Beychella é o nome da história que se fez no sábado passado no palco principal do festival de música Coachella. Aliás, que Beyoncé fez e continua a fazer.
Porquê? Porque é com pequenos momentos históricos que faz a sua parte para mudar o curso da História. Se se questionar sobre porque é que este show viveu muito para lá do palco, tentaremos responder, à nossa maneira.
Destacamos quatro factos que fizerem deste um espectáculo épico (ou não fosse o quatro o número preferido da rainha da pop).
Porque é que o concerto de Beyoncé no Coachella foi épico?
1. O regresso do trio maravilha
As Destiny’s Child cumpriram o sonho dos fãs e voltaram a aparecer juntas em palco. O destino juntou a girl band da nossa infância e juntas cantaram êxitos como Loose my breath, Say my name e Soldier.
Este é talvez um dos pontos fulcrais e mais marcantes do concerto. As três entraram em palco, abraçadas e vestidas com padrão camuflado: para mostrar a toda a gente que ainda são um exército de força feminina e que nenhuma arma tem mais poder que a força delas.
2. O guarda-roupa das mil facetas
Vejamos os números: houve quatro mudanças de roupa durante duas horas de concerto! Mais: cerca de 20 temas cantados e 100 bailarinos que ajudaram a iluminar o show. No entanto, não há números que descrevam a atuação magistral de Beyoncé, a quem a roupa ajudou a definir momentos e facetas.
Desenhada pela Balmain, em parceria com o director criativo Olivier Rousteing, os vários coordenados espelham todas as suas facetas em palco. Chegou vestida de Nubian Queen (rainha africana), não fosse ela a Queen B. Teve até direito a um brasão personalizado na sua camisola! Apoderou-se também da tendência sportswear, dos vestidos compridos estilo Gospel e, adivinhe: tudo lhe ficou incrivelmente on point!
3. Celebrar a silhueta
E já que falámos em roupa, falamos em corpo. Do princípio ao fim da actuação, o que Beyoncé fez foi também enaltecer aquilo que os corpos negros celebram: as curvas.
As representações negativas de corpos volumosos ainda é um problema da sociedade autal. Faz parte da solução mostrar aquilo que um ideal cultural de beleza tenta esconder. E Beyoncé fá-lo da melhor maneira.
4. A despedida como mote para um recomeço
“Obrigada por me terem permitido ser a primeira mulher negra a ser cabeça de cartaz no Coachella.” Foi assim que Queen B se despediu do público e do festival, com toda a gratidão. Mas mais do que uma despedida, foi uma chamada de atenção para a mudança do rumo das coisas.
Todo o espectáculo girou em torno de enaltecer a figura feminina negra e o seu empoderamento – desde as músicas que cantou (Lift Every Voice and Sing, um tema importantíssimo para a cultura afro-americana e Lilac Wine de Nina Simone), à sua postura em palco, aos convidados que atuaram com ela.
E mais do que jogos de palco, foram statements para não nos esquecermos de que a luta contra o racismo e a misoginia ainda é uma questão. E se não falarmos disto agora, então quando?
Podemos agradecer a Beyoncé e outras figuras do mundo da música fulcrais, como Kendrick Lamar, SZA, Cardi B, o facto de tornarem simples palavras e espétaculos em momentos que podem mudar o mundo.
Acompanhou o concerto da Beyoncé no Coachella? Descubra ainda histórias inspiradoras que vamos querer ler às nossas filhas.