Depois de as primeiras duas temporadas terem explorado o caso de O.J Simpson e o assassinato de Gianni Versace, American Crime Story está de volta, desta vez, para contar a relação extraconjugal de Bill Clinton com a estagiária de 22 anos na altura, Monica Lewinsky, em 1995.
Foi um dos maiores escândalos sexuais que os Estados Unidos já presenciaram e que levou mesmo a um impeachment do presidente Bill Cinton, depois de ter sido acusado de assédio sexual por Paula Jones e de ter tido um caso com Monica Lewinsky. Aliás, American Crime Story: O Caso Monica Lewinsky começa exatamente com a história de Paula Jones, uma funcionária pública que na altura acusou o ex-presidente de a ter chamado a um quarto de hotel para terem atos sexuais.
Paula Jones não só negou e saiu do quarto como colocou mesmo um processo judicial a Bill Clinton por assédio sexual, exigindo um pedido de desculpas formal. O ponto de partida da série produzida pela FX é este, mas o foco principal é a história de Monica Lewinsky que, na verdade, é uma das produtoras executivas. Não só colaborou com os argumentistas e produtores na criação do guião da série como ainda ajudou a protagonista, Beanie Feldstein, a preparar-se para fazer de si própria.
“As pessoas têm contado a minha parte da história há décadas. Na verdade, só nos últimos anos é que fui capaz de recuperar totalmente a minha narrativa, quase 20 anos depois”, disse Monica Lewinsky à Vanity Fair.
A terceira temporada realizada por Ryan Murphy e Brad Falchuk é inspirada no livro A Vast Conspiracy: The Real Story of the Sex Scandal That Nearly Brought Down a President, de Jeffrey Toobin, e conta com um elenco luxuoso e com uma caracterização tão boa que é difícil de reconhecer as personagens.
É o caso de Sarah Paulson que interpreta Linda Tripp, uma ex-funcionária da Casa Branca que é afastada para o Pentágono e torna-se amiga de Monica Lewinsky, e Clive Owen que interpreta o presidente dos Estados Unidos. No caso de Sarah Paulson, a sua caracterização chegava a demorar três horas e 45 minutos até estar finalizada.
Ao longo dos 10 episódios (sai um por semana, todas as quintas-feiras na Fox Life) não só vamos percebendo como é que o caso se tornou mediático, como também vamos observando os anos polémicos da presidência de Bill Clinton, acusado de perjúrio, obstrução à justiça e de assédio sexual por muitas outras mulheres.
“Por que escolhi participar desta série documental? A razão principal é: porque podia. Ao longo da história as mulheres foram traídas e silenciadas. Agora é a nossa vez de contar as nossas próprias histórias, nas nossas próprias palavras. Quase todos os livros escritos sobre o impeachment de Clinton foram escritos por homens. Em contrapartida, esta série não só inclui mais vozes femininas, como incorpora o olhar de uma mulher: dois dos três editores principais e quatro dos cinco produtores executivos são mulheres”, diz Lewinsky à mesma revista norte-americana.