Crónica. Feng Shui e a alimentação
O que comemos diz mais dos nossos sentimentos do que imagina. Saiba como controlar as suas emoções através das escolhas alimentares.
Como sabemos, o Feng Shui é uma arte de procurar o nosso equilíbrio, o caminho em harmonia. Embora seja mais conhecido pelos seus ensinamentos sobre como decorar e viver um espaço, ensina também a olhar e tomar consciência dos vários condicionamentos das nossas vidas.
Estes condicionamentos passam pelo espaço, cores, materiais, acabamentos, texturas, etc.. Passam pelo contacto com a natureza, luz natural, respirar ar puro. Passam pelos nossos pensamentos, pelas nossas emoções, pela forma como vivemos e tratamos o nosso corpo físico e também pela sociedade onde estamos inseridos ou a cultura com que nos identificamos.
Enquanto alguns destes condicionamentos nos podem afetar mais ou menos, até porque uns são mais externos e outros mais internos, há um deles que é bastante importante e com resultados imediatos: a alimentação que praticamos.
Todos já experienciamos diferentes sensações depois de ter ingerido alguns alimentos. Sem precisar de falar de bebidas alcoólicas ou café, por exemplo, que dificilmente negamos os seus efeitos, basta estar atento ao poder de um simples chá que, em função da sua concentração, pode ser calmante ou, pelo contrário, estimulante.
Já alguém dizia que somos o que comemos e é verdade que as nossas emoções podem ser facilmente ajustadas pelo tipo de alimentação praticada.
Diz-me como te queres sentir, dir-te-ei o que comer
• Se pretendo ser mais flexível, tolerante, corajoso e independente posso apostar em alimentos tenros e com bastante água, como os rebentos, cereais como o trigo sarraceno, leguminosas como o feijão azuki, cebolas, nabos, rabanetes e batata doce, sementes de sésamo, amêndoas, cerejas e maçãs pequenas.
• Se pretendo mais aventura, pioneirismo, ação e paciência posso escolher cereais como a aveia e o centeio, leguminosas como as lentilhas, vegetais como os brócolos, aipo, alho francês, feijão-verde, sementes de girassol, citrinos.
• Se pretendo mais festa, maior espontaneidade e visibilidade devo preferir milho, tofu fresco, feijões grandes, espinafres, agrião, pepino, cogumelos, curgetes, sementes de linhaça, pinhões, melão, melancia, uvas, ameixa e figo.
• Se pretendo mais segurança, estabilidade, empatia e uma sensação de conforto devo procurar arroz glutinoso, millet, quinoa, ervilhas castanhas, tofu seco ou fumado, abóbora, couve-flor, couve de bruxelas, pevides, avelãs, alperces, pêssegos, maçãs e peras.
• Se, por outro lado, pretendo mais foco, direção, confiança e concentração, devo escolher arroz, seitan, cenouras, bardana, sementes de papoila e amendoins, amoras, morangos e frutos silvestres.
Para além disso, tenha estes fatores em conta:
- Reduzir bastante o consumo de produtos de origem animal e preferir uma alimentação essencialmente vegetal;
- Evitar os açúcares, os lacticínios, os produtos industrializados;
- Optar por produtos integrais e especialmente biológicos;
- Consumir produtos da estação do ano e produzidos na nossa região;
- Evitar alimentos que as nossas avós não conheciam;
- Evitar produtos com mais de três ingredientes na sua composição;
- Balancear a cor do nosso prato. A alimentação deve ser alegre e não monocromática;
- As refeições devem ser tomadas em paz e sossego, com tempo e bem sentados;
- Cada refeição deve ser vivida como um ritual, uma cerimónia.
Alexandre Saldanha da Gama é consultor de Feng Shui e autor do livro ‘Feng Shui @ Lares e Costumes Portugueses’. Estudioso de pessoas e da sua energia, criou a marca Feng Shui Integrativo através da qual orienta seminários, cursos, palestras e faz consultas de astrologia do ki das 9 estrelas. Desenvolve e acompanha in loco projetos de decoração, dá consultas de Feng Shui e faz limpezas energéticas de espaços.