Já lhe aconteceu, ou conhece pessoas que já encontraram uma casa em menos de uma semana, e outras que procuram durante meses ou até anos? O mesmo acontece quando queremos vender a nossa casa antiga. Se há quem venda antes de ter a nova, há muitos que mesmo com a casa já vazia demoram muito tempo até encontrar um comprador.
Se pensa que neste artigo lhe vou passar receitas de como usar o cheiro ou a luz ideal quando mostra a sua casa para que acelere o processo da venda, então não vale a pena continuar a ler.
Estamos habituados a olhar para as casas como matéria, como um bem material, e esquecemos que tudo o que nos acompanha, seja um carro, seja uma casa, são meras materializações da qualidade da nossa energia.
O Feng Shui e as nossas casas
Todas as casas têm uma função na nossa vida, e tudo o que nelas acontece representa algo sobre a mesma. Se me sinto confortável é porque estou numa boa fase. Se me sinto desconfortável e com necessidade de mudar algo na casa é porque estou a mudar coisas na minha vida ou na minha maneira de estar.
Sim, a mesma casa, e sem sofrer qualquer alteração, pode numa fase estar ajustada e sincronizada comigo e noutra fase completamente desconfortável. Também acontece que essa mesma casa pode ser confortável para uns e desconfortável para outros que a partilham.
Pela experiência que tenho a lidar todos os dias com casas e com pessoas, não tenho dúvidas de que os espaços por nós usados são mais uma das ferramentas que o Universo nos fornece para podermos curar, crescer e evoluir nesta vida.
Mudar de casa
A casa que eu atraio tem a vibração exata daquilo que estou a precisar nesse momento. Quando mudo de vida, de vibração, de maneira de estar, é natural que mude também de casa ou que pelo menos mude a forma de viver a mesma casa.
Quando sinto vontade de mudar de casa é porque a minha vibração já é muito diferente daquela que habita na casa, e embora no passado pudesse ter sido importante, neste momento está desatualizada e pode até impedir a minha evolução.
A energia das casas
Há casas muito bonitas e apelativas pela sua imagem e ainda assim não nos sentimos bem quando as utilizamos. Há outras que podem parecer menos bonitas e muitas vezes modestas e aparentemente menos confortáveis e ainda assim, não sabemos explicar, mas sentimos um chamamento, um conforto, um encantamento.
Todas as casas têm muita informação, mesmo que não física ou visível, essa informação é sentida.
A energia da casa pode depender do lugar onde foi construída, do tipo de ambiente, ou também da arquitetura do edifício, dos materiais, cores e adereços decorativos escolhidos, da forma como está organizada e também do tipo de família que ali vive e tudo o que nela já se viveu.
Para além disso, os espaços guardam memórias do que neles foi vivido. E pode ser essa energia retida que muitas vezes bloqueia o processo de venda.
Torna-se então muito importante dar os seguintes passos:
1. Tomar consciência sobre o que esta casa representa para mim;
2. Pedir ajuda a um consultor de Feng Shui que nos faça uma leitura de sinais da casa para saber quais os pontos da nossa vida que precisam de mais atenção;
3. Decidir se realmente quero vender ou não;
4. Identificar quais as emoções que estão associadas à casa e à possível venda da mesma. (Se a casa tem mais de um dono, todos devem ser envolvidos neste processo e depois decidir quem vai assumir a logística e possíveis negociações);
5. Tirar tudo o que são objetos e móveis de cariz pessoal e deixar ficar apenas o que vai ser vendido com a casa;
6. Arranjar tudo o que está estragado e preparar o espaço tal qual gostaríamos de o receber, caso fossemos o comprador (neste ponto podemos ter exceções quando a casa vai sofrer alterações por parte dos compradores e nesse caso os mesmos devem ser avisados de tudo o que não está a funcionar);
7. Fazer uma limpeza energética da casa ou uma simples cerimónia de despedida, onde nos podemos concentrar por uns momentos, conectar com a energia da casa e conversarmos com ela como se de uma pessoa se tratasse. Nesta conversa agradecemos por tudo o que nela vivemos e despedimos, deixando-a livre para receber outras pessoas.
Quando fazemos este trabalho de tomada de consciência não podemos arranjar justificações. Precisamos de ser muito verdadeiros e perguntar:
- Será que estou mesmo preparado para vender esta casa?
- Será que genuinamente me quero livrar dela?
- O que ela representa para mim?
- Será que tenho apego a esta casa?
Podem existir apegos que nem são bem à casa, mas sim ao que a casa representa:
1. A casa pode ter sido herdada e eu, sem ter consciência, posso relacioná-la com um ente querido que já partiu, mas de quem eu não fiz completamente o luto;
2. A casa pode estar a ser vendida na sequência de um divórcio que na realidade ainda não aceitei;
3. Outras vezes o valor pedido é desajustado do mercado ou do verdadeiro valor da casa, ou simplesmente sinto injusto porque tinha outra ideia;
4. Simplesmente ainda não me desapeguei de tudo o que esta casa pode representar para mim.
Veja a venda da sua casa como uma libertação para poder voar mais alto.
Alexandre Saldanha da Gama é consultor de Feng Shui e autor do livro ‘Feng Shui @ Lares e Costumes Portugueses’. Estudioso de pessoas e da sua energia, criou a marca Feng Shui Integrativo através da qual orienta seminários, cursos, palestras e faz consultas de astrologia do ki das 9 estrelas. Desenvolve e acompanha in loco projetos de decoração, dá consultas de Feng Shui e faz limpezas energéticas de espaços.