5 biografias e autobiografias que já estão a marcar 2022

Amada por uns, odiada por outros, Susan Sontag é uma figura incontornável do século XX. Debruçou-se sobre temas, como a arte, política, feminismo, homossexualidade, drogas, fascismo, freudianismo, radicalismo e comunismo.

Nesta biografia, Benjamin Moser aborda não só o seu trabalho, mas também a angústia e as inseguranças que tinha, as suas relações mais íntimas, o conflito interior com a sua sexualidade. Sontag: Vida e Obra é o primeiro livro que tem como fontes os arquivos privados da escritora e testemunhos de quem com ela privou. Recebeu o Prémio Pulitzer de Biografia 2020.

De 2005 a 2021, Angela Merkel marcou a Europa e nesta biografia política, Ursula Weidenfeld garante que os efeitos das suas políticas perdurarão nos próximos anos.

Conhecida pelo seu pragmatismo e capacidade de gerir momentos de crise, a ex-chanceler alemã derrubou várias bandeiras sagradas dos democratas-cristãos, partido que integrou e do qual foi o principal rosto durante quase duas décadas, como a energia nuclear ou o serviço militar obrigatório. Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, autor do prefácio, descreve a vida de Angela Merkel como “uma saga europeia”.

A autobiografia de Joshua Ruah é uma viagem pela sua infância, juventude e vida adulta na capital portuguesa. Foi em Lisboa que nasceu, em 1940, em plena II Guerra Mundial, e, além de médico, presidiu à Comunidade Israelita de Lisboa durante 20 anos, o que lhe proporcionou o contacto com figuras históricas, como Mário Soares, João Paulo II e Yasser Arafat.

Em Um Judeu em Lisboa, fala ainda da relação que manteve com Álvaro Cunhal, seu paciente. “Com a diáspora, os judeus adquiriram uma característica muito especial, que é a biculturalidade. Eu não sou um homem de práticas, mas se quiser posso seguir as tradições judaicas e ao mesmo tempo ser sócio do Benfica e gostar de sardinhas assadas”, diz no livro.

A escritora alemã, radicada em França, Anne Weber conta-nos a história de Anne Beaumanoir, membro da Resistência comunista francesa, que morreu no passado mês de março com 98 anos. Considerada uma heroína real, salvou dois adolescentes judeus dos nazis, durante a II Guerra Mundial, feito que lhe valeu o título honorífico Justos entre as Nações.

Depois do conflito, foi neurofisiologia em Marselha, mas nunca deixou de lutar com coragem pela liberdade e era isso que transmitia nas habituais presenças nas escolas nas quais falava da resistência. Anette, Epopeia de uma Heroína recebeu o Prémio Alemão do Livro. Estará à venda a 26 de abril.

Em maio será publicada uma biografia de um dos grandes escritores e poetas portugueses. Falamos de Fernando Pessoa, cuja obra é sobejamente conhecida, mas a sua vida pessoal nem tanto. Com Pessoa. Uma Biografia, o autor Richard Zenith conseguiu entrar nessa esfera de um homem enigmático, mas brilhante.