esta mente de yogi, procure pensar nas respostas para estas quatro perguntas:
• Quais foram as experiências do dia que desencadearam desconforto (quais os medos)?
• Quais foram os pensamentos mas significativos do dia?
• Que sentimentos tive quando senti desconforto?
• Como é que estes desconfortos alteraram o meu comportamento?
As respostas, prometo, serão elucidativas. Trabalho mental, lá está!
Distrair-se é fácil. Para mim, e durante muito tempo, o truque para manter o foco e não ceder ao desconforto foi um lembrete no telemóvel: se quero que alguma coisa mude, começo por mudar as minhas perspetivas.
Por isso, crie as suas estratégias que a obriguem ativamente ‘esvaziar’ a sua cabeça. Aulas de yoga regulares podem também ser uma solução!
Jean-Pierre de Oliveira é professor de yoga, autor e um earth activist. A sua inspiradora abordagem ao yoga adapta esta sabedoria antiga à vida dos ioguis modernos como um estilo de vida além das aulas. É conhecido pelo seu estilo genuíno de ensino e instrução técnica profissional reconhecida que o tem levado a participar em diversos eventos.