Embora o movimento #FreeBritney já tenha alguns anos, os detalhes sobre a vida da cantora sob a tutela do pai, James Spears, não eram conhecidos e foram mantidos em segredo durante a última década.
Em fevereiro deste ano, o New York Times lançou o documentário Framing Britney Spears, com informações sobre a tutela da cantora e, agora, chega à Netflix um documentário semelhante realizado por Erin Lee Carr acompanhada pela jornalista Jenny Eliscu.
Britney vs. Spears volta atrás no tempo, até 2007, quando Britney se via envolvia numa série de acontecimentos que iriam marcar a sua vida para sempre. Não só foi este o ano do lançamento de Blackout, um gigantesco sucesso com temas como Gimme More ou Piece of Me, como nesta altura a cantora estava a divorciar-se de Kevin Federline, o bailarino com quem teve dois filhos.
Entre episódios que deixaram o público e os fãs preocupados e os media em êxtase (como o momento em que rapou o próprio cabelo), Britney enfrentava uma batalha fervorosa pela guarda dos filhos que, na verdade, acabou por perder para o ex-companheiro.
No ano seguinte, James Spears alegou em tribunal que a filha não estava bem psicologicamente para tomar decisões de grande relevância e foi-lhe concedida uma tutela, o que significa que a partir daquele momento a popstar deixou de ter acesso às suas contas bancárias, passou a ter visitas limitadas com os filhos, entre muitas outras liberdades suprimidas.
O que era para ser uma tutela temporária, passou a ser permanente. No novo documentário, as jornalistas exploram os vários documentos relacionados com o processo de Britney Spears e encontram inconsistências que provam como, durante anos, o pai aproveitou-se da sua fama e dinheiro.
Embora James Spears e os seus advogados alegassem que a filha não estaria bem mentalmente, obrigaram-na a fazer tours seguidas durante anos que renderam milhões de dólares. Porém, e como as jornalistas mostram, Britney Spears recebia um ordenado de apenas oito mil dólares todos os meses. O que a levava a aceitar tais condições? As constantes ameaças que deixaria de ver os filhos para sempre.
No documentário, vemos ainda os testemunhos de Adnan Ghalib, o antigo paparazzi que se tornou seu namorado, e do seu antigo manager Sam Lutfi, duas figuras controversas da vida de Brtiney, acusadas de se aproveitarem da sua fama e carreira, mas que, aqui, pareceram procurar por perdão alegando que de tudo fizeram para conseguir um melhor advogado de defesa para Britney e, consequentemente, uma maior oportunidade de se ver livre da tutela do pai.
Há muitos contornos da vida da cantora pop retratados no documentário de uma hora e meia que estiveram escondidos durante 13 anos. No final, ouvimos o testemunho emocionante de Britney, agora com 39 anos, no tribunal a requerer o fim da tutela, partilhando ter tomado medicação que não queria, ter sido obrigada a colocar um dispositivo intrauterino para não ter mais filhos e ter atuado contra a sua vontade vezes sem conta.
Em setembro deste ano – e já fora do documentário – o tribunal decidiu a favor da cantora que está agora livre da tutela do pai.